domingo, 28 de outubro de 2012

ELOGIO À SIMPLICIDADE




“Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva
com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte
corrompidos os vossos entendimentos, e se apartem

da simplicidade que há em Cristo.” (2Cor, 11:3)
 

            Como a simplicidade da unidade de Allan Kardec tornou-se o “bicho de sete cabeças” chamado unificação do movimento espírita brasileiro.

            Jesus utilizou-se da simplicidade das parábolas para facilitar o entendimento daqueles que o ouviam.
            O triunfo da simplicidade é o surgimento do fogo. Mentes simples e ignorantes através de um pedaço de madeira esfregando noutro realizam a maior conquista do ser humano na pré-história. Podemos vislumbrar essa epopeia no belíssimo filme “Guerra do Fogo”.
           Segundo o professor Herculano Pires, Jesus criou a didática naturalista, ao recorrer frequentemente em termos comparativos, sem artifícios, com simplicidade e naturalidade. A Pedagogia de Jesus e sua didática naturalista renascem em Pestalozzi, que as transmite a Allan Kardec.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A VOCÊ QUE ESTÁ CHEGANDO






Hoje a palavra é para você, companheiro de muitas procuras, que chega à Casa Espírita em busca do bálsamo que alivie uma grande dor, da palavra que ajude a superar um momento de crise ou que preencha algum “não sei que” esquisito que lhe deixa um enorme vazio cá dentro do peito.

Talvez essa seja a derradeira porta, após tantas tentativas de encontrar o equilíbrio, a paz, enfim, o sentido da vida. E o seu coração se divide agora entre esperanças e temores. Afinal, foram tantas as frustrações... Mas, como diz a canção da Zizi...“Vá, e entre por aquela porta ali, não tem caminho fácil não, é só dar um tempo que o amor chega até você”...

Pois é, amigo, grupos espíritas não são igrejas. São espaços fraternos de vivência do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, uma espécie de oficinas do bem, onde se busca, em conjunto, aprender e exercitar esse tão decantado amor ao próximo. Então, por favor, não nos idealize. Não espere uma bondade e elevação que ainda não possuímos.

domingo, 21 de outubro de 2012

CAUSA E EFEITO


Por Gilberto Veras (*)

     Essa lei, também conhecida pela denominação de ação e reação, aplica-se ao mundo material e ao mundo espiritual, no âmbito das formas foi descoberta por Isaac Newton , a terceira das leis mecânicas, assim  enunciada: toda ação aplicada por um corpo “a” em um corpo “b” gera uma reação deste naquele, com força igual em módulo e direção mas oposta no sentido, neste campo é muito fácil sentir a veracidade da lei, mormente no que se refere à reação, basta esmurrar um objeto sólido de formação molecular compacta, o agredido nada demonstrará devido a forma estrutural mas responderá à altura, e a mão agressora sofrerá as consequências. Na esfera etérea, há necessidade de interpretação mais aprofundada.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

OS INCOMODADOS NÃO MUDAM





Por Jorge Luiz (*)


            O Brasil acompanha atentamente o julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal. Fato interessante que tem marcado o julgamento são os debates jurisprudenciais entre os ministros Joaquim Barbosa, relator do processo e o revisor Ricardo Lewandowski. Palavras fortes vêm sendo usadas e também intervenções de outros ministros.
            O espírito de cizânia que se observa talvez até torne as relações entre os envolvidos numa convivência difícil, o que não acredito, tratando-se de magistrados integrantes da Alta Corte do Brasil.
           Aquilo que pareceria um problema, no meu entendimento, é sinal de que realmente o órgão é suficientemente plural e de que seus integrantes estão, de fato, empenhados na missão que lhes foi confiada.
           A rudeza discordante vista como defeito no âmbito individual, converte-se em qualidade em uma corte da qual se exige diversidade.
          Essas lições ofertadas pelos ministros do STF são importantes para um confrontamento com algumas situações pitorescas que ocorrem nos grupamentos espíritas.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

UTILIZAR OU NÃO UTILIZAR O BOM SENSO?






Por Alkíndar de Oliveira (*)

            Existem duas principais maneiras de tornar possível o impossível, a primeira: utilizarmos do bom senso; a segunda: não utilizarmos do bom senso. Pode parecer paradoxal esta afirmação, e de fato ela a é. O lado positivo desta questão: a criatividade aflora com mais facilidade a partir de análises meticulosas de questões paradoxais.
            Uma interessante informação: se fizermos a seguinte pergunta: “Qual é a qualidade que poucos possuem, mas todos julgam possuí-la?”, a resposta mais óbvia será: bom senso. Faça uma pesquisa sobre este tema. Pergunte a dez pessoas do seu relacionamento se elas julgam ter bom senso. Essa é uma das poucas questões em que há unanimidade nas respostas. Todos os seus amigos, sem nenhuma exceção, irão dizer a você que são pessoas de bom senso. Mas, como você conhece-os bem, concluirá que não é bem assim... Se quiser continuar a pesquisa, faça a mesma pergunta a uma pessoa que você comprovadamente sabe que, se há uma qualidade que ela não possui, essa qualidade é o bom senso. Porém, essa pessoa totalmente desprovida de bom senso também dirá que tem essa qualidade.

domingo, 14 de outubro de 2012

AMAI-VOS E INSTRUÍ-VOS!




 Por Gilberto Veras (*)


Não há obra que prescinda da base de sustentação, a fundação não pode ser esquecida, pois dela origina-se o produto, isso é válido para qualquer natureza de empreendimento, tanto material como espiritual. Se essa fase for omitida os objetivos do projeto não serão alcançados, morrem na beira da praia, exaustos de tanto nadar contra ondas revoltas que não encontram apoio solidário e estabilizador, apenas o tempo de ocorrência do desastre se apresenta diferenciado nos dois casos (o das obras espirituais é mais lento do que o das materiais, fenômeno sempre observado nas duas modalidades de trabalho, as realizações do espírito são mais demoradas do que as da matéria).
            Restringir-me-ei ao labor espiritual para defender esse entendimento, e aqui me parece óbvia a necessidade de a execução do projeto iniciar pelo primeiro passo (a base, a fundação), para alcançar, de modo eficaz e eficiente, desiderato divino, a Felicidade do Espírito imortal que somos todos nós, filhos poderosos do Pai da Vida. E qual é a primeira providência, aquela que se alinha com as leis superiores?

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A RELIGIÃO ARRELIGIOSA








            

            Por quase dois milênios os teólogos cristãos consideraram como condição essencial para a salvação do indivíduo e a sua recepção no Reino de Deus, a sua vinculação à igreja, por ela ser o único lugar que se pode viver na comunhão com Cristo. Essa orientação varia dentro das diversas teologias católicas e protestantes.
            Os dados do IBGE no censo de 2010, no contexto da chamada POF (Pesquisa Sobre Orçamento Familiar) apontam para desinstitucionalização religiosa do indivíduo e a queda do número de profitentes das religiões ditas históricas.
            O que é de fundamental importância é que o conceito denominacional está não só em franco desuso, como também em declínio tanto na América do Norte como no Brasil. Surge, portanto, para estudiosos da religião o “religioso genérico.”
       Ora, não estando o indivíduo mais vinculado a uma denominação religiosa, à sua pregação, sua vinculação far-se-á diretamente com Deus, ante o reconhecimento de sua vida e obras.
            Há um paradoxo em todo esse cenário temos que admitir, da mesma forma que ocorre a dessacralização, o homem busca um sentido para a sua espiritualidade. Isto é, as pessoas estão se divorciando das igrejas, mas não do desejo de Espiritualidade. As pessoas querem viver a experiência cristã no recôndito de sua vida.
          Derivando desse cenário, há uma necessidade de uma reinterpretação das religiões em explicar as origens do Universo e da vida, vem forçando os teólogos a racionalizarem novas explicações e novos padrões de acomodamento da religião num mundo cada vez mais dominado pela razão. É o instante da arreligiosidade das religiões.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

AUTO-DE-FÉ DE BARCELONA

"Espíritas de todos os países! Não esqueçais a data de 9 de outubro de 1861. Será marcada nos anais do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia de festa e não de luta, porque é o penhor de vosso próximo triunfo." (Allan Kardec)
(Tela do artista plástico cearense Thales Oliveira)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

NOVA (?) MISSÃO DOS ESPÍRITAS





 Por Alkíndar de Oliveira (*)

“Ide a pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar, em favor da sua divulgação, hábitos, trabalhos, ocupações fúteis. Ide e pregai: os Espíritos elevados estão convosco."(Espírito Erasto)

        As palavras do espírito protetor Erasto, não só ressaltam a importância do espírita consciente em divulgar o Espiritismo, como nos faz refletir sobre outro ângulo da necessária divulgação. Leva-nos, as palavras de Erasto, a indagar:
"Será que esse ‘Ide e pregai’ significa pregar as palavras divinas nas casas espíritas, apenas?"
"Será que Erasto não estava utilizando de uma amplitude maior, imaginando a importância de pregarmos as palavras divinas não somente nas casas espíritas?"
            É importante que conscientizemo-nos, que é missão dos espíritas, divulgar as palavras consoladoras não somente para os espíritas, mas para todas as pessoas. Não teremos dúvida quanto a essa dedução se atentarmos à seguinte frase contida no texto "Missão dos Espíritas": "Certamente falareis com pessoas que não quererão ouvir a palavra de Deus(...)". Se o espírito Erasto disse que falaríamos a quem não quer ouvir a palavra de Deus, certamente não estava se referindo aos frequentadores da Casa Espírita. A boa lógica leva-nos a concluir que nossa missão vai além do que hoje estamos fazendo.        Precisamos começar uma verdadeira cruzada a favor da divulgação de nossa Doutrina. O culto ao bezerro de ouro precisa ser combatido com todas as forças.
            Cruzada?
            Combater o culto ao bezerro de ouro?

sábado, 6 de outubro de 2012

DIVULGAÇÃO DO ESPIRITISMO




Por Gilberto Veras (*)




        O Espiritismo é uma doutrina pouco compreendida, tanto pela sociedade em geral, como pelo próprio movimento espírita, e, no meu entender, a falha está localizada no modo como é apresentado às pessoas, isto é, em sua divulgação, principalmente a oral, tudo por conta da dificuldade de entender a definição de espírita. Explico.
            O que é ser espírita.
         O espírita é aquele que desenvolve suas virtudes divinais no relacionamento com o próximo, exercita o bem com perseverança e amor no coração, e, dessa maneira, combate o mal externo e nele próprio (o mal é desmanchado na presença do bem), essa definição corrobora com palavras do codificador da doutrina filosófica, de aspecto moral e revelada com a luz da lógica e racionalidade: reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. Depreende-se, então, que o distintivo de espírita é validado pela conduta moral, no comportamento íntegro, fraterno e respeitoso, amparado pelo sentimento incondicional de amor, independente de culturas religiosas. E vem a pergunta proposital: se assim é, poderemos encontrar o verdadeiro espírita fora do movimento espírita e até mesmo em seitas outras, religiosas ou não?      Do espírita no sentido básico, sim, do verdadeiro espírita, talvez, porque esta qualificação presume o conhecimento e convencimento do conteúdo completo da doutrina. Não são poucos os exemplos de almas que não atuam (ou não atuaram) no movimento espírita e detém (ou detiveram) a qualidade moral indispensável no espírita. É lícito e justo reconhecer que o Espírito avança ao desenvolver virtudes que são comuns a toda criatura, e não são religiões que acionam esses talentos e sim cada filho do Pai Amoroso, ao decidir pela força da vontade despertada por auxílios superiores.