Por Dora Incontri (*)
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Jan Amos Comenius (1592-1670) |
“Nosso primeiro desejo é que todos os homens
sejam educados plenamente em sua plena humanidade, não apenas um indivíduo, não
alguns poucos, nem mesmo muitos, mas todos os homens, reunidos e
individualmente, jovens e velhos, ricos e pobres, de nascimento elevado e
humilde — numa palavra, qualquer um cujo destino é ter nascido ser humano: de
forma que afinal toda a espécie humana seja educada, homens de todas as idades,
todas as condições, de ambos os sexos e de todas as nações. Nosso segundo
desejo é que todo homem seja educado integralmente, formado corretamente, não
num objeto particular ou em alguns objetos ou mesmo em muitos, mas em tudo o
que aperfeiçoa a espécie humana; para que ele seja capaz de saber a verdade e
não seja iludido pelo que é falso; para amar o bem e não ser seduzido pelo mal;
para fazer o que deve ser feito e não permitir o que deve ser evitado; para
falar sabiamente sobre tudo, com qualquer um, quando necessário e não ser
estúpido em nenhum assunto e finalmente para lidar com as coisas, com os homens
e com Deus, em todos os sentidos, racionalmente e não precipitadamente e assim
nunca se afastando da meta da felicidade. E educado em todos os aspectos: não
para pompa e exibição, mas para a verdade; quer dizer, para tornar os homens o
mais possível a imagem de Deus, na qual foram criados: verdadeiramente
racionais e sábios, verdadeiramente ativos e espirituais, verdadeiramente
morais e honrados, verdadeiramente pios e santos e assim verdadeiramente
felizes e abençoados tanto aqui, quanto na eternidade. Em suma, para iluminar
todos os homens com a verdadeira sabedoria, para ordenarem suas vidas com
verdadeiros governos e para uni-los a Deus com verdadeira religião, de modo que
ninguém se equivoque em sua missão neste mundo.” (Pampædia)