Pular para o conteúdo principal

REDIMENSIONAMENTO DOS ÓRGÃOS INFORMAIS DE EXTENSÃO (OIE)

Por Jorge Luiz

As primeiras providências para o ideal de Unificação foram dadas por Allan Kardec em suas viagens iniciadas em 19 de setembro de 1860, em Lyon. Naquela oportunidade Kardec é recebido no Centro Espírita de Broteaux, o único existente naquela cidade. Portanto, este foi, na História, o primeiro encontro de dirigentes espíritas. 
Outras viagens se sucederam. A mais longa delas ocorreu no outono de 1862, quando Kardec visitou mais de 20 cidades e promoveu cerca de cinquenta reuniões. Os relatos dessa viagem foram editados pela Gráfica “O Clarim”, de Matão (SP), com o título “Viagem Espírita em 1862.”
   Com a edição do “Pacto Áureo” em 1949, a Estrutura do Trabalho de Unificação do Movimento Espírita Brasileiro ficou assim delineada:

   FEB(CFN)  
                   } Comissões Regionais
Entidades Federativas 
             } OIE (ARES e UDES)
Centro Espírita


     Observe-se no esquema acima que toda a estrutura do Movimento de Unificação repousa em sua célula básica que é o Centro Espírita.
     Os estágios superados como descritos nos últimos três “canteiros”, geram necessariamente o desenvolvimento dessa diretriz que foi contemplada pelo projeto do grupo ÉTICA, TRANSPARÊNCIA E FIDELIDADE DOUTRINÁRIAS, no escopo do 2º PILAR – Mudanças Estruturais:
  • REDIMENSIONAR AS REGIÕES GEO-ESPÍRITAS (AREs/UDEs)
     Essa diretriz atende aos anseios do Codificador, conforme determina o cap. XXIX, item 334 de “O Livro dos Médiuns”: “(...) as reuniões espíritas devem multiplicar-se mais pela constituição de pequenos grupos do que de grandes associações. (...) Nas pequenas reuniões, onde todos se conhecem melhor, tem-se mais segurança na introdução de elementos novos.”
     Portanto, esse redimensionamento é necessário e produtivo, por possibilitar além da unidade de sentimentos, ampliar a representatividade no Conselho Federativo Estadual (CFE), produzindo melhores resultados. 
     Nos dias atuais, onde inúmeras necessidades são emergenciais e poucos os recursos econômicos, é necessário que o Órgão Informal de Extensão (OIE) seja constituído de um número pequeno de Instituições para propiciar um melhor planejamento de suas atividades.
   Unificar é reunir, para unir e produzir cada vez mais e melhor, assim bem definiu Dr. Luiz Monteiro, líder da Federação Espírita do Estado de S. Paulo.
    No contexto desse redimensionamento o movimento do interior do Estado seria contemplado com uma Vice-Presidência e a Capital com uma Diretoria à qual as UDEs estarão vinculadas diretamente.
Com essa composição e através de ações planejadas, objetivas, específicas e coordenadas em direção ao ideal de Unificação, faria com que se recuperasse muito do tempo que se perdeu.
   Encerro transcrevendo o final da mensagem do Espírito Bezerra de Menezes, psicografada por Francisco C. Xavier:
“Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino.
Sigamos para frente, buscando a inspiração do Senhor.”

    

Comentários

  1. Seguindo para a frente esse deve ser o lema. Os centros espíritas precisam se unificar internamente e em seguida expandir esse sentimento de união. Falo isso levando em consideração o ser humano e sua mutabilidade, este é inconstante e , por isso, nunca devemos nos esquecer do grande ensinamento: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”.

    ResponderExcluir
  2. Para tanto, os dirigentes espíritas devem estar abertos a novas ideias, deixar de lado o apelo pessoal... nada de nos isolarmos! Devemos deixar o orgulho de lado e dar uma oportunidade aos trabalhadores "neófitos", sem esquecer o ideal de caridade e solidariedade. Só assim o movimento espírita vai se unir!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

DEMOCRACIA SEM ORIENTAÇÃO CRISTÃ?

  Por Orson P. Carrara Afirma o nobre Emmanuel em seu livro Sentinelas da luz (psicografia de Chico Xavier e edição conjunta CEU/ FEB), no capítulo 8 – Nas convulsões do século XX, que democracia sem orientação cristã não pode conduzir-nos à concórdia desejada. Grifos são meus, face à atualidade da afirmação. Há que se ressaltar que o livro tem Prefácio de 1990, poucas décadas após a Segunda Guerra e, como pode identificar o leitor, refere-se ao século passado, mas a atualidade do texto impressiona, face a uma realidade que se repete. O livro reúne uma seleção de mensagens, a maioria de Emmanuel.

JESUS E A QUESTÃO SOCIAL

              Por Jorge Luiz                       A Pobreza como Questão Social Para Hanna Arendt, filósofa alemã, uma das mais influentes do século XXI, aquilo que se convencionou chamar no século XVII de questão social, é um eufemismo para aquilo que seria mais fácil e compreensível se denominar de pobreza. A pobreza, para ela, é mais do que privação, é um estado de carência constante e miséria aguda cuja ignomínia consiste em sua força desumanizadora; a pobreza é sórdida porque coloca os homens sob o ditame absoluto de seus corpos, isto é, sob o ditame absoluto da necessidade que todos os homens conhecem pela mais íntima experiência e fora de qualquer especulação (Arendt, 1963).              A pobreza é uma das principais contradições do capitalismo e tem a sua origem na exploração do trabalho e na acumulação do capital.

A FÉ NÃO EXCLUI A DÚVIDA

  Por Jerri Almeida A fé não exclui a dúvida! No espiritismo, a dúvida dialoga filosoficamente com a fé. O argumento da “verdade absoluta”, em qualquer área do conhecimento, é um “erro absoluto”. No exercício intelectual, na busca do conhecimento e da construção da fé, não se deve desconsiderar os limites naturais de cada um, e a possibilidade de autoengano. Certezas e dúvidas fazem parte desse percurso!

ESPIRITISMO NÃO É UM ATO DE FÉ

  Por Ana Cláudia Laurindo Amar o Espiritismo é desafiador como qualquer outro tipo de relação amorosa estabelecida sobre a gama de objetividades e subjetividades que nos mantém coesos e razoáveis, em uma manifestação corpórea que não traduz apenas matéria. Laica estou agora, em primeira pessoa afirmando viver a melhor hora dessa história contemporânea nos meandros do livre pensamento, sem mendigar qualquer validação, por não necessitar de fato dela.

O AUTO-DE-FÉ E A REENCARNAÇÃO DO BISPO DE BARCELONA¹ (REPOSTAGEM)

“Espíritas de todos os países! Não esqueçais esta data: 9 de outubro de 1861; será marcada nos fastos do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia de festa, e não de luto, porque é a garantia de vosso próximo triunfo!”  (Allan Kardec)             Por Jorge Luiz                  Cento e sessenta e três anos passados do Auto-de-Fé de Barcelona, um dos últimos atos do Santo Ofício, na Espanha.             O episódio culminou com a apreensão e queima de 300 volumes e brochuras sobre o Espiritismo - enviados por Allan Kardec ao livreiro Maurice Lachâtre - por ordem do bispo de Barcelona, D. Antonio Parlau y Termens, que assim sentenciou: “A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à fé católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outros países.” ...

TRAPALHADAS "ESPÍRITAS" - ROLAM AS PEDRAS

  Por Marcelo Teixeira Pensei muito antes de escrever as linhas a seguir. Fiquei com receio de ser levado à conta de um arrogante fazendo troça da fé alheia. Minha intenção não é essa. Muito do que vou narrar neste e nos próximos episódios talvez soe engraçado. Meu objetivo, no entanto, é chamar atenção para a necessidade de estudarmos Kardec. Alguns locais e situações que citarei não se dizem espíritas, mas espiritualistas ou ecléticos. Por isso, é importante que eu diga que também não estou dizendo que eles estão errados e que o movimento espírita, do qual faço parte, é que está certo. Seria muita presunção de minha parte. Mesmo porque, pelo que me foi passado, todos primam pela boa intenção. E isso é o que vale.

ÉTICA E PODER

     Por Doris Gandres Do ponto de vista filosófico, ética e moral são conceitos diferentes, embora, preferivelmente, devessem caminhar juntos. A ética busca fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver de acordo com o pensamento e o interesse humanos. Enquanto que a moral se fundamenta na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos – e mais, se fundamenta em princípios de respeito a valores superiores de justiça, fraternidade e solidariedade, ou seja, nas próprias leis naturais, as leis divinas.

O BRASIL CÍNICO: A “FESTA POBRE” E O PATRIMONIALISMO NA CANÇÃO DE CAZUZA

  Por Jorge Luiz “Não me convidaram/Pra esta festa pobre/Que os homens armaram/Pra me convencer/A pagar sem ver/Toda essa droga/Que já vem malhada/Antes de eu nascer/(...)/Brasil/Mostra a tua cara/Quero ver quem paga/Pra gente ficar assim/Brasil/Qual é o teu negócio/O nome do teu sócio/Confia em mim.”   “ A ‘ Festa Pobre ’ e os Sócios Ocultos: Uma Análise da Canção ‘ Brasil ’”             Os verso s acima são da música Brasil , composta em 1988 por Cazuza, período da redemocratização do Brasil, notabilizando-se na voz de Gal Costa. A música foi tema da novela Vale Tudo (1988), atualmente exibida em remake.             A festa “pobre” citada na realidade ocorreu, realizada por aqueles que se convencionou chamar “mercado”,   para se discutir um novo plano financeiro, para conter a inflação galopante que assolava a Nação. Por trás da ironia da pobreza, re...