Por Orson P. Carrara
Os de minha geração, nascidos nas décadas de 60 a 80 ou 90 e, claro, mesmo anteriores, lembram-se perfeitamente do formato de organização e funcionamento de uma padaria, de uma farmácia ou de um mercado, entre outros estabelecimentos comerciais.
Hoje temos tais formatos completamente diferentes. O que antes era balcão único de atendimento mudou para prateleiras abertas, inclusive com auto atendimento para pagamento. Antes levávamos o pão para casa, hoje vamos à padaria tomar café para apreciar outras delícias. Farmácias normalmente eram reduzidas, hoje se multiplicaram com total mudança nos atendimentos, face às facilidades virtuais. Nem é preciso citar mais nada, todos estamos muito habituados às facilidades dos dias atuais.
Em outras palavras, tudo mudou e continua mudando, em todos os segmentos. Logística, formato, funcionamento, horários, disponibilidades, organizações internas e externas, acessos e procedimentos sofreram imensa transformação.
E as instituições religiosas, de todas as denominações, mudaram também? O que acha o leitor? E nós, os espíritas, nos Centros Espíritas, nos atualizamos? Ou estamos presos a velhos paradigmas nos atendimentos e apresentação dos conteúdos espíritas para o público que busca o conhecimento espírita e mesmo a assistência para suas dificuldades?
Estamos engessados? É uma pergunta que precisamos fazer, com coragem e determinação.
E principalmente em termos de adaptação aos novos tempos, sem prejuízo do conteúdo doutrinário, que deve ser preservado. Mas a forma da vivência ou apresentação dele está cumprindo seu papel?
Passes, estudos, mediúnicas, atendimento fraterno, programação da casa, integração interna e externa, palestras, divulgação (e nesse item muitos subitens, claro), crianças e jovens, estrutura física e administrativa, recursos tecnológicos e de manutenção da instituição, reciclagem, formação de continuadores, como estão? Veja quantos itens! E há outros, claro.
Assim como tudo mudou, modernizou, atendendo às demandas do novo tempo, porque o centro espírita fica para trás? Não fica! Temos que adaptá-lo aos novos tempos e, repito, sem prejuízo de seu maior patrimônio, o conhecimento espírita. O que se precisa rever é a forma de apresentar esse conteúdo e mesmo a forma de conduzir, para não nos perdermos na roda inevitável do progresso.

COMENTÁRIO ELABORADO POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - IA (GEMINI)
ResponderExcluirO artigo estabelece um contraste inteligente entre a evolução do consumo e dos serviços (padarias, farmácias, mercados) e a estagnação institucional. O autor argumenta que, enquanto a sociedade se adaptou à agilidade e à acessibilidade dos novos tempos, muitas instituições — especificamente os Centros Espíritas — correm o risco de se tornarem anacrónicas.
Os pontos centrais da reflexão são:
Forma vs. Conteúdo: O texto é cuidadoso ao separar a preservação da doutrina (o património imutável) da necessidade urgente de modernizar a sua entrega (o formato, a linguagem e a gestão).
Coragem Crítica: Ao listar itens como passes, palestras e formação de continuadores, o autor retira a discussão do campo abstrato e coloca-a na prática administrativa e mediúnica, questionando se as Casas Espíritas estão "engessadas" em paradigmas de décadas passadas.
Inevitabilidade do Progresso: A conclusão é um apelo à sobrevivência. O autor sugere que a modernização não é uma opção, mas uma exigência para que a instituição cumpra o seu papel de acolhimento e divulgação num mundo que já não funciona como antigamente.
Em suma, é um convite à saída da zona de conforto, propondo que a fidelidade a Kardec não se faz repetindo fórmulas do século XIX ou XX, mas comunicando a sua essência com as ferramentas e a dinâmica do século XXI.