Na tentativa de entender os fatos, a Doutrina Espírita sempre atiça a mente do Espírito encarnado quando surge o torpor de algum evento catastrófico. Com a guerra que ora sacode a humanidade, não poderia ser diferente.
Na tentativa de entender os fatos, a Doutrina Espírita sempre atiça a mente do Espírito encarnado quando surge o torpor de algum evento catastrófico. Com a guerra que ora sacode a humanidade, não poderia ser diferente.
O movimento espírita hegemônico no Brasil: federativo, conservador e religioso, fechado em seus mitos e em sua suposta “pureza doutrinária”, algo do tipo: “somos os defensores do verdadeiro espiritismo”, sobrevive de seu próprio dogmatismo. Não é ignorado de todos que conhecem a história do espiritismo em solo brasileiro, que a Federação Espírita Brasileira (FEB) tentou adiar ao máximo possível o estudo do espiritismo. Certamente, havia uma intencionalidade presente nesse intento: preservar seu status quo. A falta de conhecimento dos espíritas gerou uma dependência absurda dos chamados órgãos unificadores.
Transformaram Deus em homem, e deram a ele a condição de vingar-se, o instituíram de tal maneira com poderes místicos e maléficos, que em breves tempos, passou a ser o responsável pela dor, pela miséria, pela violência, pela corrupção, pelo feminicidio, pela LGBTfobia, pelos racismos, pela fome, pelo voto equivocado, pelas ações insanas de gestores públicos, e quando pensamos que não havia mais maldade além das que lhe já haviam sido atribuídas, eis que a referida deidade, lança sobre bons e pecadores a sua cartada final de desumanidades, a COVID – 19, levando seus pretensos seguidores a chegarem à seguinte conclusão: “Mexeram com deus. É a ira de Deus...”. É a simples omissão dos homens de suas responsabilidades mais vis.
Difícil admitir que em época de tanto desenvolvimento tecnológico e sociológico a humanidade esteja em posição de refém diante da possibilidade de uma devastação de amplitude mundial orquestrada pela necessidade homicida de duas potências imperialistas que resolveram jogar xadrez geopolítico. Não bastasse todo sofrimento perpetrado por dois anos de pandemia com tantas vítimas. A diferença é que vírus não pensa nem planeja destruir.
É comum que nas disputas de todo gênero, especialmente quando envolvem bens, guarda de filhos ou supostos danos morais, ofensas consideradas graves, separações ou rompimentos afetivos, que a figura da vingança surja com toda força.
Nomes velhos têm desvantagens porque carregam consigo uma história de erros. Carreguemos o nome do cristianismo, no entanto, em homenagem ao Cristo. E em homenagem aos sinceros cristãos, que foram explorados faz dois mil anos, mas são mais justos que os homens da ciência burguesa que os denunciaram como simples. Cientistas e pensadores que não deixaram no fundo de ser exploradores, pois que em geral nunca quiseram e se propuseram a libertar os explorados. Ainda hoje a esperança do homem simples, do cristão pobre e oprimido, é muito mais justa que a ciência que reveste de argumentações e hermenêuticas os discursos da sociedade decadente. Em homenagem aos cristãos, iludidos, mas de sentimentos sinceros, e não aos líderes cristãos, exploradores com ou sem ciência disso, o cristianismo é uma palavra que rende preitos ao Cristo.
Quem ainda não constatou em algum momento da vida que não fez uma escolha correta, muito embora a verdade estivesse às claras? Em tempos de fakenews e polarização político-partidária, autoritarismo, esses eventos saltam aos olhos.
Vive-se, no Brasil, de forma muito peculiar, analisados os contextos distintos, o que os alemães viveram no nazismo e que levou Hitler a confidenciar a um colaborador íntimo seu, do “especial prazer secreto de ver como as pessoas ao nosso redor não conseguem perceber realmente o que está acontecendo com elas.” Já Paul Joseph Goebbels, seu ministro da Propaganda, jactava-se de dedilhar na psique do povo alemão “como um piano”.
A ciência comprova que a extensão percebida pelos nossos órgãos da audição joga para o imperceptível a maior parte dos estímulos sonoros que vibram em nosso entorno. É conhecida a maior capacidade auditiva dos cães, elefantes e morcegos em relação aos humanos. Considerando que a espécie humana seja a única que desenvolveu a técnica da fonação dinâmica, muito além da simples repetição de palavras, parece que decidimos falar muito mais do que ouvimos.
Como é bonito insistir na linguagem vilipendiada em momentos de dispersão da razão e da razoabilidade até na fala! Há beleza em manter conceitos altruístas quando ao redor prevalece a imagem destrutiva da ironia ácida que corrói relações. Assim no mundo, no país, no território local, nas vivências virtuais, onde a distância da virtude se tornou razão de força e canto comum de aprovação em curtidas.
Se há um equívoco humano onde costumamos nos perder intensamente, com graves prejuízos para os ideais que julgamos lutar em favor, é nos colocarmos como donos da verdade.
As vitrines das igrejas no Brasil estão cheias dos mais variados tipos cristãos, principalmente os que enriquecem com o suor e as misérias do outro.
Na realidade, a ética capitalista solapou a ética cristã e a transformou na “ética do bolso”. Não importam os conceitos morais se a capacidade de acumular está sendo atendida. Às favas a moral.Os cristãos vivem uma ética duvidosa.
Paulo Eduardo M. Sobrinho - desencarnação 02/03/2022 |
Quando uma voz se cala. O ouvido ressoa o silêncio. A mente viaja nos sons que passam a fazer parte de uma saudade. Como se uma a torcida refletisse agora sobre o resultado de uma expectativa que se concretizou. Enquanto dobra as bandeiras e imagina como seria se o fato fosse diferente daquele traduzido pela realidade.
Entardeceres e amanheceres. Chuva e estiagem. Ciclos e estações. Viajando numa velocidade alucinante, tanto quanto imperceptível. Grande carrossel azul, a casa que nos alberga é janela aberta ao universo que se alonga ao infinito diante das potentes lentes dos mais sofisticados telescópios.
Em uma passagem bem significativa de O Novo Testamento, há o relato do cego chamado Bartimeu que estava sentado na beira do caminho, na saída de Jericó, a pedir esmola. Ouvindo as pessoas que alertavam sobre a presença do Mestre passando por ali, o pedinte, desejando comunicar-se com o Cristo, começou a gritar: - “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim”. O amável Rabi, notando sua presença, mandou lhe chamar e perguntou-lhe:
- O que queres que te faça?