segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A IDÉIA SOBRE DEUS (*)











Maior tema de discussão em todos os tempos: Deus. Desde as primeiras manifestações da inteligência foi buscado e confundido com os fenômenos naturais: fogo, chuva, trovão relâmpago, sol, dia e noite. Compreendido pelas civilizações mais antigas como a fusão das forças universais – Inn e Yang – denominado Chi (leia-se qui). Gregos e Romanos, incapazes de presumi-Lo inteiro, conceberam os semideuses e lhes denominaram pelos pendores atribuídos: do amor, da guerra, do comércio, do lazer e assim por diante.

            Passado tanto tempo do aparecimento da raça humana sobre a Terra, milhares de anos das primeiras sociedades humanas, depois de dezenas de línguas mortas e extintas inúmeras civilizações continuamos cegos e tateantes atrás de uma mera explicação que nos permita conceber a grandeza de Deus. Vacilamos aflitos entre filosofias que garantem que Ele nos terá criado e outras que exploram a ideia de que fomos nós quem O criamos. Vemos as religiões se debaterem incapazes de Lhe garantir um espaço no entendimento dos homens. Criou-se até um neologismo para os estudos que O envolve, a Teologia e com ela os Teólogos, tão perdidos e hesitantes quanto cada um de todos nós.

A bíblia retrata que "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus ( João 1:1-3). A ciência propugna que no princípio era o caos e do caos surgiu o Cosmos e nada havia então. Einstein dizia no começo de suas incursões nos estudos da Nova Física que o Universo sem a Matéria era inexplicável, mas ao final de sua vida conhecido e reconhecido como o pai da Relatividade afirma que o Universo sem Deus era inexplicável, sem que se mostrasse constrangido com a possibilidade de ser julgado pela posteridade. Voltaire, filósofo iluminista, arremata que se Deus não existisse seria necessário inventá-lo. O período obscuro da religião da Idade Média utilizou a imagem de Deus para perpetrar os mais hediondos crimes contra a humanidade com a invenção de tribunais inquisitoriais que mataram dezenas nas piras espalhadas pelo mundo.

O modelo denominado Deus coube em todas as mentalidades e profissões de fé nas diversas incursões civilizatórias humanas alcançando o período atual, descrito pelos estudiosos do momento como pós-contemporâneo. Tentamos entendê-Lo pela cognição, pela invocação dos temores, pelas pesquisas, pelas teses acadêmicas, mas sempre sobrou uma sensação de vazio e dúvida ao final dessas tentativas. Parece simples compreender o motivo primário da frustração. É que queremos que o Relativo (nossa posição humana) contenha o conhecimento a respeito do Absoluto (Deus), quando ainda não conseguimos nos entender a respeito de nossa própria natureza relativa.

A ideia de Deus é inata, não se explica ou se entende apenas se sente. Não se encontra numa equação lógica, sim na inspiração espontânea, permeando o claro e o escuro da personalidade dos seres, diluído e concentrado em todas as histórias que nos alcançam, mesmo nas mais torpes condutas humanas. Senhor dos Mundos que gravitam, gravitaram e gravitarão no Universo Infinito – Caos, Cosmos, Verbo, Inspiração – é o respiro da Vida que pulsa ilimitada eterna. Se quase nada sabemos a seu respeito é simplesmente porque perdemos muito tempo tentando esboçá-LO a nossa pobre e atual imagem. Sabê-LO significa senti-LO mergulhando sem defesas no Grande Oceano que é o Existir, essa grande experiência do simples ao angelical que a eternidade nos oferece.

                




(*) Editorial do Programa Antena Espírita, de domingo, 18. O programa vai ao ar  todos os domingos na Rádio Cidade AM, 860 MHZ, das 21:00H as 22:00H.


Um comentário:

  1. Muito bom, faz a diferença ler coisas consistentes,que Deus ilumine sempre suas idéias, amigo Jorge.

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