sábado, 1 de outubro de 2022

PARA CADA COISA...UM TEMPO

 

 


 Por Roberto Caldas

O Antigo Testamento guarda entre outras obras, uma que exalta a beleza e uma refinada reflexão que alcança os nossos dias com uma atualidade impressionante. Sua autoria aponta para Salomão em seu período de maior sabedoria, os últimos anos de sua existência. O livro intitulado Eclesiastes traz em seus 12 capítulos uma das mais belas e profundas discussões, cuja profundidade desafia a época em que foi escrita.

            O texto traz uma clara advertência ao Espírito encarnado, e o faz chamando a atenção ao ciclo de vida que acontece abaixo da força renovadora do sol. Contextualiza e amplia a importância da existência sobre a Terra e simplesmente lança os grandes problemas humanos num binômio que, fartas vezes, é grafado como VAIDADE e AFLIÇÃO DE ESPÍRITO.

            Poética e sabiamente os versos remetem os pretendentes à vida no corpo para a busca da sabedoria ou a opção pela tolice e a insensatez. Note-se a importância do entendimento dessa admoestação que estampa o capítulo 12 v 1: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento”.

            Mesmo sendo a vida terrena passageira, fugaz, e isso está claro em Eclesiastes, é esse período que promove o programa que haverá de permitir ao Espírito Imortal as ferramentas que habilitam e reabilitam, no trânsito de passagem da multiplicidade dos dias abaixo da luz do Astro-Rei, a programação evolutiva na busca do ser humano pelo encontro com Deus. Tudo é importante e nada é definitivo. Erros e acertos significam experiências, e nada impedirá o trajeto que está fixado nas estrelas e fatalmente haverá de transformar tolos em sábios por mais que tal demore em se concretizar. “Há um tempo certo para cada coisa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu”.

            E assim está descrito em Eclesiastes (3; 1 a 8):” Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz”.

            Cada pessoa vivencia um tempo que lhe é próprio. Individual e intransferível. Nem melhor nem pior do que o tempo vivenciado pelo outro que passa ao lado, apenas a manifestação de cada necessidade. É tolo julgar mais fácil a existência de alguém. É sábio entender que as dificuldades se encontram além das aparências que alimentam o julgamento que se faça. Por fim, Eclesiastes deixa a vívida mensagem do quão fundamental é que se busque companheiros da estrada. Assevera que a dor que se vive sozinho dói em dobro e a alegria que se compartilha igualmente se multiplica. Talvez seja Tempo de Compartilhar, de dividir o pão, de abraçar-se. O Sol nos ilumine.

 

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