sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

SOLUCIONANDO PROBLEMAS


     
            Excetuadas as situações de enfermidades orgânicas e morais graves que alcançam os espaços familiares, raramente sucedem ocorrências de extrema urgência na vida da pessoa comum. Além daquelas já citadas, as situações que acometem não passam de convites para o exercício de habilidades na aquisição da paciência e da temperança.

            Bastaria uma honesta e minuciosa avaliação dos fatos que povoaram um dia de rotina, a ser realizada findada a noite e na hora do repouso noturno, e provavelmente os detalhes dos momentos em que nos afligimos mostraria o quanto gastamos de energia sem necessidade e reagimos guiados pela pressa e a irreflexão. Esse inventário de nada adiantará se o despertar do dia seguinte não trouxer renovadas pretensões de mudança do velho hábito da pressa e da aflição reativa diante dos pequenos obstáculos.  
         A maioria das pessoas questionada se elegeria a pressa e a aflição como ferramentas emocionais para a solução dos seus problemas responderia: Não. Então, por que esses são os instrumentos mais utilizados quando os problemas nos alcançam? A associação deles é que remete a sociedade para uma trajetória de crescente ansiedade. Lidamos com as situações como se fossem verdadeiras “batatas quentes”, das quais o maior desejo é se livrar passando adiante como se faz numa brincadeira em que se joga de um para o outro com a finalidade de não queimar as mãos.
            Quantas vezes perdemos a paciência diante de um objeto que está fora do lugar? Ou nos irritamos porque o outro não escutou a nossa pergunta? Ou brigamos pelo atraso para um encontro? Ou ficamos infelizes porque a resposta que era esperada não veio? Ou ainda porque alguém falhou na execução de um pequeno serviço que combinamos? Respondemos aos gritos quando alguém nos pede para ficar calmos? Eu estou CALMO (A)!
            Calma. Tem solução. Parece que o problema é universal. Há os que já o superaram, mas certamente não estão se entrechocando nas esquinas das grandes aglomerações. São mais raros de ser encontrados. Percentual gigantesco das pessoas acaba caindo na armadilha do destempero. Trata-se de uma questão de treinamento. Alguém se lembra do personagem Zeca Diabo do folhetim O Bem Amado? Desde que decidiu não mais fazer vítimas, toda vez que era provocado sofria horrores, pela força do impulso, até que a vontade passava. Ali estava a representação da nossa disposição belicosa. Sair do círculo vicioso da reclamação e da querela é mais difícil do que ceder ao ímpeto de soltar o verbo.
            O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. IX – Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos – A Paciência) nos traz pela mensagem de Um Espírito Amigo (Havre 1862) que “a vida é difícil, bem o sei, constituindo-se de mil bagatelas que são como alfinetadas e acabam por nos ferir” e em seguida indica a solução: “o fardo parece menos pesado quando se olha para o alto, do que quando se curva a fronte para o chão” e ensina que a paciência é uma forma de ser caridoso com o outro.
            A prática da paciência nos momentos da vida é excelente ferramenta para a solução dos problemas. Tanto dos grandes, que são raros, quanto dos pequenos. Experimenta aí!

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