Pular para o conteúdo principal

O ESPIRITISMO COMO “TÁBUA DE SALVAÇÃO DA HUMANIDADE” - PARTE FINAL

 

 Por Valnei França

 

             A final, podemos “salvar a Humanidade” ou não?

             O que sabemos até aqui?

 a) A Natureza não é caótica, já diziam alguns gregos. Sendo assim, o medo não deve reger as nossas ações a exemplo das figuras mitológicas(21) e afins, entre elas o “Diabo(22), o Demônio, o Cramunhão, a Bruxa, o Inominável, Aquele que não se pronuncia o nome, o Sairon, o Hades, Satanás, Dianho, Belzebu, Anjo Mau, Tinhoso, Anjo Das Trevas, Lúcifer, Canhoto, Cão, Cão-Tinhoso, Chifrudo, Cornudo, Demônio, Jurupari, Mafarrico, Maldito, Maligno, Malvado, Mau, Pai Do Mal, Príncipe Das Trevas, Satã, Satanás, Serpente, Tendeiro, Tentador”(23).

b) Que a hierarquia, o poder, é uma necessidade cultural, ou seja, criada pelo ser humano no seu desenvolvimento social e, portanto, não tem “valoração divina”, e muito menos natural. Então, não podemos subordinar nossas ações e desejos a partir, exclusivamente, de informações “textuais ou orais” consideradas sagradas ou em ações fundamentalistas.

c) O Humano está sendo resultado de uma evolução biológica que a partir de um determinado momento teve um salto qualitativo em sua condição biológica quando iniciou o desenvolvimento de sua consciência. Este fato o diferenciou dos outros animais e,  no processo o distanciou, e distancia, a cada momento.

d) Toda Instituição é uma construção cultural, um feito social.

            A reflexão, trazida pelo Espiritismo, proporciona ao Ser Humano uma visão maior que o nascimento e morte, assim as opções e decisões na vida podem ser escolhidas com mais assertividade, principalmente, se considerarmos a questão do espírita ter que buscar ser um “altruísta”. A realização de uma reencarnação é complexa e tem uma ligação direta, mas não condicional, com o passado. O princípio reencarnatório é o “instrumento divino” para que o Espírito possa atingir sua plenitude espiritual, ou seja, transformar sua composição física grosseira, pesada, em uma estrutura mais fluida, leve, fina. Não é abandonar a sua natureza, mas adquirir, através de “processos”, uma estrutura que não permitam as mazelas de nossas imperfeições espirituais. Morais?

            O nosso passado? Ele é o motivo para estarmos aqui e isto basta. Não há necessidade de especulações a respeito de ações, status, cargos, heranças materiais para entender as causas de nossos conflitos atuais. Ao nos afastarmos dos conflitos, em reflexão, poderemos perceber que, na quase totalidade, suas origens estão na atual encarnação e que algumas são frutos de nossos erros e outras que não temos gerência.

             O nosso presente? Esse sim deve ser o ponto essencial de todo o espírita e não espírita. Pois são nas relações sociais, realizadas em todo e qualquer lugar do globo terrestre, que temos a oportunidade de nos tornar mais humanos, mais espiritualizados. Agir para que os sofrimentos materiais e os espirituais minorem ou acabem. Tudo é uma questão do princípio a ser aceito. Lembro neste momento do “Sermão da Montanha”. E penso qual o motivo pelo qual ele não é estudado nas Escolas…

            A Metáfora do Planeta Barco. Podemos olhar metaforicamente a Terra como o barco onde estava o Paulo. Então, seremos “terranautas(24)” em uma jornada pelo conhecimento e aprimoramento, singrando os espaços siderais em busca, não do “velo de ouro”, mas da perfeição. A cada Planeta, a cada constelação estelar avançamos rumo por um futuro sem dor, sem miséria, sem a ganância e as necessidades brutais da matéria. E, que em determinado momento os astrônomos descobriram que o nosso planeta estava em rota de colisão com um asteroide com o dobro de nosso tamanho. A destruição seria total. Em uma Assembleia Mundial ficou decidido que deveríamos formar religiões, tantas quantas forem necessárias, e em todos os cantos da Terra. Nelas seriam discutidas quais seriam as condições para aqueles que deveriam ter “o bilhete da salvação” para um outro planeta. Assim, seriam tratadas as emoções, os egoísmos, as ambições, honestidades, enfim, as virtudes, os valores, que seriam os eleitos para os afortunados. Infelizmente, o asteroide destruidor já está à nossa porta, todavia, ainda estamos no momento de discussões sobre o que é e o que não é importante para adquirir o direito ao “bilhete”.

             Considerações finais

             O despertar sobre aquilo que é transcendente, nos acompanha desde as primeiras pegadas no solo arqueológico da Terra. Medo, fome, frio, são algumas das barreiras que tivemos que transpor. Evoluímos ou estamos evoluindo? Parecemos autossuficientes em dizer o que não somos, mas acreditamos que somos evolucionistas, contudo o “ponto final” desta trajetória evolucionista somos nós. Século XIX? Será que não devemos olhar para dentro da “caixa de Pandora”? Ou melhor, nos considerarmos “humanos em construção, em evolução”, não apenas fisiologicamente, mas sobretudo mentalmente. Não é o cérebro que vai aumentar de tamanho, mas podem ser aquelas pequenas faíscas, ligações, as sinapses(25), ou melhor, devem ser as ligações entre os neurônios. Ponto a ser verificado, estudado.

             E, então, somos ou não? Penso que a Doutrina Espírita não é uma salvação para a Humanidade, assim como qualquer outra Doutrina e/ou Religião. Somos aptos, geneticamente e mentalmente, ao aprendizado. O sectarismo nos frequenta por descuido nosso com ambição, orgulho, vaidade e outras mazelas. Não estamos sozinho no Universo, muito menos aqui em nosso Planeta. Não cabe em nossas vidas terrestres, nenhuma “Tábua de Salvação”, não é delas que precisamos, pois, assim como a metáfora o momento não está lá no futuro e sim no agora. Não é com “tábuas” que seremos salvos, a não ser que aprendamos a surfar, o que é muito mais difícil. O que precisamos é “aprender a nadar”. Cada um deve ter o seu domínio do “como nadar”, praticar, e assim não dependeremos de nenhuma orientação para esta ou daquela “tábua de salvação”. Seremos autossuficientes para decidir em qual momento devemos “pular na água e nadar até a costa”.

 

            Referências

 1)    MUNIZ, Flávio. Da Origem da Pele Negra e o Surgimento das Teorias Raciais no Século 18. Youtube, 27 de Dezembro de 2023. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=PLXhrJwQHBY>

2)    CHARLOT, Bernard. Educação ou Barbárie? Uma escolha para a Sociedade Contemporânea. Tradução Sandra Pina. 1. Ed. Cortez, 2020.

3)    A exemplo do caso do “Julgamento do Macaco”. Acessado em 19/09/2023. Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues. <https://ensinarhistoria.com.br/linha-do-tempo/condenado-o-professor-de-ciencias-que-ensinou-o-evolucionismo/>

4)    Declaração do professor de Ciências John T. Scopes em seu julgamento, ao ouvir sentença – O Julgamento do Macaco. Ob. Citada nota 3.

5)    ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação. Tradução Roberto Leal Ferreira. Ed. Martins Fontess. São Paulo, 1999. Pdf, acessado em 01 de Outubro de 2024. <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5102710/mod_resource/content/1/EM%C3%8DLIO%20-%20TRECHOS%20SELECIONADOS.pdf>

6)    SERRA, A. Teoria das representações em Henri Lefebvre: uma abordagem cultural e multidimensional da geografia. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 487-495, 2014.

7)    VEIGA, Edison. Ligação mística com a natureza: a religiosidade dos indígenas brasileiros. Acessado em 01 de Outubro de 2024. <https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckv75xjd340o>

8)    PONTES, Amanda O. da S. A espiritualidade feminina dos séculos XII, XIII e XIV –As beguinas: Expressões da liberdade de gênero e crença. Simpósio Nordeste da Associação Brasileira de História das Religiões. Acessado em 03/10/2024.

<https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/1217/1039>

9)    CHARLOT, Bernard. Educação ou Barbárie? Uma escolha para a Sociedade Contemporânea. Tradução Sandra Pina. 1. ed. Cortez, 2020.

10)  SILVA, H. M.; GOULART, G.; PINHO, M. J. de. Alienação Religiosa como Controle Social. Revista de Educação, Saúde e Ciências do Xingu. Jan-Dez/2021, v1., n.4 – ISSN (online). Acessado em 02/1020274. <https://periodicos.uepa.br/index.php/rescx/article/view/3901/1903>

11)  FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Trad. Lígia M. Pondé Vassalo. Ed. Petrópolis, 1977.

12)  GOMES, N. S; FARINA, M; DAL FORNO, C. Espiritualidade, Religiosidade e Religião: Reflexão de Conceitos em Artigos Psicológicos. Revista de Psicologia da IMED, 6(2): 107-112, 2014.

13)  KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. Ed. Federação Espírita do Brasil, 1995.

14)  FRANÇA, Valnei F. Preconceito uma reflexão possível. Blogue Canteiro de Ideias, acessado em 12 de Outubro de 2023. <https://www.canteiroideias.com.br/2023/10/o-preconceito-uma-reflexao-possivel.html#more>

15)  PIRES, Herculano. Pedagogia Espírita. Ed. J. Herculano Pires, Juiz de Fora, 1990.

16)  Entendida como um aprimoramento moral do espírito em relação à dependência da matéria ou sua influência.

17)  KARDEC, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução Guillon Ribeiro. Ed. Federação Espírita do Brasil, 2013.

18)  Na Doutrina Espírita, temos elevação que em nossa reflexão se equivale ao conceito de “salvação” cristã.

19)  MORAES, Elias. O Processo Mediúnico – Possibilidades e limites na Produção do Conhecimento Espírita. Goiânia, Aephus, 2023;

20)  SANTOS, Nelson e Henrique, MARCELO. Im-Pacto Áureo: a verdade por detrás do decantado símbolo do Espiritismo Oficial no Brasil. Site Espiritismo com Kardec – ECKI. Acessado em 02/10/2024.<https://www.comkardec.net.br/im-pacto-aureo-a-verdade-por-detras-do-decantado-simbolo-do-espiritismo-oficial-no-brasil/>

21)  LIMA, Letícia. 80 nomes sombrios e seus significados. Acessado em 21/09/2023.

<https://educacao.umcomo.com.br/artigo/80-nomes-sombrios-e-seus-significados-29266.html>

22)  FRANÇA, Valnei F. de. Satanás ou Diabo, existe? E se realmente existe, qual será seu destino? Site Quora, acessado em 03/10/2024. <https://qr.ae/p2wPGI>

23)  Dicionário de sinônimos. Acessado em 21/09/2023.  <https://www.sinonimos.com.br/diabo/>

24)  Neologismo a partir da aventura dos gregos de Argos. Mitologia dos Argonautas. Acessado em 03/10/2024. <https://www.osargonautas.com.br/sobre-os-argonautas>

25)  Enciclopédia Significados. Sinapse. Acessado em 03/10/2024.

<https://www.significados.com.br/sinapse/>

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

DIA DE FINADOS À LUZ DO ESPIRITISMO

  Por Doris Gandres Em português, de acordo com a definição em dicionário, finados significa que findou, acabou, faleceu. Entretanto, nós espíritas temos um outro entendimento a respeito dessa situação, cultuada há tanto tempo por diversos segmentos sociais e religiosos. Na Revista Espírita de dezembro de 1868 (1) , sob o título Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, na Sociedade Espírita de Paris fundada por Kardec, o mestre espírita nos fala que “estamos reunidos, neste dia consagrado pelo uso à comemoração dos mortos, para dar aos nossos irmãos que deixaram a terra, um testemunho particular de simpatia; para continuar as relações de afeição e fraternidade que existiam entre eles e nós em vida, e para chamar sobre eles as bondades do Todo Poderoso.”

O DISFARCE NO SAGRADO: QUANDO A PRUDÊNCIA VIRA CONTRADIÇÃO ESPIRITUAL

    Por Wilson Garcia O ser humano passa boa parte da vida ocultando partes de si, retraindo suas crenças, controlando gestos e palavras para garantir certa harmonia nos ambientes em que transita. É um disfarce silencioso, muitas vezes inconsciente, movido pela necessidade de aceitação e pertencimento. Desde cedo, aprende-se que mostrar o que se pensa pode gerar conflito, e que a conveniência protege. Assim, as convicções se tornam subterrâneas — não desaparecem, mas se acomodam em zonas de sombra.   A psicologia existencial reconhece nesse movimento um traço universal da condição humana. Jean-Paul Sartre chamou de má-fé essa tentativa de viver sem confrontar a própria verdade, de representar papéis sociais para evitar o desconforto da liberdade (SARTRE, 2007). O indivíduo sabe que mente para si mesmo, mas finge não saber; e, nessa duplicidade, constrói uma persona funcional, embora distante da autenticidade. Carl Gustav Jung, por outro lado, observou que essa “másc...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

O CORDEIRO SILENCIADO: AS TEOLOGIAS QUE ABENÇOARAM O MASSACRE DO ALEMÃO.

  Imagem capa da obra Fe e Fuzíl de Bruno Manso   Por Jorge Luiz O Choque da Contradição As comunidades do Complexo do Alemão e Penha, no Estado do Rio de Janeiro, presenciaram uma megaoperação, como define o Governador Cláudio Castro, iniciada na madrugada de 28/10, contra o Comando Vermelho. A ação, que contou com 2.500 homens da polícia militar e civil, culminou com 117 mortos, considerados suspeitos, e 4 policiais. Na manhã seguinte, 29/10, os moradores adentraram a zona de mata e começaram a recolher os corpos abandonados pelas polícias, reunindo-os na Praça São Lucas, na Penha, no centro da comunidade. Cenas dantescas se seguiram, com relatos de corpos sem cabeça e desfigurados.

TRÍPLICE ASPECTO: "O TRIÂNGULO DE EMMANUEL"

                Um dos primeiros conceitos que o profitente à fé espírita aprende é o tríplice aspecto do Espiritismo – ciência, filosofia e religião.             Esse conceito não se irá encontrar em nenhuma obra da codificação espírita. O conceito, na realidade, foi ditado pelo Espírito Emannuel, psicografia de Francisco C. Xavier e está na obra Fonte de Paz, em uma mensagem intitulada Sublime Triângulo, que assim se inicia:

UM POUCO DE CHICO XAVIER POR SUELY CALDAS SCHUBERT - PARTE II

  6. Sobre o livro Testemunhos de Chico Xavier, quando e como a senhora contou para ele do que estava escrevendo sobre as cartas?   Quando em 1980, eu lancei o meu livro Obsessão/Desobsessão, pela FEB, o presidente era Francisco Thiesen, e nós ficamos muito amigos. Como a FEB aprovou o meu primeiro livro, Thiesen teve a ideia de me convidar para escrever os comentários da correspondência do Chico. O Thiesen me convidou para ir à FEB para me apresentar uma proposta. Era uma pequena reunião, na qual estavam presentes, além dele, o Juvanir de Souza e o Zeus Wantuil. Fiquei ciente que me convidavam para escrever um livro com os comentários da correspondência entre Chico Xavier e o então presidente da FEB, Wantuil de Freitas 5, desencarnado há bem tempo, pai do Zeus Wantuil, que ali estava presente. Zeus, cuidadosamente, catalogou aquelas cartas e conseguiu fazer delas um conjunto bem completo no formato de uma apostila, que, então, me entregaram.

09.10 - O AUTO-DE-FÉ E A REENCARNAÇÃO DO BISPO DE BARCELONA¹ (REPOSTAGEM)

            Por Jorge Luiz     “Espíritas de todos os países! Não esqueçais esta data: 9 de outubro de 1861; será marcada nos fastos do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia de festa, e não de luto, porque é a garantia de vosso próximo triunfo!”  (Allan Kardec)                    Cento e sessenta e quatro anos passados do Auto-de-Fé de Barcelona, um dos últimos atos do Santo Ofício, na Espanha.             O episódio culminou com a apreensão e queima de 300 volumes e brochuras sobre o Espiritismo - enviados por Allan Kardec ao livreiro Maurice Lachâtre - por ordem do bispo de Barcelona, D. Antonio Parlau y Termens, que assim sentenciou: “A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à fé católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outr...

"FOGO FÁTUO" E "DUPLO ETÉRICO" - O QUE É ISSO?

  Um amigo indagou-me o que era “fogo fátuo” e “duplo etérico”. Respondi-lhe que uma das opiniões que se defende sobre o “fogo fátuo”, acena para a emanação “ectoplásmica” de um cadáver que, à noite ou no escuro, é visível, pela luminosidade provocada com a queima do fósforo “ectoplásmico” em presença do oxigênio atmosférico. Essa tese tenta demonstrar que um “cadáver” de um animal pode liberar “ectoplasma”. Outra explicação encontramos no dicionarista laico, definindo o “fogo fátuo” como uma fosforescência produzida por emanações de gases dos cadáveres em putrefação[1], ou uma labareda tênue e fugidia produzida pela combustão espontânea do metano e de outros gases inflamáveis que se evola dos pântanos e dos lugares onde se encontram matérias animais em decomposição. Ou, ainda, a inflamação espontânea do gás dos pântanos (fosfina), resultante da decomposição de seres vivos: plantas e animais típicos do ambiente.

SOBRE ATALHOS E O CAMINHO NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO JUSTO E FELIZ... (1)

  NOVA ARTICULISTA: Klycia Fontenele, é professora de jornalismo, escritora e integrante do Coletivo Girassóis, Fortaleza (CE) “Você me pergunta/aonde eu quero chegar/se há tantos caminhos na vida/e pouca esperança no ar/e até a gaivota que voa/já tem seu caminho no ar...”[Caminhos, Raul Seixas]   Quem vive relativamente tranquilo, mas tem o mínimo de sensibilidade, e olha o mundo ao redor para além do seu cercado se compadece diante das profundas desigualdades sociais que maltratam a alma e a carne de muita gente. E, se porventura, também tenha empatia, deseja no íntimo, e até imagina, uma sociedade que destrua a miséria e qualquer outra forma de opressão que macule nossa vida coletiva. Deseja, sonha e tenta construir esta transformação social que revolucionaria o mundo; que revolucionará o mundo!