segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

MILITARES ESPÍRITAS




Talvez, à primeira vista, pareça existir uma certa incompatibilidade entre os ensinos evangélicos e a atividade militar. Porém, analisando profundamente o Evangelho de Jesus e refletindo sobre os ensinamentos espíritas das Obras Básicas e Complementares do Espiritismo, logo verifica-se o equívoco de quem, desta maneira, tira suas conclusões.
A atividade militar, como qualquer outra, tem a sua razão e a sua necessidade de existência atual, e deve ser regida, como qualquer outra atividade, por princípios salutares coletivos e individuais.
A cada um de nós compete uma tarefa específica na difusão do bem, e esta função deve ser exercida com moralidade e respeito íntimo. Assim procedendo, cada ser estará contribuindo não só para o seu aperfeiçoamento próprio, mas também para o da coletividade da qual faz parte.

O Major Dentista Jorge Fernandes de Oliveira, em 1995, quando presidia o Núcleo de Manaus da Cruzada dos Militares Espíritas, fez a seguinte colocação sobre este assunto:
“Por isso, mais do que nunca, os legionários de Maurício da atualidade estão convocados à nobre missão do testemunho de sua crença na moral cristã, procurando vivenciá-la dentro e fora das Organizações Militares das Forças Armadas e Auxiliares onde servem. Não importa que os gozadores de plantão procurem ridicularizar os militares que optaram pelo Espiritismo como bússola a orientar suas vidas, julgando, na sua ignorância, que existe incompatibilidade entre os ensinos do Cristo e a atividade militar. Não sabem eles que o exercício profissional sem a moral cristã gera, muitas das vezes, distorções de conduta que fazem com que esqueçamos da ética de respeito à vida e aos nossos semelhantes...”

Neste aspecto, a moral cristã é uma virtude para o acerto de conduta do homem inteligente na Terra. Por intermédio dela a criatura humana aperfeiçoa o seu discernimento do certo e do errado, do bem e do mal, do justo e do injusto, aprimorando a sua razão e enobrecendo os seus sentimentos de fraternidade e amor para com todos os seus semelhantes.
A Doutrina Espírita veio, a seu turno, facilitar a comunhão dos verdadeiros atributos militares e a consciência, pura e reta, da responsabilidade com os ensinos do Mestre Jesus. Ela demonstra, com toda a sobriedade possível, que o nosso imenso Universo é regido por Leis Imutáveis e, com a clareza que lhe é característica, demonstra também que o acaso não rege a vida do ser humano, prevalecendo sempre o seu livre-arbítrio para o merecimento da sua evolução espiritual. Neste sentido, cada indivíduo encontra-se posicionado em uma situação específica e necessária nesta gigantesca engrenagem da vida.
Por este ângulo de observação deve-se considerar, também, que os Regulamentos que orientam as atividades militares, no que tange a educação moral militar, possuem verdadeiros conceitos e princípios cristãos.
Esses conceitos, orientadores da disciplina e da moral nas Forças Armadas, foram bem lembrados pelo Marechal Mário Travassos (1891–1973), ao pronunciar as saudações da Cruzada aos novos Aspirantes espíritas em 1956, quando vice-presidente da Cruzada dos Militares Espíritas, como se vê neste trecho da sua bela mensagem, transcrito abaixo:
“...deve-se reconhecer não haver incompatibilidade entre a Espada e a Cruz, do mesmo modo que entre a Pena e a Espada. Antes de qualquer outra consideração, devemos lembrar que o Regulamento Interno e dos Serviços Gerais que, por sua feição basilar, tomou o número 1, na longa série de regulamentos que regem as atividades militares, apresenta... O espírito de renúncia e de sacrifício, o culto do sentimento de justiça, o respeito aos superiores e o trato afetuoso dos subordinados; as expressões educacionais de honestidade, de tolerância, de bondade, de solidariedade humana; os estímulos ao cumprimento do dever para com a coletividade militar e nacional e o respeito aos Códigos Internacionais como os que plasmam a Cruz Vermelha, os direitos dos neutros e dos prisioneiros, comprovam de sobejo o fundo evangélico da educação moral militar...


São conceitos antigos, não há dúvida, porém de permanente atualidade e de grande importância para os espíritas que encontraram na carreira das armas um caminho para o seu progresso e a sua evolução espiritual.



(*) militar aposentado pelo Exército Brasileiro, onde serviu por mais de 30 anos e voluntário do C.E. Jayme Rolemberg.






 (1) Capitão Maurício: Patrono e Guia da Cruzada dos Militares Espíritas
  (2)  Jornal “O Cruzado”, nr 123 – Setembro de 1995
 (3)  Revista de “O Cruzado”, nr 1, 1º Semestre de 1998, página 25

4 comentários:

  1. Damos boas vindas ao confrade Acioli, grande Centurião do Exército Brasileiro, que agora se integra às fileiras de colaboradores do Canteiro de Ideias.
    Artigo muito elucidativo.
    Parabéns!

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  2. Texto muito elucidativo.
    Gostei muito.

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  3. Parabens. Acioli. Grande irmão.
    No CEABEM. Proxima Sexta-feira 20/03/2015.
    Nonato

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