Pular para o conteúdo principal

UMA NOVA ERA NA DIVULGAÇÃO DO ESPIRITISMO






Por Jorge Luiz (*)



            Foi com grata e feliz surpresa que ao visitar o site da Federação Espírita Brasileira - (FEB), deparei-me com a disponibilidade de cursos à distância para a capacitação de gestão de centros espíritas. Dentro da campanha intitulada “Uma Nova Era na Divulgação do Espiritismo”, a FEB criou o “Projeto Gestão de Centros Espíritas”, com inscrições abertas para os cursos: I – Centro Espírita – Visão Geral; II – Estrutura e Funcionamento do Movimento Espírita.
            O projeto, no entanto, prevê a oferta de outros cursos já em desenvolvimento: O Dirigente e os Colaboradores; O Dirigente e o Processo de Trabalho; Aspectos Gerais da Organização Jurídica no Centro Espírita e a Sustentabilidade Financeira do Centro Espírita. Referendamos a iniciativa, pois do conteúdo ainda não temos conhecimento.
            Na realidade, fiquei duplamente feliz e gratificado. No biênio 2005-2006, oportunidade em que exerci as funções de secretário-geral da Federação Espírita do Ceará, elaborei, inclusive com apoio de recursos audiovisuais, curso para dirigentes espíritas parecido com os atuais ofertados pela FEB. O treinamento é constituído pelos seguintes módulos:

·         Módulo I – O Centro Espírita;
·         Módulo II – O Dirigente Espírita;
·         Módulo III – O Dirigente e o Movimento Espírita;
·         Módulo IV – O Dirigente e os colaboradores espíritas;
·         Módulo V – O Dirigente Espírita COACH;
·         Módulo VI – O Dirigente Espírita e o seu processo de trabalho;
·         Módulo VII – Lidando com a consciência espírita.

            O curso ainda conta com a análise de filmes que abordam a liderança eficaz, trabalho em equipe, técnica de reunião, criatividade, direção sensata, além de uma bibliografia vastíssima, espírita e não espírita.

               Infelizmente, por falta de apoio logístico não se conseguiu viabilizar o treinamento.
            Os leitores deste blog têm acompanhado a forma enfática e insistente que postamos artigos que fazem referência à gestão dos centros espíritas; ao estilo de liderança; a falta de planejamento. O último “canteiro” sobre “Liderança Espírita” demostrei claramente onde está a gênese de todas as dificuldades que atravessa o movimento doutrinário-espírita.
            Não considerem isso como laivo de vaidade ou coisa parecida. Abraham Lincoln (1809-1865), 16º presidente do EUA, afirmava que “Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar.” Contribuir para a melhoria desses processos é o principal móvel que nos anima. Portanto, esta demonstração é pela justeza das nossas insistentes observações sobre o assunto.
            A iniciativa da FEB é louvável, não restam dúvidas. O sucesso da empreitada, entretanto, está na ponta. As Federativas Estaduais devem articular de forma planejada com os órgãos informais de unificação para que os dirigentes realizem os cursos. Os dirigentes espíritas não só devem participar como estimular a participação de outros colaboradores, que comporão equipe de multiplicadores. A equipe, coordenada pelo dirigente, compartilhará os conhecimentos e experiências para que delas surjam mudanças estruturais, diretivas e tornem a dinâmica operacional-administrativa das Casas mais eficientes.
            O desafio está lançado.
            As possibilidades estão sendo ofertadas.
            As iniciativas devem ser tomadas.
          O movimento espírita que hoje participamos não é o desejável para operar as mudanças que a Humanidade espera. Cabe a cada um a adoção de posturas que contribuam para a sua melhoria.
       Chegamos naquele estágio da evolução em que Allan Kardec, em “A Gênese”, prognosticou: O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Somente o Espiritismo é mais apto, do que qualquer doutrina a secundar o movimento de regeneração.
           
            E o apelo do Mestre Jesus ainda ecoa, na Parábola do Mordomo Infiel:

            “Dá contas da tua administração, porque já não poderás ser meu administrador.”


Post Scriptum: maiores informações: http://www.sistemas.febnet.org.br/gestao/
(*) livre pensador, blogueiro e voluntário do ICE.

Comentários

  1. Caro, Jorge. Ótimo artigo.
    Acho que dentro de alguns anos o espiritismo irá sofrer uma reviravolta positiva.

    ResponderExcluir
  2. Muito Bom, Jorge, Parabéns. ( Nonato/CE A B E M )

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

SOBRE ATALHOS E O CAMINHO NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO JUSTO E FELIZ... (1)

  NOVA ARTICULISTA: Klycia Fontenele, é professora de jornalismo, escritora e integrante do Coletivo Girassóis, Fortaleza (CE) “Você me pergunta/aonde eu quero chegar/se há tantos caminhos na vida/e pouca esperança no ar/e até a gaivota que voa/já tem seu caminho no ar...”[Caminhos, Raul Seixas]   Quem vive relativamente tranquilo, mas tem o mínimo de sensibilidade, e olha o mundo ao redor para além do seu cercado se compadece diante das profundas desigualdades sociais que maltratam a alma e a carne de muita gente. E, se porventura, também tenha empatia, deseja no íntimo, e até imagina, uma sociedade que destrua a miséria e qualquer outra forma de opressão que macule nossa vida coletiva. Deseja, sonha e tenta construir esta transformação social que revolucionaria o mundo; que revolucionará o mundo!

SOCIALISMO E ESPIRITISMO: Uma revista espírita

“O homem é livre na medida em que coloca seus atos em harmonia com as leis universais. Para reinar a ordem social, o Espiritismo, o Socialismo e o Cristianismo devem dar-se nas mãos; do Espiritismo pode nascer o Socialismo idealista.” ( Arthur Conan Doyle) Allan Kardec ao elaborar os princípios da unidade tinha em mente que os espíritas fossem capazes de tecer uma teia social espírita , de base morfológica e que daria suporte doutrinário para as Instituições operarem as transformações necessárias ao homem. A unidade de princípios calcada na filosofia social espírita daria a liga necessária à elasticidade e resistência aos laços que devem unir os espíritas no seio dos ideais do socialismo-cristão. A opção por um “espiritismo religioso” fundado pelo roustainguismo de Bezerra Menezes, através da Federação Espírita Brasileira, e do ranço católico de Luiz de Olympio Telles de Menezes, na Bahia, sufocou no Brasil o vetor socialista-cristão da Doutrina Espírita. Telles, ao ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ESPIRITISMO E POLÍTICA¹

  Coragem, coragem Se o que você quer é aquilo que pensa e faz Coragem, coragem Eu sei que você pode mais (Por quem os sinos dobram. Raul Seixas)                  A leitura superficial de uma obra tão vasta e densa como é a obra espírita, deixada por Allan Kardec, resulta, muitas vezes, em interpretações limitadas ou, até mesmo, equivocadas. É por isso que inicio fazendo um chamado, a todos os presentes, para que se debrucem sobre as obras que fundamentam a Doutrina Espírita, através de um estudo contínuo e sincero.

O BRASIL CÍNICO: A “FESTA POBRE” E O PATRIMONIALISMO NA CANÇÃO DE CAZUZA

  Por Jorge Luiz “Não me convidaram/Pra esta festa pobre/Que os homens armaram/Pra me convencer/A pagar sem ver/Toda essa droga/Que já vem malhada/Antes de eu nascer/(...)/Brasil/Mostra a tua cara/Quero ver quem paga/Pra gente ficar assim/Brasil/Qual é o teu negócio/O nome do teu sócio/Confia em mim.”   “ A ‘ Festa Pobre ’ e os Sócios Ocultos: Uma Análise da Canção ‘ Brasil ’”             Os verso s acima são da música Brasil , composta em 1988 por Cazuza, período da redemocratização do Brasil, notabilizando-se na voz de Gal Costa. A música foi tema da novela Vale Tudo (1988), atualmente exibida em remake.             A festa “pobre” citada na realidade ocorreu, realizada por aqueles que se convencionou chamar “mercado”,   para se discutir um novo plano financeiro, para conter a inflação galopante que assolava a Nação. Por trás da ironia da pobreza, re...

TRAPALHADAS "ESPÍRITAS" - ROLAM AS PEDRAS

  Por Marcelo Teixeira Pensei muito antes de escrever as linhas a seguir. Fiquei com receio de ser levado à conta de um arrogante fazendo troça da fé alheia. Minha intenção não é essa. Muito do que vou narrar neste e nos próximos episódios talvez soe engraçado. Meu objetivo, no entanto, é chamar atenção para a necessidade de estudarmos Kardec. Alguns locais e situações que citarei não se dizem espíritas, mas espiritualistas ou ecléticos. Por isso, é importante que eu diga que também não estou dizendo que eles estão errados e que o movimento espírita, do qual faço parte, é que está certo. Seria muita presunção de minha parte. Mesmo porque, pelo que me foi passado, todos primam pela boa intenção. E isso é o que vale.

OS ESPÍRITAS FAZEM PROSELITISMO?

  Por Francisco Castro (*) Se entendermos que fazer proselitismo é montar barracas em praça pública, fazer pessoas assinar fichinha, ou ter que fazer promessa de aceitar essa ou aquela religião? Por outro lado, se entendermos que fazer proselitismo significa fazer visitação porta a porta no sentido de convencer alguém, ou de fazer com que uma pessoa tenha que aceitar essa ou aquela religião? Ou, ainda, de dizer que essa ou aquela religião é a verdadeira, ou de que essa ou aquela religião está errada? Não. Não, os Espíritas não fazem proselitismo! Mas, se entendermos que fazer divulgação da existência da alma, da reencarnação, da comunicabilidade dos Espíritos, da Doutrina dos Espíritos, do Ensino Moral de Jesus e de que ele é modelo e guia da humanidade e não de certa parcela de uma nacionalidade ou de uma religião? A resposta é sim! Os Espíritas fazem proselitismo sim! Qual seria então a razão de termos essa grande quantidade de jornais e revistas espírita...

O ESPIRITISMO É PROGRESSISTA

  “O Espiritismo conduz precisamente ao fim que se propõe todos os homens de progresso. É, pois, impossível que, mesmo sem se conhecer, eles não se encontrem em certos pontos e que, quando se conhecerem, não se deem - a mão para marchar, na mesma rota ao encontro de seus inimigos comuns: os preconceitos sociais, a rotina, o fanatismo, a intolerância e a ignorância.”   Revista Espírita – junho de 1868, (Kardec, 2018), p.174   Viver o Espiritismo sem uma perspectiva social, seria desprezar aquilo que de mais rico e produtivo por ele nos é ofertado. As relações que a Doutrina Espírita estabelece com as questões sociais e as ciências humanas, nos faculta, nos muni de conhecimentos, condições e recursos para atravessarmos as nossas encarnações como Espíritos mais atuantes com o mundo social ao qual fazemos parte.

É HORA DE ESPERANÇARMOS!

    Pé de mamão rompe concreto e brota em paredão de viaduto no DF (fonte g1)   Por Alexandre Júnior Precisamos realmente compreender o que significa este momento e o quanto é importante refletirmos sobre o resultado das urnas. Não é momento de desespero e sim de validarmos o esperançar! A História do Brasil é feita de invasão, colonização, escravização, exploração e morte. Seria ingenuidade nossa imaginarmos que este tipo de política não exerce influência na formação do nosso povo.