segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AOS AMIGOS PAULO DE TARSO E BEZERRA DE MENEZES¹



Por Roberto Caldas (*)


Bezerra de Menezes
Paulo de Tarso
        As grandes obras, mesmas aquelas de forte destinação espiritual, necessitam de recursos humanos de lúcida disponibilidade e destacada voluntariedade, ao ponto até de exigirem altos níveis de determinação e renúncia por parte daqueles que a abraçam.
É o que iremos identificar se passarmos uma vista nas biografias de Paulo de Tarso, uma das maiores expressões formatação do Cristianismo e Adolfo Bezerra de Menezes, um dos mais brilhantes expoentes da divulgação do Espiritismo em terras brasileiras.
Paulo de Tarso, intrépido defensor da lei judaica, acossado pelos seus temores, justo que era, abalado pela consumação da morte de Estevão, de sua responsabilidade, passara pelo deserto da própria solidão e vacilava quanto as próprias convicções. O chamado que recebera em plena Estrada de Damasco (“Saulo, Saulo porque me persegues”) pronunciado pelo próprio Nazareno já retornado à pátria espiritual, joga-o de inopino nas trevas da sua cegueira interior, da qual só sairia quando reformulada a sua disposição de perseguir aos cristãos. A sua decisão lha valeu longo período de ostracismo, pois os antigos parceiros o desprezavam e combatiam tanto quanto os novos companheiros, aos quais precisava provar as novas intenções. 
 
Bezerra de Menezes, homem engajado no movimento do Catolicismo e completa adesão aos dogmas e sacramentos daquela religião, numa época em que os ânimos em relação às idéias espíritas ainda produziam perseguições de toda monta e execravam os seus profitentes, demorou muito até que se permitisse iniciar as primeiras letras naquela nova ciência. Cobrava-se que, como homem bem informado e crítico das informações que chegavam ao cenário de sua época, ainda não tivesse tido a coragem de examinar coisa alguma a respeito do Espiritismo. Ao fazê-lo se encantou com aqueles princípios que, confessou depois, parece que já os conhecia desde sempre. Convertido teve a hombridade de comunicar a mudança de crença em assembléia que reunia os seus mais próximos companheiros de retiros espirituais, expondo-se à crítica franca dos antigos confrades.
Ambos descreveram trajeto de honesta atuação diante dos grupamentos dos quais se despediam, mercê de suas biografias que dignificaram os espaços que ocupavam, mas se tornaram especiais pela trajetória de luzes que acenderam depois de convertidos. Constituem uma classe de homens que atenderam ao chamado de Jesus quando admoestava a respeito da firmeza de caráter na condução dos passos daqueles que crêem, “seja o teu falar sim, sim; não, não”. (Mateus V; 37).
Precisamos nos refugiar na aura de seres como Paulo de Tarso e Bezerra de Menezes, especialmente numa época em que ficou muito fácil o disfarce e a mentira. Quando olharmos em volta, criaturas que compõem as multidões que grassam em rebanhos sem pastores confiáveis, urge que nos entrincheiremos na firmeza de homens que colocaram em jogo tudo que dispunham pela certeza de que deveriam reinventar as suas vidas, acima de qualquer dificuldade que se apresentasse a sua frente.

Paulo de Tarso e Bezerra de Menezes, entre outras semelhanças, amavam a Jesus.  

¹ Editorial do Programa Antena Espírita de 23.08.2015.

(*) escritor, editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
  

2 comentários:

  1. GOSTEI MUITO DO EDITORIAL DO PROGRAMA ANTENA ESPIRITA, ELE VEM COM INFORMAÇÕES MUITO IMPORTANTE. FALA COMO ATÉ A CONVICÇÃO DE QUE AQUILO É UM A COISA CERTA, PODE NOS FAZER A SER UMA CONVICÇÃO. E TAMBÉM A CORAGEM DE ENFRENTAR AS CONSEQUENCIAS VINDAS POR PARTE DE OUTROS QUE NÃO ACREDITAM OU NÃO QUEREM QUE SEJA DIVULGADO, NO CASO A DOUTRINA ESPIRITA.

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  2. Muito oportuno destaque.
    Paulo de Tarso, inesquecível tarefeiro cristão!
    Dr. Bezerra, espírita dedicado, grande alma!
    Quanto àquela recomendação de Jesus, de pedir trabalhadores para a m esse, que Deus nos brinde com "exemplares" como estes!

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