domingo, 17 de janeiro de 2021

UM RAIO CHAMADO ESPERANÇA

 


             Não é fácil viver na Terra. Vivemos sob ataques frequentes dos egos humanos que se entrechocam e abrem verdadeiros abismos que por tanto tempo inviabilizam a construção de caminhos para a prosperidade ampliada a todos os segmentos sociais. O impositivo de ser o hospital e a escola para uma população de Espíritos imperfeitos, enredados nas expiações do passado de equívocos acrescidos das provas necessárias aos novos aprendizados. Problemas de diversos tipos se apresentam e geram aflições que urge remediar. O empenho continuado em direção ao aprendizado é a chave para a solução das dificuldades em longo prazo. O combustível para que não faltem  forças em combate reside no  cultivo da Esperança.

            Batalhando contra a opressão e a segregação racial, foi a Esperança operosa que permitiu ao pastor Martin Luther King Jr bradar em idos de 1963, “eu tenho um sonho”, e aquele que era o seu sonho, de superar as desigualdades derivadas da cor da pele, aos poucos se transforma em hino que vai criando no planeta um tempo cada vez melhor. Da mesma forma foi a Esperança sonhadora que levou Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira em 1974 cantarem a saga do homem que deixa a sua terra pela falta de recursos, “quando o verde dos teus olhos se espalhar na plantação” numa alusão dos que penam pela falta de políticas públicas adequadas. Em busca da Esperança na irmandade que em Imagine (1971)John Lennon apela: “...eu espero que um dia você se junte a nós/ e o mundo será um só”. Embalado pela Esperança da reconstrução Paulo Freire (1992) assinala que “ é preciso ter esperança, mas esperança do verbo esperançar, porque tem gente que tem esperança do verbo esperar... E esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo...”

            A esperança é o conforto íntimo da alma quando as condições externas dizem NÃO, mas se consegue guardar a certeza de que o futuro esconde tesouros para quem jamais desiste, considerando a visão que se torna engrandecida pela certeza da imortalidade. A convicção a respeito do futuro é prescrição obrigatória para que se alimente a Esperança.

            O Livro dos Espíritos (q. 860) pergunta: - “De onde procede a crença, que se encontra em todos os povos, nas penas e recompensas futuras?”, cuja resposta é: “ - É sempre a mesma coisa: pressentimento da realidade, dado ao homem pelo seu Espírito. Porque, ficai sabendo, não é em vão que uma voz interior vos fala e vosso mal está em não escutá-la sempre. Se pensásseis bem nisso, com a devida freqüência, vos tornaríeis melhores”.

            Por maiores que sejam os percalços, a esperança é o ingrediente que suaviza a dor da batalha e os reveses muitas vezes sofridos, cuidando em manter a mente vigilante para não permitir a sufocação das teias do desengano e do pessimismo.

            Jesus nos dá o tom do quanto é importante reconsiderar e mudar com a certeza de que a mudança prepara o melhor que está por vir. Ladeado por um homem que malbaratara a existência e também era crucificado, em vendo que aquele percebera os enganos cometidos, o Mestre sentencia (Lucas 23; 43):...”em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”, confirmando que é possível mudar a vida que vivemos. Necessita de muito trabalho e de um raio de Esperança que acalente as noites difíceis e descortinem dias melhores.

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