Por Mário Portela
A
internet está novamente ouriçada com o desafio dos dez anos. A moda nos incita
a postar nas redes sociais uma foto do ano de 2013 e outra, atual de 2023.
Colocadas uma ao lado da outra, podemos observar o quanto mudamos. Será? A
brincadeira é interessante, considerando-se o surgimento de diversos memes
divertidos. Além disso, apareceram, também, postagens reflexivas apresentando o
antes e o depois da natureza, alertando-nos para as agressões que estamos
cometendo ao meio ambiente. Há, ainda, aqueloutros que expõem envaidecidos suas
fotografias, testificando o quanto obtiveram progresso em suas características
físicas. Mas, brincadeiras à parte, que mudanças significativas imprimimos em
nós nesses dez últimos anos? Somos os mesmos e vivemos como os nossos pais,
como afirmava o poeta? Ou saneamos com êxito o pensamento, conquistando
maturidade e equilíbrio? Afinal, amadurecemos ou apenas envelhecemos? Diante de
tantas expectativas e novidades da vida contemporânea, como entender a velha
dicotomia essência versus aparência? As respostas para tais questionamentos são
de fundamental importância para que convivamos pacificamente com nós mesmos e
saibamos dialogar com os outros que, de forma semelhante ao que sentimos,
encontram-se perdidos, tateando as paredes dos corredores da vida, aturdidos a
procura de um norte que os conduza, do mesmo modo, ao autoencontro.