domingo, 30 de novembro de 2014

ENCARNAÇÃO OBRIGATÓRIA, EXPERIÊNCIA FLEXÍVEL¹




Por Roberto Caldas (*)


         Tema discutido e repetido ao largo de diversos capítulos de O Livro dos Espíritos, a obrigatoriedade da encarnação nos mundos materiais não deveria ser colocada sob dúvidas por qualquer estudioso criterioso da Doutrina Espírita. Definitivamente é fundamental entendermos que não há para o Espírito em sua jornada evolutiva outra opção de progresso espiritual sem a experiência dos renascimentos. Há quem defenda a possibilidade de evolução sem passar pelo número necessário de incursões no corpo, mas tal conclusão é fruto da ausência de reflexão relativa ao pensamento de Kardec, o qual se baseia completamente nas informações dos Instrutores da Codificação.
            A estruturação doutrinária trazida por Allan Kardec, quando se refere à questão básica da encarnação desfaz por completo a crença de destinação imposta aos fatos da existência e torna cada vez mais importante entendermos o valor do livre arbítrio nas escolhas das experiências que perpassam as nossas existências.

sábado, 29 de novembro de 2014

"NOSSO LAR" É SUSTENTÁVEL?





Por André Trigueiro (*)




O filme mais caro da história do cinema nacional consumiu boa parte dos 20 milhões de reais de seu orçamento em efeitos especiais que se prestam à impressionante visualização da cidade espiritual descrita pelo Espírito André Luiz através da psicografia de Francisco Cândido Xavier.

“Nosso Lar” impressiona pelo bom gosto na justa distribuição dos espaços de área construída intercaladas por gramados e lagos. As áreas verdes e a presença da água marcam o projeto urbanístico da cidade, onde os pedestres circulam livremente sem disputar espaços com qualquer gênero de transporte individual. O transporte público de massa é o aérobus, muito parecido com o nosso metrô de superfície, só que sem trilhos. O magnetismo que impulsiona o veiculo é o mesmo que por aqui já empurra trens-bala de alta velocidade.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

TRAGADOS PELA FUMAÇA¹

 
Cinco milhões de pessoas no mundo morrem anualmente por causa do uso de cigarros. Ou seja, dez pessoas por segundo. No Brasil, são duzentos mil mortos (um a cada sete segundos)!
A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê, para os próximos quinze a vinte anos, o dobro dessas mortes, caso se mantenha, como hoje, a escalada do tabagismo.
O hábito de fumar encurta a vida em pelo menos dez anos, além de determinar uma má qualidade de vida, no período terminal da existência, em consequência dos distúrbios respiratórios e cardiovasculares que lhe são secundários.
Apesar disso, há cerca de um bilhão e trezentos milhões de fumantes em todo o mundo, sendo 28 milhões no Brasil. As campanhas antitabagistas internacionais, intensificadas nos últimos vinte anos, conseguiram diminuir apenas levemente a prevalência de tabagistas do sexo masculino, mas, em contraposição, observou-se um aumento do número de mulheres tabagistas, notadamente nos países em desenvolvimento.

domingo, 23 de novembro de 2014

O DIÁLOGO SOB A LUZ DAS DIFERENÇAS¹

                                 


Por Roberto Caldas (*)



            Quem foi mesmo que inventou a ideia de que precisamos de unanimidade? Será que devemos fazer questão de que os outros pensem da nossa mesma maneira? Como seria o mundo se todos pensassem e fizessem de forma idêntica? Como seriam os campeonatos de futebol se todos os torcedores pertencessem a apenas uma das agremiações? E se, por hipótese houvesse no mundo apenas uma opinião científica, uma posição religiosa, uma definição filosófica, haveria nisso algum benefício? Por outro lado, por que nos encrespamos quando uma opinião diverge daquela que admitimos? Por que temos dificuldade em discutir as idéias diferentes e acabamos por arremeter raiva, desprezo e ironia em direção àquele que passamos a considerar um adversário?
            Tais interrogações servem para refletirmos o quanto estamos distantes de uma meta de conciliação com a nossa própria consciência. O estado de sobressalto emocional acomete tão somente aos colecionadores de dúvidas, aos que ainda não alcançaram as respostas aos seus anseios mais profundos e pretendem utilizar o campo das relações humanas para reforço de suas buscas com a imposição de suas convicções aos outros. Alguém verdadeiramente convicto não precisa de procissões ou séquitos de seguidores para se sentirem seguros, antes compreende que abrir diálogo para medir a aceitação dos seus propósitos não pode ser confundido com atitude de conversão da crença alheia.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CULTURA CONTEMPORÂNEA DA ANSIEDADE¹







Cultura contemporânea e ansiedade

O veloz mundo contemporâneo fornece poucos valores essenciais à vida em equilíbrio. Novas “necessidades” são artificialmente criadas a cada dia, imbuídas da falsa promessa de bem-estar. Incentiva-se a pressa, a praticidade e o consumo imediato dos bens que, supostamente, trariam conforto e aplacariam a angústia e a ausência de sentido para a existência.

Temperança e significado para vida

A temperança e o tempo para um mergulho íntimo são necessários na busca do significado mais amplo para o viver e a psicoterapia tem ajudado muitas pessoas dispostas a mudarem suas vidas para melhor. A melhora consistente da qualidade de vida das pessoas que após eventos traumáticos decorrentes da ansiedade crônica (acidentes por dirigir e falar ao celular, internações hospitalares, enfarto, etc.) buscaram a psicoterapia envolve geralmente cinco fatores: (1) desenvolvimento de novos interesses e objetivos com maior significado para existência, (2) apreciação e valorização da vida, (3) melhor relação familiar e interpessoal, (4) resgate da religiosidade e espiritualidade no dia-a-dia e a (5) descoberta de força e recursos pessoais para superação de adversidades.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MEDICINA, NEUROCIÊNCIAS, PEDAGOGIA: ENCONTROS E DESENCONTROS¹




Por Dora Incontri (*)




Reflexões depois de um congresso

Participei na semana passada (dessa vez apenas como observadora) do IX Congresso Brasileiro de Psicopedagogia e I Simpósio Internacional de Neurociências, Saúde Mental e Educação, realizado em São Paulo, na Unip, numa parceria entre a Sociedade Brasileira de Psicopedagogia e a Unifesp (Projeto Cuca Legal) e mais apoios e patrocínios outros. O evento pretendeu enfatizar o possível diálogo entre Neurociências, Saúde Mental e Educação. Como esse era o foco principal e foi também o que mais me chamou atenção, farei aqui algumas reflexões a respeito. Depois, pretendo escrever algum artigo científico que trate das questões epistemológicas, que envolvem esse possível diálogo. Esse texto portanto é mais jornalístico, embora não possa, ao tecê-lo, deixar de lado minha formação e bagagem na área da Filosofia da Educação e minhas incursões pela Filosofia da Ciência.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A REENCARNAÇÃO PERMITE A EVOLUÇÃO DAS CIÊNCIAS¹





Por Roberto Caldas (*)



Ayan Qureshi
Trazemos à baila um caso real. Daqueles que ensejam uma sensação de incredulidade, perplexidade e admiração. Certamente causou-nos impacto o relato histórico da excelência de Mozart que, aos 7 anos de idade, compunha maravilhosas peças e partituras que faziam ficar boquiaberta toda a sociedade musical de sua época. Na atualidade desponta Ayan Qureshi, (foto) que conta agora 6 anos, mas recebeu aos 5 anos de idade a Certificação da Microsoft, a maior empresa de computação do mundo, como o mais jovem especialista em TI (Tecnologia da Informação) depois de ter conseguido êxito  em um complicado teste que é aplicado a todos os candidatos ao título. O seu pai relata que desde os 3 anos o garoto se interessava pelos computadores e aprendia, sem jamais esquecer, todas as lições que ele, também um especialista, lhe ensinava. O menino tem em sua casa, na Inglaterra (na cidade de Coventry) o seu próprio laboratório de computação, com o seguinte detalhe: ele mesmo o construiu.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

JESUS NEFELIBATA





 Por Sérgio Aleixo (*)


Onde ficou o Cristo? Numa posição intermediária do mito irracional da Trindade, dando origem a toda a mitologia cristã. Transformado em parte intrínseca de Deus, Jesus de Nazaré perdeu a sua personalidade própria, ensanduichado entre Deus e o Espírito Santo. (Herculano Pires. Revisão do Cristianismo, II.)
A satanização de toda e qualquer análise, de toda e qualquer atitude crítica, como se fossem necessariamente um fator de dissolução do rebanho, bem como as influências mistificadoras que grassam no movimento espírita, fomentou, pouco a pouco, a visão de um Jesus absolutamente nefelibata.
Trata-se de um Jesus que andava nas nuvens, divorciado da realidade imediata e incapaz dos testemunhos varonis de que os evangelistas nos dão conta. No entanto, foram tais exemplos que se quer esquecer que consagraram a figura ímpar do mestre como ego ideal de nossa mais elevada consciência moral.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O UNIVERSO EM EXPANSÃO¹



Por Roberto Caldas (*)


Esta é uma imagem composta da jovem estrela HL Tauri e seus arredores. 
Crédito da imagem: ALMA / ESO / NAOJ / NRAO / ESA / Hubble / NASA / Judy Schmidt.
Essa é uma notícia para ser comemorada! A Ciência está em festa! Direto do Observatório Alma (Atacama Large Millimeter Array) lá no Deserto do Atacama, no Chile, um telescópio de grande alcance fez uma identificação que traz novas disposições às pesquisas a respeito da formação dos planetas. Antes desse acontecimento a maioria dos estudos a esse respeito tinha como ponto de partida simulações em computador e apenas base teórica.
            O fato é o seguinte: as antenas do observatório Alma detectaram em torno de uma muito jovem estrela, a HL Tauri que conta apenas um milhão de anos (o nosso Sol tem 4,5 bilhões de anos), distante 450 anos-luz, a qual se encontra rodeada por uma série de anéis brilhantes, que seriam corpos planetários em formação.  A informação pega de surpresa os pesquisadores que julgavam não fosse possível estrelas tão jovens com tal desenvolvimento, o que parece levar ao entendimento de que a formação dos planetas pode ser ainda mais rápida do que se supunha até então.

domingo, 9 de novembro de 2014

VOCÊ PODE AJUDAR?



Por Francisco Castro (*)



Respondendo à pergunta nº 930 de O Livro dos Espíritos de Allan Kardec, publicado em abril de 1857 em Paris, os Espíritos Superiores, de forma direta afirmaram: “Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo ninguém deve morrer de fome.”
Outra não é a situação da sociedade atual em que, mais da metade da população mundial professa a Doutrina Cristã, portanto, vivemos numa sociedade, em sua maioria organizada segundo a lei do Cristo, será que, nos dias atuais ainda há localidades ou regiões em que se observe o evento morte por falta de alimentos que podiam evitar que isso acontecesse?
Sem querer particularizar, nos parece que a resposta é afirmativa, tanto isso é verdade que levou as Nações Unidas, em setembro de 2000, a instituir um programa com essa finalidade, conhecido como METAS DO MILÊNIO, aprovado por todos os 189 países membros da ONU/PNUD, dentre eles o Brasil, no qual o objetivo número um era, até 2015, ERRADICAR A POBREZA EXTREMA E A FOME!

sábado, 8 de novembro de 2014

CULPA E MÃES¹








Pesquisamos e descobrimos que o que as mães mais fazem e sentem culpa depois são as seguintes coisas:

  •          falar mais sim do que deveriam (dar doce, deixar ver tv, etc)
  •          não conseguir dar atenção para o filho porque estão muito cansadas


 1)      É normal acontecer isso?

A culpa tem se tornado uma queixa mais e mais frequente das mães contemporâneas. Vivemos atualmente sob fortes influências da cultura da pressa e da cobrança de resultados que disparam excitação, euforia e ansiedade. Especialmente as mães, não encontraram no contexto atual um novo lugar saudável e se cobram demasiadamente como profissionais competentes (muitas vezes são as provedoras do lar), donas de casa impecáveis e mães exemplares. Por falta de modelos as mães frequentemente agem como se fossem o “homem da casa” sem naturalmente darem conta de todas as exigências da família, do trabalho e principalmente delas próprias. Assim nasce a culpa, especialmente quando não conseguem por esgotamento cuidar dos filhos como elas próprias foram cuidadas quando crianças.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O AMOR É PARA SEMPRE...



Por Dora Incontri (*)


(Escrevi esses pensamentos, muito sentidos, há alguns anos. Pretendia publicá-los num livro, mas antes que ficarem guardados, na memória do computador, melhor partilhar com outros que, como eu, estejam amadurecendo essa que é a maior herança divina em nós: a capacidade de amar.)
Parque Nacional da Tijuca - Rio de Janeiro

O amor é o oposto da indiferença. O amor nunca tanto faz, com o que o ser amado faz. Por isso se empenha sempre por um fazer de luz.

O amor pode curar, salvar, elevar, educar, regenerar. Mas tudo a longo prazo, pois para se mostrar, atuar e agir, precisa muito ter paciência, perseverar, persistir, muitas, infinitas vezes perdoar… Tudo devagar.

O amor desgovernado, tumultuado pelas paixões, queima os corações, provoca afastamentos, descontentamentos, dilacerações… Por isso, o amor precisa se asserenar, se suavizar, alimentando-se de eternidade!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

ESPIRITISMO: HERESIA?



“E, indo, pregai, dizendo: o reino dos céus está próximo.
                        Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios. 
De graça recebestes, de graça dai.” 
(Jesus, Mt: 10:5-15)



Por Jorge Luiz (*)


"Porás no cabeçalho do livro o ramo de parreira que te desenhamos porque é ele o emblema do trabalho do Criador" (Prolegômenos, "O Livro dos Espíritos")
          Por volta do século II, multiplicavam-se as seitas no seio do Cristianismo Primitivo, nas regiões da Ásia e da Frígia (moderna Turquia), principalmente pela ausência de bispos suficientes para coordenar essas regiões.
            Ireneu, ou Irineu de Lyon (130-202), bispo grego, teólogo e escritor cristão, numa tentativa de proteger os cristãos, escreve a obra Sobre a Detecção e Refutação da Chamada Gnosis, em cinco volumes, também conhecida como Contra Heresia (Adversus Haeresis), obra da coleção Patrística.  
            Observe-se como ele definiu bem as práticas dos primeiros cristãos, segundo citação de Elaine Pagels, professora de religião na Universidade de Princeton, USA, em sua obra Além de Toda Crença:

Os que são verdadeiramente seus discípulos expulsam demônios de fato. (...) Outros preveem coisas que acontecerão; têm visões e dizem profecias (...) outros, ainda,  curam os doentes impondo as mãos sobre eles, que ficam em completa saúde.
(...) Não é possível dizer quantos dons a igreja no mundo todo recebeu em nome de Jesus Cristo e usa todos os dias em benefício das nações, sem enganar ninguém nem aceitar dinheiro nenhum. (grifos meus).

domingo, 2 de novembro de 2014

MORTE E VIDA

Cena da novela "Amor Eterno Amor"

Respeitar os despojos mortais do ente querido que atravessou os portais da morte é atitude aceitável, saudável e até elogiável; mas tomá-los pela consciência imortal, paralisando-se em sintonia e preocupação demasiadas com eles é comportamento incompatível com a razão, na realidade última e vera da vida.

Pensar no familiar ou no companheiro que partiu no cumprimento vital do fenômeno biológico da morte como um finado, somente é admissível no sentido de epílogo de sua experiência carnal, jamais como seu aniquilamento, sua nadificação ou sua ausência eterna e irremissível.

MORRER É RETORNAR PARA CASA¹



              

 Por Roberto Caldas (*)


Cena do filme "Nosso Lar"
             Pensemos no mundo como um enorme aeroporto! Todos que estamos lá temos a nítida certeza de que temos algo a realizar momentaneamente e logo haveremos de retornar aos compromissos da rotina. De outra forma, só estamos lá enquanto esperamos que alguém chegue ou para ver a quem parte. Ali é um lugar de encontros e despedidas, uma instância de emoções de alegrias e saudades a depender se é momento de chegada ou de partida. Além daquele espaço, a vida continua para todos, apesar de estarmos vivendo cada um a sua própria realidade. Talvez seja o espaço que mais represente o nascer e o morrer na Terra.
            Afinal, o nosso belo planeta azul é uma pátria passageira aos nossos intentos de evolução contínua, um repouso e escola, uma querida instância de aprendizados. Temos uma programação que pertence a cada um, sem sabermos exatamente a hora de partir em viagem que nos permita a reentrada no mundo invisível, aquele que abraça a todos que nos dão o adeus e partem através da morte.

sábado, 1 de novembro de 2014

DIA DOS MORTOS



Por Paulo Eduardo (*)



Amanhã, 2 de novembro, mais um Dia de Finados. Expressiva relembrança dos que partiram para a vida no além. São festejos em todos os cemitérios. Praças de evocação dos que cumpriram encarnações nos mais variados corpos físicos. Dia dos Mortos como forma lídima de vivenciar saudades. Oportunidade de reviver convivências que nos foram e continuam sendo caras. Simbologia marcante de momentos inesquecíveis. Dia dos Mortos em que surgem bem vivos entes queridos. Pausa no labor dos espíritos nos páramos celestiais. A turma dos chamados mortos recebe o carinho das preces. Há o retorno em vibrações de amor puro e fraternal. Data num rito religioso de respeito a quem partiu. Saudade em configuração de mil sentimentos.