Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2025

ENTRE A RAZÃO E A TRADIÇÃO: PERMANECER OU PARTIR DO CENTRO ESPÍRITA?

    “Reflexões sobre as tensões internas dos centros e o papel dos reformadores na preservação do verdadeiro Espiritismo”   O dilema que inquieta Nos bastidores silenciosos de muitos centros espíritas brasileiros, cresce uma tensão que opõe dois modos de viver e interpretar o Espiritismo: de um lado, os que permanecem na tradição religiosa, consoladora e mística; de outro, os que despertam para a racionalidade da doutrina, desejando aprofundamento filosófico, revisão de práticas e expansão crítica. Diante do impasse, uma pergunta legítima e perturbadora se impõe:

OS (MUITOS) DETERMINISMOS ESPÍRITAS

  Por Marcelo Henrique É essencial fugirmos dos determinismos espíritas. É preciso mudar a forma de pensar e de entender a vida. Caso contrário, continuaremos como cegos diante da realidade, seguindo apenas aquilo que uns e outros estabelecem como “a interpretação única” dos fatos. *** Minha saudosa mãe, desde os meus dias de criança, tinha uma expressão que, volta e meia, aparecia, em distintas situações do cotidiano. Dizia, ela: – Não cai um fio de cabelo sequer de nossas cabeças, se não for da vontade de Deus! Confesso que aquilo, desde a tenra idade, me instigava…

DESIGUALDADE DAS CONDIÇÕES SOCIAIS: OBRA DO HOMEM

    Por Doris Gandres Em O Livro dos Espíritos, questão 806 (1) , Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores se a desigualdade das condições sociais é uma lei natural e eles respondem, clara e objetivamente, que não, é obra do homem. Então nós, espíritas, mesmo sem aprofundado conhecimento doutrinário, não podemos pretender delegar a severa desigualdade das atuais condições sociais, pura e simplesmente, à lei de causa e efeito; nem pretender ignorar a nossa responsabilidade em todo esse contexto, pois sabemos que tudo se encadeia no Universo e que vimos caminhando há muito, muito tempo, fazendo e desfazendo, construindo e destruindo...

AFINIZO-ME? SINTONIZO-ME? ... EU SOU!

      Por Jorge Luiz   Clarividência e Ideoplastia – Fenômenos da Mente Jesus, porém, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que pensais nos vossos corações?” (Mt, 9:4; Lc, 5:22). Muitas são as passagens nos Evangelhos em que Jesus se utiliza desse recurso, demonstrando que, através da sua largueza espiritual, via os pensamentos dos escribas e dos fariseus que presenciaram a cura do paralítico. Interessante nessa passagem é que esses interlocutores apenas raciocinavam sobre o feito que haviam presenciado. Nesses episódios, pode-se identificar dois fenômenos anímicos, ou seja, provocados pelas almas envolvidas: a clarividência e a ideoplastia. Clarividência ou lucidez é a faculdade de adquirir conhecimentos precisos sem o socorro dos sentidos normais e sem leitura de pensamentos (Geley, 1998). Já a ideoplastia é quando a matéria viva exteriorizada é plasmada pela ideia (Bozzano, 1998).

DISTINÇÃO DE CLASSE: O PENSAMENTO COMO ARTIGO DE LUXO

      Por Ana Cláudia Laurindo Coisas que passam despercebidas podem falar muito sobre o presente instante. E a neurociência mostra que não é obsoleta, mas é pouco ouvida pelo mundo. O que está sendo criado neste tempo, será um exército de não-pensantes?

O CENSO E O CONSENSO: AS PRÁTICAS ESPÍRITAS INSTITUCIONALIZADAS NÃO CRESCEM, ENQUANTO AS CRENÇAS NA REENCARNAÇÃO E NA MEDIUNIDADE SE DISSEMINAM NO BRASIL

  Por Wilson Garcia    "A adesão ao Espiritismo no Brasil: limites da autodeclaração censitária e complexidades identitárias.”   O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou que aproximadamente 1,8% da população brasileira se declara espírita, o que corresponde a cerca de 3,8 milhões de pessoas. Esse dado representa uma leve queda em relação ao Censo de 2010, quando 2,2% da população (aproximadamente 3,8 milhões, na época) se identificava como tal. À primeira vista, os números parecem indicar uma estagnação ou discreta retração do movimento espírita no país. No entanto, uma análise mais aprofundada revela limitações importantes na metodologia censitária, sobretudo no tocante à forma como se entende e se mede a pertença religiosa.

EDUCAÇÃO CONTRA A DESINFORMAÇÃO

    Por Maurício Zanolini Imaginem a seguinte situação: as aulas de matemática do ensino fundamental trabalham coleta de dados estatísticos e os professores mostram as possíveis maneiras de se manipular a opinião das pessoas que vão ver os dados, dependendo da forma como eles são apresentados. Outra situação: um dos projetos da escola é preparar os alunos para conduzir entrevistas com vereadores do seu distrito, atentos às tentativas dos políticos de se esquivar das respostas, preparando-os para checarem tudo o for declarado. Talvez essa seja a reforma no currículo mais importante para esse início de século, mas com certeza não é no Brasil.

A CODIFICAÇÃO NÃO É TUDO

  Por Marcelo Henrique         Convivendo a quase três décadas no movimento espírita, volta e meia nos deparamos com situações e posturas um tanto equivocadas, as quais se já não são mais surpreendentes, ainda nos motivam à acurada reflexão. Uma delas diz respeito ao discurso de tribuna acerca da realidade do Mundo Espiritual. Alguns expositores, talvez, maravilhados ante certos relatos contidos em livros psicografados (nem todos submetidos, é bem verdade, ao cotejo com os princípios fundamentais e as orientações contidas nas obras básicas), passam a contar para a plateia “como é” a vida na espiritualidade, descrevendo, até, cenários e contingências “fantásticas” (!), frágeis ante o conteúdo essencial da Doutrina Espírita. Há “modernos" aparelhos e instrumentos, veículos de transporte, alimentos, remédios e outros recursos, que mais parecem a continuidade dos nossos cenários físicos, mesclados com alguns elementos de obras de ficção científica, ...

DE PAI PARA FILHO – CONSTRUINDO UM MAPA MENTAL (*)

  Por Roberto Caldas            A poesia descreve o ciclo, o tempo estabelece as regras, a estrada manobra o passo a passo. O enredo apresenta alguém de calças curtas, joelhos ralados e uma incansável sede de sorver toda a alegria que possa ser extraída das peraltices da infância.

TERCEIRO MILÊNIO - ADVENTO DOS NOVOS TEMPOS (*)

            Por Doris Gandres Fala-se do terceiro milênio como a época do advento dos novos tempos... E nos parece que assim será... A Ciência aponta as transformações físicas por que passará nosso planeta, transformações essas coerentes e de acordo com as expectativas fundamentadas na sua história geológica. A Medicina, sob todos os seus aspectos, apresenta a todo momento mais e mais possibilidades de novos tratamentos e curas antes aparentemente impossíveis, aproximando-se cada vez mais da paramedicina, já compreendendo que o homem não é apenas matéria.

POR UM ESPIRITISMO DE LIBERTAÇÃO

         Por Jorge Luiz              O Chamado à Coerência do Reino Passaram-se mais de dois milênios e, mesmo com o institucionalismo religioso, apesar de todos os desvios sugeridos, a mensagem original de Jesus tem se mantido coerente com aquilo que a constituiu ser conhecida como o reino de Deus. A ética protestante, como mostrou Max Weber, contribuiu para que a economia capitalista ascendente se desvinculasse completamente dos antigos escrúpulos cristãos. Viu-se a ascendente economia capitalista liberta por completo de todo escrúpulo cristão primitivo e não menos ainda solta e desprendida diante da relativa cristandade da ideologia econômica medieval. O Mandamento do Amor, em Cristo, acabou reduzido a caridade voluntária ou a mera psicologia no quadro da moral pública, e esta mesma triunfa enquanto fim absoluta, enquanto aparição do único serviço divino possível, do prêmio divino, do Império de Deus após a expuls...

UMA AMOSTRAGEM DA TESE ESPÍRITA: DOIS CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO (FINAL)

  Por Jerri Almeida   O caso Rodrigo e Fernando (Estudado por Hernani Guimarães Andrade) Imagine um casal no período de uma semana, enfrentar a morte de dois de seus filhos? Entre os dias 7 e 13 de janeiro de 1923 esse doloroso fato foi vivenciado pelo Sr. Jesuíno V. Marques e sua esposa D. Eulina Sl. Vilares. Cristiano, com seis meses, desencarnou com uma gastroenterite, e Fernando, de 4 anos, seis dias após, vitimado por uma doença de complexo tratamento para a época. Após a morte dos dois meninos, os pais com a filha Antônia, resolveram mudar daquela casa, adquirindo outra residência onde passaram a morar.

ESPÍRITAS FORA DO PRUMO

  Por Marcelo Teixeira O Espiritismo é progressista. Não dá para se colocar, ao mesmo tempo, como uma pessoa conservadora e se dizer espírita. Conservadores são aqueles que querem conservar tudo do jeito que está porque convém a eles. Isso é um contraponto às propostas de Jesus e Kardec. * A cidade de Petrópolis, na Região Serrana do RJ, sediou, no início de maio de 2024, a primeira edição do Festival Literário Internacional de Petrópolis (Flipetrópolis), que lotou os jardins do Palácio de Cristal, um dos pontos turísticos mais bonitos da Cidade Imperial. De 1 a 5 de maio, um público ávido por informação, cultura e debates de cunho progressista compareceu em massa, não deixando vazios os auditórios montados para a ocasião, muito menos a livraria, que permaneceu lotada por todo o evento. Isso sem falar nas longas filas que o público enfrentou para conseguir um autógrafo dos escritores convidados, que foram muitos e de significativa importância.

OLHAR ESPÍRITA LAICO: QUANDO UM FAMOSO MORRE

      Por Ana Cláudia Laurindo Ao contrário do que se costuma esperar do espiritismo popularizado em romances mediúnicos no Brasil, para o espírita laico, que acredita nos princípios da reencarnação mas não assume posição de oráculo, todo desencarne é visto com   respeito, independente do prestígio ou fama que a pessoa amealhou durante a encarnação recente. Por isso não é costume elucubrar sobre os seus fazeres no momento do despertar.

VAMOS TER QUE FALAR SOBRE A MORTE...

    Por Maurício Zanolini Por causa da quarentena, nos últimos dias participei de alguns encontros virtuais com amigos. Chamamos de happy hour e brindamos como se estivéssemos juntos num bar. A conversa também começou como uma confraternização depois de um dia de trabalho – muitos assuntos superficiais, piadas, interrupções e mudanças de rumo a todo momento. Mas no decorrer das horas, depois de algumas despedidas, os que sobravam tinham mais tempo de fala, e começaram a dividir angústias e ansiedades. Os pais no grupo de risco, os filhos sem escola, o emprego sem definição. Depois de ouvir e dividir minhas próprias dificuldades, eu escancarei aquilo que estava nos rodeando a noite toda – no fundo buscávamos apoio uns nos outros porque estamos diante da morte.

UMA AMOSTRAGEM DA TESE ESPÍRITA: DOIS CASOS QUE SUGEREM REENCARNAÇÃO (PARTE I)

   Por Jerri Almeida   Introdução A pesquisa científica sobre reencarnação oferece contribuições valiosas para ampliar horizontes de conhecimento sobre o sentido da vida. Não se trata, obviamente, de trilharmos somente o caminho da fé ou da crença, pois estamos diante de uma questão mais complexa, que envolve de forma totalizante o saber humano. Infelizmente, na atualidade, nem sempre as pesquisas nessa área ocorrem com o ritmo e os critérios que as possam alavancar em termos de reconhecimento científico, mesmo porque o mundo acadêmico, em boa parte, ainda se ressente dos preconceitos com tal tipo de temática.

OS ESPÍRITAS E O CENSO DE 2022

  Por Jorge Luiz   O Desafio da Queda de Números e a Reticência Institucional do Espiritismo no Brasil Alguns espíritas têm ponderado sobre o encolhimento do número de declarados espíritas no Brasil, conforme o Censo de 2022, com abordagens diversas – desde análises francas até tentativas de minimizar o problema. O fato é que, até o momento, as federativas estaduais e a Federação Espírita Brasileira (FEB) não se manifestaram com o propósito de promover um amplo debate sobre o tema em conjunto com as casas espíritas. Essa ausência das federativas no debate não chega a ser surpreendente e é uma clara demonstração da dinâmica do movimento espírita brasileiro (MEB). As federativas, na realidade, tornaram-se instituições de relacionamento público-social do movimento espírita.

DIA DA ESPOSA DO PASTOR: PAUTA PARASITA GANHA FORÇA NO BRASIL

     Imagens da internet Por Ana Cláudia Laurindo O Dia da Esposa do Pastor tem como data própria o primeiro domingo de março. No contexto global se justifica como resultado do que chamam Igreja Perseguida, uma alusão aos missionários evangélicos que encontram resistência em países que já possuem suas tradições de fé, mas em nome da expansão evangélico/cristã estas igrejas insistem em se firmar.  No Brasil, a situação é bem distinta. Por aqui, o que fazia parte de uma narrativa e ação das próprias igrejas vai ocupando lugares em casas legislativas e ganhando sanções dentro do poder executivo, como o que aconteceu recentemente no estado do Pará. Um deputado do partido Republicanos e representante da bancada evangélica (algo que jamais deveria ser nominado com naturalidade, sendo o Brasil um país laico (ainda) propôs um projeto de lei que foi aprovado na Assembleia Legislativa e quando sancionado pelo governador Helder Barbalho, no início deste mês, se tornou a lei...

CONFLITOS E PROGRESSO

    Por Marcelo Henrique Os conflitos estão sediados em dois quadrantes da marcha progressiva (moral e intelectual), pois há seres que se destacam intelectualmente, tornando-se líderes de sociedades, mas não as conduzem com a elevação dos sentimentos. Então quando dados grupos são vencedores em dadas disputas, seu objetivo é o da aniquilação (física ou pela restrição de liberdades ou a expressão de pensamento) dos que se lhes opõem.

O CERNE DA QUESTÃO DOS SOFRIMENTOS FUTUROS

      Por Wilson Garcia Com o advento da concepção da autonomia moral e livre-arbítrio dos indivíduos, a questão das dores e provas futuras encontra uma nova noção, de acordo com o que se convencionou chamar justiça divina. ***   Inicialmente. O pior das discussões sobre os fundamentos do Espiritismo se dá quando nos afastamos do ponto central ou, tão prejudicial quanto, sequer alcançamos esse ponto, ou seja, permanecemos na periferia dos fatos, casos e acontecimentos justificadores. As discussões costumam, normalmente e para mal dos pecados, se desviarem do foco e alcançar um estágio tal de distanciamento que fica impossível um retorno. Em grande parte das vezes, o acirramento dos ânimos se faz inevitável.

A FÉ COMO CONTRAVENÇÃO

  Por Jorge Luiz               Quem não já ouviu a expressão “fazer uma fezinha”? A expressão já faz parte do vocabulário do brasileiro em todos os rincões. A sua história é simbiótica à história do “jogo do bicho” que surgiu a partir de uma brincadeira criada em 1892, pelo barão João Batista Viana Drummond, fundador do zoológico do Rio de Janeiro. No início, o zoológico não era muito popular, então o jogo surgiu para incentivar as visitas e evitar que o estabelecimento fechasse as portas. O “incentivo” promovido pelo zoológico deu certo, mas não da maneira que o barão imaginava. Em 1894, já era possível comprar vários bilhetes – motivando o surgimento do bicheiro, que os vendia pela cidade. Assim, o sorteio virou jogo de azar. No ano seguinte, o jogo foi proibido, mas aí já tinha virado febre. Até hoje o “jogo do bicho” é ilegal e considerado contravenção penal.

“TUDO O QUE ACONTECER À TERRA, ACONTECERÁ AOS FILHOS DA TERRA.”

    Por Doris Gandres Esta afirmação faz parte da carta que o chefe índio Seattle enviou ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, em 1854! Se não soubéssemos de quem e de quando é essa declaração poder-se-ia dizer que foi escrita hoje, por alguém com bastante lucidez para perceber a interdependência entre tudo e todos. O modo como vimos agindo na nossa relação com a Natureza em geral há muitos séculos, não apenas usando seus recursos, mas abusando, depredando, destruindo mananciais diversos, tem gerado consequências danosas e desastrosas cada vez mais evidentes. Por exemplo, atualmente sabemos que 10 milhões de toneladas de plásticos diversos são jogadas nos oceanos todo ano! E isso sem considerar todas as outras tantas coisas, como redes de pescadores, latas, sapatos etc. e até móveis! Contudo, parece que uma boa parte de nós, sobretudo aqueles que priorizam seus interesses pessoais, não está se dando conta da gravidade do que está acontecendo...

NÃO SÃO IGUAIS

  Por Orson P. Carrara Esse é um detalhe imprescindível da Ciência Espírita. Como acentuou Kardec no item VI da Introdução de O Livro dos Espíritos: “Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos transmitiram”, sendo esse destacado no título um deles. Sim, porque esse detalhe influi diretamente na compreensão exata da imortalidade e comunicabilidade dos Espíritos. Aliás, vale dizer ainda que é no início do referido item que o Codificador também destaca: “(...) os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos (...)”.

FUNDAMENTALISMO AFETA FESTAS JUNINAS

  Por Ana Cláudia Laurindo   O fundamentalismo religioso tenta reconfigurar no Brasil, um país elaborado a partir de projetos de intolerância que grassam em pequenos blocos, mas de maneira contínua, em cada situação cotidiana, e por isso mesmo, tais ações passam despercebidas. Eles estão multiplicando, por isso precisamos conhecer a maneira com estas interferências culturais estão atuando sobre as novas gerações.

JESUS TEM LADO... ONDE ESTOU?

   Por Jorge Luiz  A Ilusão do Apolitismo e a Inerência da Política Há certo pedantismo de indivíduos que se autodenominam apolíticos como se isso fosse possível. Melhor autoafirmarem-se apartidários, considerando a impossibilidade de se ser apolítico. A questão que leva a esse mal entendido é que parte das pessoas discordam da forma de se fazer política, principalmente pelo fato instrumentalizado da corrupção, que nada tem do abrangente significado de política. A política partidária é considerada quando o indivíduo é filiado a alguma agremiação religiosa, ou a ela se vincula ideologicamente. Quanto ao ser apolítico, pensa-se ser aquele indiferente ou alheio à política, esquecendo-se de que a própria negação da política faz o indivíduo ser político.

O MAPA RELIGIOSO DO BRASIL E O AVANÇO DO FANATISMO

  Por Dora Incontri Corre nas redes um vídeo assustador. 1.500 jovens na Universidade Federal de Minas Gerais, uma das melhores do país, reunidos num culto evangélico, dentro do espaço universitário. Hinos, batismos, conversões, “milagres”, centenas de alunos de joelhos, “pedindo perdão pelos pecados da universidade brasileira”. A cena me lembrou um livro que uso em minhas aulas sobre a história do cristianismo: Cristianismo e paganismo, 350-750 – A conversão da Europa ocidental.   Ou ainda o filme Alexandria (2009), dirigido por Alejandro Amenábar, que conta a história da filósofa e astrônoma Hipátia, que costumo passar ou indicar para meus alunos. As duas fontes mostram como o cristianismo – leia-se o catolicismo – foi imposto a ferro e fogo, muitas vezes numa histeria coletiva, depois que o Imperador romano Constantino o adotou como religião (e mais especificamente o catolicismo, porque havia inúmeras denominações cristãs na época, por exemplo o arianismo, o pelagianism...