Será que há uma tarefa especializada da
inteligência no orbe terrestre? Emmanuel ilustra que “assim como numerosos
Espíritos recebem a provação da fortuna, do poder transitório e da autoridade,
há os que recebem a incumbência sagrada, em lutas expiatórias ou em missões
santificantes, de desenvolverem a boa tarefa da inteligência em proveito real
da coletividade. Todavia, assim como o dinheiro e a posição de realce são
ambientes de luta, onde todo êxito espiritual se torna mais porfiado e difícil,
o destaque intelectual, muitas vezes, obscurece no mundo a visão do Espírito
encarnado, conduzindo-o à vaidade injustificável, onde as intenções mais puras
ficam aniquiladas. [1]
Há aqueles que possuem o chamado QI elevado,
que entretanto desconhecem os cruciais problemas sociais. James Flynn,
professor da Universidade de Otago, Nova Zelândia, pesquisador no campo de
investigações sobre a inteligência, afirma que os resultados médios em testes
de inteligência vêm aumentando em todas as raças humanas. Todavia, em que pese
o enorme potencial intelectual, muitos “inteligentes” não têm noção da história
complexa do mundo que os cerca. Em seu mais novo livro, Does Your Family Make
You Smart?, Flynn discute as maneiras
como o pensamento humano mudou ao longo dos tempos, incluindo um aumento
misterioso no quociente de inteligência (QI).
Alguns pesquisadores argumentam que “aumento
misterioso no quociente de inteligência” reflete a completa educação atual sob
a crescente dependência da linguagem e inteligência tecnológica. Tempos atrás,
lembram, nossos bisavós padeceram com máquinas de escrever, e nossos pais com o
primeiro videocassete, mas as crianças atuais aprendem a usar com extrema facilidade
um tablet ou um smartphone ainda em tenra idade. Com isso, a atual geração
talvez pense de forma rápida e abstrata, o que pode resultar em aumentos médios
de percentuais no QI, mas esse aumento não significa perspectiva de melhora
social.
Nesse debate, cientistas se apresentam
convictos de que, independentemente dos antecedentes familiares, as pessoas têm
o poder de cuidar do próprio desenvolvimento intelectual e moral, pois os
estudos mostram que circunstâncias tecnológicas atuais influenciam o QI no
presente mais do que a tradicional e histórica experiência educativa da
família. Dizem! Porém, James Flynn não concorda com isso. Seguimos o pensamento
de Flynn, pois cremos que a família é o fator principal para o desenvolvimento
da moralidade e da inteligência.
“Temos no instituto familiar uma organização
de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso
próprio aprimoramento para a edificação do Mundo Melhor”. [2] Destacando aqui
que “de todos os institutos sociais e educacionais existentes na Terra, a
família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a
vida”. [3] Porquanto, no sagrado instituto da família há a base mais elevada
para os métodos de educação, das noções religiosas, com a exemplificação dos
mais altos deveres da vida.
Considerando que o colégio familiar tem suas
origens sagradas na esfera espiritual, preponderam nesse instituto divino os
elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras. Obviamente os valores
intelectivos representam a soma de muitas experiências, em várias vidas do
Espírito, no plano material. Uma pessoa de QI elevado significa um imenso
acervo de lutas planetárias. Atingida essa posição, se o homem guarda consigo
uma expressão idêntica de progresso espiritual, pelo sentimento, então estará
apto a elevar-se a novas esferas do Infinito, para a conquista de sua
perfeição. [4]
Lamentavelmente, a inteligência humana sem
desenvolvimento moral e sentimental tem sido arma letal, porque nesse
desequilíbrio do sentimento e da razão é que repousa atualmente a dolorosa
realidade do mundo de guerras. O grande erro das criaturas humanas foi
valorizar historicamente apenas o intelecto, olvidando os valores legítimos da
moralidade e do coração nos caminhos da vida.
Referências
bibliográficas:
[1]
Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, pergunta 208, RJ: Ed FEB, 2000
[2]
Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, cap. 2, RJ: Ed FEB, 2006
[3]
Idem cap. 17
[4]
Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, pergunta 42, RJ: Ed FEB, 2000
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