segunda-feira, 16 de junho de 2014

AJUDA-TE E O CÉU TE AJUDARÁ





Por Gilberto Veras (*)




A Inteligência Suprema, o Perfeito Indefinível, através de suas leis magnânimas abarca toda a humanidade, em imenso Hospital de Luz, disponível a todos com vistas a melhoramentos relativos (cada qual com suas necessidades variáveis em função do adiantamento espiritual em que se encontra). O caminho, no entanto, não é automático e muito menos indiscriminado, depende de seleção dos instrumentos luminosos em potencial ou modestamente ativados, os quais nos posicionam em compatibilidade com luzes outras que nos auxiliam, em cadeia solidária, no acionamento dos potenciais de que fomos dotados pelo Criador Absoluto. Para acendermos lâmpadas clarificadoras, não só devemos nos esforçar para acionar interruptores próprios na medida do possível, como, também, receber de bom grado orientação de irmãos imediatamente mais iluminados, identificados como mentores ou amigos espirituais. Jamais alimentar a ideia leda e inocente de que poderemos receber auxílios diretamente de Espíritos elevados, longe de nosso alcance, e, muito menos, óbvio, Daquele que é o Pai da Vida e comanda, em grandeza infinita, universos imagináveis e possíveis.

Não nos iludamos, Deus está sim a nossa disposição, porém através de seus intermediários em graus variados, não é válido dizer ou pensar que o divino atua de modo direto em nossas vidas, independente de nosso comportamento vivencial, nada disso, essa função é obrigatoriedade do próximo com iluminação acessível e maior do que nossa luz oscilante, o dever é nos melhorar ao ativar virtudes íntimas por nós mesmos ou nos permitindo acolher subsídios dos que estão avante e com quem conseguimos sintonizar (esse facho fraterno tem brilho à nossa abrangência e não a magia do milagre gracioso que nada de nosso leva em conta). O Arquiteto de suprema inteligência tudo previu ao nos criar com recursos de aperfeiçoamento, só precisamos compreender Seu Projeto e seguir com fidelidade os passos ali indicados, para isso utilizemos instrumentos básicos, amor incondicional e razão saudável do esclarecimento que nos vem de fora e da consciência, não negligenciemos a aplicação adequada de valores facultativos, em especial a humildade que repudia a vaidade, miopia espiritual que distorce a visão da verdade para mostrar o mal corruptor, em desserviço lamentável, opositor a paz tranquilizadora. A alma modesta atrai com a força da simpatia aqueles em cuja bandeira de movimento ascendente tem gravada o lema “fazer o bem sem olhar a quem”, e os mensageiros superiores dirão assim seja, tanto na terra como no céu.
Simples. O sucesso dos empreendimentos de qualquer natureza não depende apenas de competência, mas, acima de tudo, da poderosa ação humilde que, em última análise, nada mais é do que alinhar-se com os superiores da vida de aprimoramento e a eles submeter-se confiantes.
Não é demais lembrar a coerência de assistência análoga que deve ser adotada em relação ao irmão de retaguarda. Nessa escada de vibração luminosa, sejamos o degrau que, acima, capta o clarão vizinho e, abaixo, projeta o seu, trabalho de solidariedade homogênea, alimentado pela raiz divina do amor na forma de generosidade plena e potencialidade inesgotável.


(*) poeta e escritor espírita. Autor das obras: Extrato do Ser, A Recompensa do Bem, Vinte Contos Conclusivos.

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