Pular para o conteúdo principal

A MEDICINA DA ENERGIA¹






Por Roberto Caldas (*)


            


A Homeopatia é uma disciplina médica-terapêutica experimental desenvolvida pelo médico alemão Christian Friedrich SAMUEL HAHNEMANN (1755/1843), cuja denominação é derivada do grego "homoios-pathos" (sofrimento semelhante), num retorno científico ao pensamento médico-filosófico do pai da Medicina, Hipócrates. Lançada ao mundo em 1796 através de artigos publicados. “ORGANON da arte de curar” em 1810 é o seu primeiro livro.
            Medicina do VITALISMO antecede a Doutrina Espírita nesse conceito, visto que só em 1857, Kardec lançaria O Livro dos Espíritos, cuja questão 67 e anteriores traduzem a mesma concepção homeopática: “A vitalidade é um atributo permanente do agente vital ou apenas se desenvolve pelo funcionamento dos órgãos? – Apenas se desenvolve com o corpo. Não dissemos que esse agente sem a matéria não é a vida? É preciso a união das duas coisas para produzir a vida”.

            O princípios que norteiam a Homeopatia estabelecem que a Natureza possui todos os recursos para manter a pessoa em estado de saúde e que através da harmonia do Princípio Vital se pode predispor o organismo a uma condição saudável. As variações que se observa no corpo físico não passam de desarmonias da vitalidade que acaba por gerar uma predisposição à enfermidade, a qual se expressa através dos sinais e sintomas que não passam de alarmes para a existência de uma patologia interna e causal, cuja cura necessita de medicamentos que tragam equilíbrio à energia interior, não apenas numa abordagem exterior.
            O fato de a Homeopatia lidar com o mundo das energias acabou por aproximá-la dos conceitos espiritistas em solo brasileiro. Há quem acredite que o prescritor dessa ciência tenha que ser necessariamente espírita, o que se constitui num grave engano. Há homeopatas entre os diversos credos e até entre materialistas, desde que admita a existência da energia vital, não importando a destinação do espírito finda a vida. Inclusive é muito comum os chamados receituários mediúnicos terem a Homeopatia como preferência, prática que precisa ser avaliada com bastante cuidado por se tratar a Homeopatia de uma especialidade registrada nos Conselhos Federais de Medicina, Odontologia, Veterinária e Farmácia sendo a sua prescrição permitida apenas para os profissionais dessas áreas.
Importa ressaltar que tanto a Homeopatia quanto o Espiritismo conseguiram suportar aos séculos de perseguição daqueles que intentam constranger a humanidade a observar apenas pelo prisma dos poderes hegemônicos. Resistir a tais empreitadas é que impõe no tempo o que é verdadeiro ou falso. Ainda nos dias atuais há quem queira submeter os princípios homeopáticos ao crivo das ciência materialistas, com os seus recursos ainda pobres para a detecção do mundo das energias, para depois propagá-la uma invencionice. Desconhecem que quando Samuel Hahnemann mudou para Paris, cidade onde foi aclamado pela sua grande inteligência e genialidade, onde faleceu aos 88 anos, os médicos da França quiseram barrar o seu visto para exercer a Medicina naquela cidade, mas obtiveram do então ministro de saúde a seguinte decisão:Dr. Hahnemann fica. Se a ciência que defende for uma farsa cairá por si mesma; se for verdadeira se provará apesar de todas as resistências.  
A ciência homeopática chegou ao Brasil no dia 21 de novembro de 1840, dia da chegada do médico francês Jules Benoit Mure (conhecido no Brasil como Bento Mure). Nesta data se comemora, no País, o “Dia da Homeopatia”.

¹ editorial do programa Antena Espírita de 22.11.2015.
(*) escritor, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda. Última obra lançada: Antena de Luz.


Comentários

  1. Bastante esclarecedor.
    Sempre tive desejo de conhecer o que foi apresentado aqui.
    Obrigado!
    Creio muito na Homeopatia.
    Também penso que, por questão de responsabilidade, seja praticada por profissionais.
    Embora no passado tenhamos tido honrosas exceções.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.