Por Gilberto Veras (*)
Não precisamos de tanta perspicácia para
verificar que a humanidade em nosso planeta, de azul tão lindo quando observado
de fora, no espaço sideral, está sombreada de comportamentos não condizentes
com a moral cristã. A ciência, a tecnologia e a intelectualidade navegam de
vento em popa, e a moralidade com a lentidão dos remos movidos por braços
evangelizados que, mesmo saudáveis e empenhados, são relativamente
inexpressivos em resultados desejados, não conseguem acompanhar a velocidade
alucinante da outra asa do progresso, desenvolvida sem critério, impulsionada
pela ambição incontrolada da vaidade e egoísmo humanos. O evangelho de Jesus
tem imensa dificuldade de ressonância, em dias hodiernos. O deslumbramento do
ego ao ser admirado, indicado como referência e exemplo de inteligência
cerebral, arrasta multidões, e o trabalhado implantado pelo Mestre Galileu com
força da inteligência emocional, que move sentimentos virtuosos, poderosas
ferramentas do crescimento espiritual, é relegado a segundo plano, em escolha
infeliz e perigosa. A situação é preocupante, vai de encontro às leis divinas
de equilíbrio e de fraternidade, semeia a discórdia, confronta a paz, inibe o
congraçamento, aplaude a arrogância e atenta contra a igualdade de origem e destinação
da criatura humana, não respeita a lei divinamente amorosa de aperfeiçoamento
do ser imperfeito e que é perfectível, desvirtua o conceito de religião para
entendê-lo como seitas que se arvoram no direito de exclusividade ao reino de
Deus, em contradita aos ensinos cristãos que permitem defini-lo como a
religação da criatura com o Criador através do aperfeiçoamento, estabelecido em
definitivo por ações caridosas, no relacionamento com o próximo e com o
Inventor da Vida, independentes de preceitos ou normas.
Considero a eleição, em conclave, do Papa Jesuíta,
Jorge Mario Bergoglio, Cardeal argentino, um acontecimento providencial,
ocorreu em boa hora, não tenho dúvida. Culto, intelectualizado em proporção
ideal à evangelização vivenciada, é de se esperar do seu papado frutos qualificados
em que prevalecerão simplicidade, humildade e fraternidade, virtudes que
solicitam à convivência espelhada no respeito religioso, na irmanação, na
igualdade de direitos e deveres espirituais, enfim na disseminação da Verdade
de Jesus, caminho imprescindível à prosperidade de nossas almas pequenas que a
intelectualidade obsessiva, cega à moralidade, em nada, as fizeram crescer.
(*) poeta e escritor espírita.
Muito Obrigado pelo texto, Gilberto Veras.
ResponderExcluirParabéns!
Caro Gilberto,
ResponderExcluirAs expectativas para com o papado de Francisco I são muito animadoras. Acredito que haverá espaço para um diálogo interreligioso.Em sendo da América Latina isso é fator mais animador, pois foge do ranço religioso europeu. Parabéns!