Por Roberto Caldas (*)

Assim sendo a Doutrina Espírita
defende a liberdade de consciência como o maior bem que o ser encarnado tem ao
seu alcance. Esse tema foi auscultado por Allan Kardec na questão 837 de O
Livro dos Espíritos (Qual o resultado
dos obstáculos postos à liberdade de consciência?) cuja resposta lúcida
dos Espíritos Superiores não permite dúvidas: “– Constranger os homens a agir de modo diferente do que pensam,
torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da
verdadeira civilização e do progresso.”
Faz
parte do aprendizado saudável, munido desse instrumento que é a Doutrina
Espírita, a necessidade da convivência plural, aquela que nos permite fugir da
intolerância ao direito de opinião e de crença por parte das pessoas que povoam
o nosso universo de relações, qualquer que seja o status social que ocupem
essas pessoas, uma vez que o status é condição passageira e o saber do outro
tem detalhes que fogem a nossa capacidade de interpretação. Cabe à pessoa
consciente do seu papel no mundo apenas lamentar a intolerância daqueles que se
julgam ungidos e eleitos baseados que se encontram em concepções que lhes
conferem o direito de arbitrar sobre as crenças alheias como se fossem inferiores
àquelas que defendem.
O
conhecimento espírita é uma estrada iluminada que permite a qualquer pessoa que
se encontre em seus domínios a possibilidade de tornar a jornada uma bela
caminhada de enriquecimento em busca do autoconhecimento, a maior das riquezas
a que podemos aspirar. Segundo Thoreau “o
homem é rico na mesma proporção do número de coisas que pode dar-se ao luxo de
abandonar”. Abandonemos a postura de intolerância dando ampla repercussão à
necessidade existencial de abrirmos espaço para a liberdade plena de
consciência. Com essa atitude estaremos nos tornando mais ricos pela abertura
de recebermos do outro uma experiência que jamais teríamos, se caminhássemos
sozinhos.
¹ editorial do programa
radiofônico Antena Espírita de 21.02.2016
(*) escritor espírita,
editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de
Mostarda.
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