segunda-feira, 27 de julho de 2020

SABERES



                Muito se há escrito sobre tantas coisas. Há especialistas versados em matérias tão variadas que seria impossível uma só pessoa deter os conhecimentos enciclopédicos que permeiam os segredos da observação dos diferentes núcleos da inteligência. Estuda-se desde os temas associados com as necessidades mais prementes da humanidade quanto a importância dos alimentos para a boa nutrição até a respeito dos micro-organismos que digerem a celulose nos intestinos dos cupins. Há tratados de grande profundidade a pretexto de qualquer tema. Há sabedorias para todos os gostos e não adianta querer saber tudo, pois isso é impossível, pelo menos considerando uma única existência por mais longa que fosse.

            O fato de alguém se substabelecer como grande conhecedor de um campo específico de estudos não lhe garante autoridade intelectual de opinião em outras temáticas estranhas ao seu campo de pesquisas. O matemático experiente terá domínio sobre teorias e abstrações de suas teses, mas deverá ter atitude de leigo ao discutir questões atinentes à Biologia e à Sociologia, de cujas ciências não detém igual profundidade. A maneira mais adequada de apreender novas informações é a admissão de desconhecimento daquilo que, de fato, não se conhece. Intentar trazer autoridade acadêmica de um campo conquistado para teses que pouco conhece é pedantice.
            Infelizmente temos que assistir, por canais diferentes, muitas pessoas exibindo opiniões a respeito do Espiritismo sem que jamais tenham gasto sequer um minuto na observação séria de seus postulados. Muitos se valem da consideração que usufruem dos estudos que realiza nos campos da Ciência, da Filosofia ou mesmo da Religião, onde possuem relevância e respeito, para assumirem papel de críticos à Doutrina dos Espíritos como se fosse possível simplificar a crítica apenas pela expertise que aqueles outros conhecimentos lhes conferem.  Não é bem assim que a banda toca.
            O Espiritismo não resume os seus conhecimentos apenas no crer ou não crer e reserva liberdade intelectual para aquele que se digne estudá-lo, pelo chamado que faz à razão e ao bom senso. Possui uma trilha de formação denominada de Codificação Kardeciana, cuja base se respalda na Universalidade do Ensino dos Espíritos Superiores. Admite como sua baliza, nas palavras do Espírito Erasto (O Livro dos Médiuns – Cap.XX) “rejeitar dez verdades que admitir uma só mentira, uma só teoria falsa”. Muitas vezes se vê acossado pela falta de estudos daqueles que perambulam nas casas espíritas sem o devido estudo e com isso servindo para tornar maior a ala dos detratores, com a implicação de que parecem representar uma opinião espírita quando a desconhecem, pela preguiça mental em fazer as leituras necessárias. Não há receita para aprender, senão estudar e experimentar as idéias.
            Todo conhecimento importa e é útil, se aplicado em áreas afins. O conhecimento nos diversos campos não dá necessariamente a capacidade de analisar o Espiritismo, doutrina que respeita todas as formas de pensar e incentiva o livre pensamento e aceita toda forma de lógica responsável que leve à liberdade de escolha. O conteúdo que contém ainda não foi alcançado pelas conjecturas meramente materiais, pois a mensagem que traz sinaliza para o transcendental que ainda estamos longe de alcançar em sua magnitude. Estude o Espiritismo.    

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