Pular para o conteúdo principal

UMA AMOSTRAGEM DA TESE ESPÍRITA: DOIS CASOS QUE SUGEREM REENCARNAÇÃO (PARTE I)

  


Por Jerri Almeida 

Introdução

A pesquisa científica sobre reencarnação oferece contribuições valiosas para ampliar horizontes de conhecimento sobre o sentido da vida. Não se trata, obviamente, de trilharmos somente o caminho da fé ou da crença, pois estamos diante de uma questão mais complexa, que envolve de forma totalizante o saber humano. Infelizmente, na atualidade, nem sempre as pesquisas nessa área ocorrem com o ritmo e os critérios que as possam alavancar em termos de reconhecimento científico, mesmo porque o mundo acadêmico, em boa parte, ainda se ressente dos preconceitos com tal tipo de temática.

Seja como for, dois eminentes pesquisadores, entre outros, ofereceram inestimável esforço com suas pesquisas autorizadas, sérias e de alto valor para a humanidade. Nos referimos a Ian Stevenson e Hernani Guimarães Andrade, ambos já desencarnados.

O Dr. Ian Stevenson foi diretor do Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos. Estudou uma enormidade de fatos sobre reencarnação em vários países, inclusive o Brasil. Dos seiscentos casos estudados por esse eminente cientista, muitos foram divulgados através de publicações nos EUA. Uma ótima amostragem de suas investigações foi o livro, também lançado no Brasil: Vinte casos sugestivos de Reencarnação.

Em nosso país, o Dr. Hernani Guimarães Andrade, engenheiro e fundador do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas, de São Paulo, coletou e investigou inúmeros fatos que sugerem reencarnação. Os episódios estudados pelo Dr. Hernani, estão respaldados em farta documentação e na seriedade dos critérios adotados em sua linha de investigação. No final dos anos 80, veio a notável publicação de uma obra que seria uma espécie de marco fundamental para o estudo das vidas sucessivas e, igualmente, da imortalidade: Reencarnação no Brasil. Reunindo oito casos que sugerem reencarnação, o Dr. Hernani, em linguagem simples, sem ser simplista, apresentou também uma amostragem de suas pesquisas.

Na tentativa de relembrar essas duas pesquisas que contribuem com as perquirições de Allan Kardec, em sua memorável incursão no horizonte do espírito, selecionamos no breve espaço desse artigo, dois casos muito interessantes e de grande valor para o fortalecimento da fé racional, na Justiça Divina.

O caso Marta Lorenz  (Estudado por Ian Stevenson)

 Maria Januária de Oliveira nasceu em 1890, próxima a antiga vila de Dom Feliciano, no Rio Grande do Sul. Era filha de um próspero fazendeiro. Sinhá, conforme era chamada em família, cresceu no campo, mas visitava, com frequência, o vilarejo onde também estudava. Ainda jovem, apaixonou-se por um rapaz. Não recebeu a concordância do pai, que lhe programou uma viagem para Pelotas, com o objetivo de dissuadi-la do intento amoroso, Sinhá terminou posteriormente contraindo uma grave enfermidade nos pulmões e laringe, vindo a desencarnar por tuberculose.

Sinhá possuía vínculos de amizade com Ida Lorenz, esposa de F. V. Lorenz, eminente professor daquele distrito. Quando estava no leito já em fase terminal, Sinhá faz curiosa previsão a sua amiga Ida Lorenz. Após sua morte, renasceria novamente na Terra, agora como filha de Ida. Afirmando ainda que: “Quando eu renascer e estiver em idade de poder falar no mistério do renascimento do corpo de uma meninazinha, que será sua filha, contarei muitas coisas sobre minha presente vida e assim você ficará sabendo a verdade.”

Sinhá faleceu em outubro de 1917. Dez meses após, no dia 14 de agosto de 1918, Ida Lorenz deu à luz uma filha, Marta. Quando Marta tinha dois anos e meio, relatou para Lola, sua irmã mais velha, fatos da vida de Sinhá. A narrativa foi colhida do Sr. F. V. Lorenz. Conta que certo dia Marta pediu para Lola carregá-la nas costas. Informa Lorenz: “A irmã que como todos os nossos filhos e vizinhos, nada sabia a respeito da promessa da môça falecida, respondeu: Você sabe andar muito bem. Não preciso carregar você.’ Ao que Marta respondeu: ‘Quando eu era grande e você pequena, eu costumava muitas vezes carregar você. Quando você era grande? Perguntou Lola, rindo. Então a pequenina respondeu: Naquele tempo eu não morava aqui; morava longe, num lugar onde havia muitas vacas, bois e laranjas...” Marta afirmava ainda que: “Naquele tempo eu tinha outros pais.”

Marta começou, então, a descrever sua vida anterior, como Sinhá, com riqueza de detalhes. Em 1962, o Dr. Stevenson esteve no Rio Grande do Sul colhendo dados com Waldomiro Lorenz, o irmão mais velho de Marta. Ao que parece, Marta falava muito na casa de Sinhá e muitas vezes pediu para ir lá. Em suas investigações, o Dr. Ian Stevenson apurou que entre os sete e doze anos de idade, Marta foi reduzindo sua fala sobre a existência anterior. Ela casou e teve filhos. Em 1962, por ocasião da visita de Stevenson, Marta estava morando em Porto Alegre. O cientista teve a oportunidade de conversar com ela algumas horas. Ela afirmava ainda possuir a lembrança muito nítida de certos acontecimentos vividos por Sinhá.

Sinhá desencarnou de uma infecção pulmonar que havia, também, lhe afetado a garganta. Marta desde o nascimento, era suscetível a infecções no aparelho respiratório, durante as quais sua voz ficava rouca. Até a idade de 9 anos, Marta sofreu de rouquidão e dor na garganta. Sinhá gostava muito de gatos. Marta também. Sinhá tinha medo de chuva. Marta também. Tanto Sinhá, como Marta tinham verdadeira fobia ao ver sangue.

Ian Stevenson teve a possibilidade de entrevistar vários parentes de Marta, ainda encarnados a época. Esteve nas cidades de Taquara, onde conversou com Ema Estelita Bieszczad, irmã de Marta e em Dom Feliciano, onde entrevistou Luiza Carolina Moreira (Lola), irmã mais velha de Marta, e Dona Moça Antonietta de Oliveira Costa, irmã viva de Sinhá. Stevenson anotou que: “A convicção de Marta, sobre a continuidade de sua própria vida após a morte levava-a, quando ainda bem pequenina, a confortar adultos que haviam perdido alguém.” Oportunamente, uma senhora lamentava a perda de um parente, considerando a morte como o fim de tudo. Estando Marta por perto, eis que ela intervém: “Não diga isto! Eu também morri e, veja, estou vivendo de novo.”

Esse caso requereu uma série de investigações, principalmente na checagem de depoimentos de familiares, vizinhos e demais observadores, que conheceram a rotina das duas famílias, a dos Lorenz, pais de Marta, e dos Oliveiros, pais de Sinhá. O método de Stevenson consistiu numa detalhada tabulação dos eventos e informações colhidas, buscando, por eliminação, explicações para o caso. O certo é que Marta possuía, não somente muitas informações sobre a vida e o meio em que Sinhá viveu, mas também, uma forte identificação com a personalidade dela. Muitas das informações sobre Sinhá poderiam ter sido passadas por outras pessoas para Marta. O estudo desse caso e as entrevistas colhidas levaram Ian Stevenson a considerar que essa não seria uma explicação conclusiva nem tão pouco totalizante para explicar o fato.

A predição de Sinhá, no leito da morte, ficou, mesmo depois do nascimento de Marta, muito tempo guardada pela senhora Ida Lorenz que, somente com as primeiras reações de Marta, divulgou-a para seu esposo F. V. Lorenz. A atitude deste, também foi de discrição, pois não comunicaram, durante anos, nem mesmo para os demais filhos. No capitulo final de seu livro, Stevenson discute, de forma geral, as hipóteses normais para explicar os casos por ele estudado: Fraude? Criptomnésia? Memória genética? Percepção extra-sensorial? Projeção de imagens?

Em suas “observações conclusivas”, o eminente pesquisador, avaliando as possíveis evidências de uma personalidade presente ter herdado elementos de uma “personalidade já falecida”, afirma:

“Em tais casos, temos então, em princípio, creio eu, alguma evidência de sobrevivência humana após a morte física. Digo em princípio porque continuo ciente de determinadas debilidades nos presentes casos. Mas se o princípio aqui adotado for correto, somos levados de volta à questão da autenticidade para um julgamento final da contribuição que esses casos suscitam quanto à convicção a respeito da sobrevivência.”

 

Veja bibliografia completa na próxima postagem.

Comentários

  1. COMENTÁRIO ELABORADO PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - IA
    O artigo apresenta um comentário introdutório sobre a pesquisa científica da reencarnação, destacando a relevância do tema para a compreensão do sentido da vida, apesar do preconceito acadêmico. São mencionados dois importantes pesquisadores, Ian Stevenson e Hernani Guimarães Andrade, que dedicaram suas vidas ao estudo de casos sugestivos de reencarnação.

    Para ilustrar essa pesquisa, o texto detalha o "Caso Marta Lorenz", investigado por Ian Stevenson no Brasil. A narrativa descreve Maria Januária de Oliveira (Sinhá) que, antes de falecer de tuberculose, previu que reencarnaria como filha de sua amiga, Ida Lorenz. Dez meses após sua morte, Ida deu à luz Marta. A partir dos dois anos e meio, Marta começou a relatar detalhes da vida de Sinhá, demonstrando uma forte identificação com sua personalidade, incluindo medos e gostos. Stevenson, em suas investigações, coletou depoimentos de familiares e observou correlações como a propensão de Marta a infecções respiratórias, similar à causa da morte de Sinhá.

    O autor ressalta a meticulosidade do método de Stevenson, que buscou eliminar outras explicações (fraude, criptomnésia, memória genética, percepção extrassensorial, projeção de imagens), concluindo que os casos, incluindo o de Marta Lorenz, oferecem evidências da sobrevivência humana após a morte física, embora reconhecendo as complexidades e a necessidade de aprofundamento das investigações.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

UM POUCO DE CHICO XAVIER POR SUELY CALDAS SCHUBERT - PARTE II

  6. Sobre o livro Testemunhos de Chico Xavier, quando e como a senhora contou para ele do que estava escrevendo sobre as cartas?   Quando em 1980, eu lancei o meu livro Obsessão/Desobsessão, pela FEB, o presidente era Francisco Thiesen, e nós ficamos muito amigos. Como a FEB aprovou o meu primeiro livro, Thiesen teve a ideia de me convidar para escrever os comentários da correspondência do Chico. O Thiesen me convidou para ir à FEB para me apresentar uma proposta. Era uma pequena reunião, na qual estavam presentes, além dele, o Juvanir de Souza e o Zeus Wantuil. Fiquei ciente que me convidavam para escrever um livro com os comentários da correspondência entre Chico Xavier e o então presidente da FEB, Wantuil de Freitas 5, desencarnado há bem tempo, pai do Zeus Wantuil, que ali estava presente. Zeus, cuidadosamente, catalogou aquelas cartas e conseguiu fazer delas um conjunto bem completo no formato de uma apostila, que, então, me entregaram.

ANÁLISE DA FIGUEIRA ESTÉRIL E O ESTUDO DA RELIGIÃO

                 Por Jorge Luiz            O Estudo da Religião e a Contribuição de Rudolf Otto O interesse pela história das religiões   remonta a um passado muito distante e a ciência das religiões, como disciplina autônoma, só teve início no século XIX. Dentre os trabalhos mais robustos sobre a temática, notabiliza-se o de Émile Durkheim, As Formas Elementares da Via Religiosa.             Outro trabalhos que causou repercussão mundial foi o de Rudolf Otto, eminente teólogo luterano alemão, filósofo e erudito em religiões comparadas. Otto optou por ser original e abdicou de estudar as ideias sobre Deus e religião e aplicou suas análises das modalidades da experiência religiosa. Ao fazer isso, Otto conseguiu esclarecer o conteúdo e o caráter específico dessa experiência e negligenciou o lado racional e especulativo da religião, sempre...

O MEDO SOB A ÓTICA ESPÍRITA

  Imagens da internet Por Marcelo Henrique Por que o Espiritismo destrói o medo em nós? Quem de nós já não sentiu ou sente medo (ou medos)? Medo do escuro; dos mortos; de aranhas ou cobras; de lugares fechados… De perder; de lutar; de chorar; de perder quem se ama… De empobrecer; de não ser amado… De dentista; de sentir dor… Da violência; de ser vítima de crimes… Do vestibular; das provas escolares; de novas oportunidades de trabalho ou emprego…

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

TRÍPLICE ASPECTO: "O TRIÂNGULO DE EMMANUEL"

                Um dos primeiros conceitos que o profitente à fé espírita aprende é o tríplice aspecto do Espiritismo – ciência, filosofia e religião.             Esse conceito não se irá encontrar em nenhuma obra da codificação espírita. O conceito, na realidade, foi ditado pelo Espírito Emannuel, psicografia de Francisco C. Xavier e está na obra Fonte de Paz, em uma mensagem intitulada Sublime Triângulo, que assim se inicia:

09.10 - O AUTO-DE-FÉ E A REENCARNAÇÃO DO BISPO DE BARCELONA¹ (REPOSTAGEM)

            Por Jorge Luiz     “Espíritas de todos os países! Não esqueçais esta data: 9 de outubro de 1861; será marcada nos fastos do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia de festa, e não de luto, porque é a garantia de vosso próximo triunfo!”  (Allan Kardec)                    Cento e sessenta e quatro anos passados do Auto-de-Fé de Barcelona, um dos últimos atos do Santo Ofício, na Espanha.             O episódio culminou com a apreensão e queima de 300 volumes e brochuras sobre o Espiritismo - enviados por Allan Kardec ao livreiro Maurice Lachâtre - por ordem do bispo de Barcelona, D. Antonio Parlau y Termens, que assim sentenciou: “A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à fé católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outr...

DIA DE FINADOS À LUZ DO ESPIRITISMO

  Por Doris Gandres Em português, de acordo com a definição em dicionário, finados significa que findou, acabou, faleceu. Entretanto, nós espíritas temos um outro entendimento a respeito dessa situação, cultuada há tanto tempo por diversos segmentos sociais e religiosos. Na Revista Espírita de dezembro de 1868 (1) , sob o título Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, na Sociedade Espírita de Paris fundada por Kardec, o mestre espírita nos fala que “estamos reunidos, neste dia consagrado pelo uso à comemoração dos mortos, para dar aos nossos irmãos que deixaram a terra, um testemunho particular de simpatia; para continuar as relações de afeição e fraternidade que existiam entre eles e nós em vida, e para chamar sobre eles as bondades do Todo Poderoso.”

SOBRE ATALHOS E O CAMINHO NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO JUSTO E FELIZ... (1)

  NOVA ARTICULISTA: Klycia Fontenele, é professora de jornalismo, escritora e integrante do Coletivo Girassóis, Fortaleza (CE) “Você me pergunta/aonde eu quero chegar/se há tantos caminhos na vida/e pouca esperança no ar/e até a gaivota que voa/já tem seu caminho no ar...”[Caminhos, Raul Seixas]   Quem vive relativamente tranquilo, mas tem o mínimo de sensibilidade, e olha o mundo ao redor para além do seu cercado se compadece diante das profundas desigualdades sociais que maltratam a alma e a carne de muita gente. E, se porventura, também tenha empatia, deseja no íntimo, e até imagina, uma sociedade que destrua a miséria e qualquer outra forma de opressão que macule nossa vida coletiva. Deseja, sonha e tenta construir esta transformação social que revolucionaria o mundo; que revolucionará o mundo!

EDUCAÇÃO ESPÍRITA ¹

Por Francisco Cajazeiras (*) Francisco Cajazeiras – Quais as relações existentes entre Educação e o Espiritismo? Dora Incontri – Muitas. Primeiro porque Kardec era um educador. Antes de se dedicar ao Espiritismo, à pesquisa das mesas girantes, depois à codificação da Doutrina Espírita, durante trinta anos, na França, exerceu a função de educador. Foi discípulo de um dos maiores educadores de todos os tempos que foi Pestalozzi. Então o Espiritismo segue uma tradição pedagógica. E o Espiritismo, ele próprio, é uma proposta pedagógica do Espírito. O Espiritismo não é uma proposta salvacionista, ele é uma proposta que pretende que o homem assuma a sua autoeducação como aperfeiçoamento espiritual. Francisco Cajazeiras – Então quer dizer que existe uma educação espírita e uma pedagogia espírita? Dora Incontri – Existe. Existe porque toda filosofia, toda concepção de homem, de mundo, toda cosmovisão desemboca, necessariamente, numa prática pedagógica...