Por Roberto Caldas (*)

Também compreendemos porque tantas pessoas
ainda se mantém afastadas da Doutrina Espírita guardando certos receios, apesar
de se sentirem atraídas pelos conceitos que depreendem de comentários que
escutam sem jamais terem ido à fonte para investigação. Não é por acaso que os
censos populacionais mostram o quanto as pessoas são abertas ao pensamento espírita
apesar de se dizerem profitentes de outras denominações religiosas. Acontece
que a mensagem espírita vem trazendo uma explicação simples para as dúvidas
milenares que se encontravam encobertas por dogmas de fé, o que permite aos
ditos simpatizantes se saciarem de sua fome de lógica, ao mesmo tempo em que
não impõe uma obrigação litúrgica sectária, o que permite às pessoas entenderem
certos aspectos da vida espiritual sem perderem as suas raízes doutrinárias
esculpidas em sua infância.
Vejamos um exemplo simples do enunciado
acima. Alan Kardec dispõe na introdução de O Livro dos Espíritos, como idéia
inicial o conceito de Alma (“o ser imaterial e individual que existe em nós e
que sobrevive ao corpo”) e o que parecia apenas um dogma, e na imaginação das pessoas
a imagem de um lençol ambulante, reveste-se de um perispírito que lhe dá forma
tangível depois da morte podendo se comunicar com as pessoas que ficaram na
Terra depois de sua morte, agora chamada de desencarnação, pois a vida se
amplia quando chega o momento de deixar o corpo e as relações de amizade
permitem que os laços de afeto se estendam além da existência física.
Muitas são as mensagens que trazem luz e
orientação aos homens, e todas são bem vindas para que amenizemos outras
milhares que seduzem e jogam para o cadafalso das ilusões. Nenhum, porém com o
alcance daquela que traz o ser encarnado à compreensão da imortalidade
responsável. Mensagem universal que não se lança à cata de conversão a qualquer
custo, O Espiritismo entende que a cultura espiritual é gradativa e que a cada
um é dado o momento de experimentar a necessidade da mudança conceitual sem
pressa, apenas restabelece como prévia a qualquer aspirante à paz interior o
velho preceito de Jesus, segundo o qual não se faz ao próximo o que não deseja
para si.
A Doutrina Espírita surgiu e se mantém no
mundo com a clara intenção de revelar ao mundo que somos Espíritos imortais em
uma romagem física temporária que se repetirá quantas vezes necessárias até que
experimentemos a felicidade em nossos corações e decreta em uníssono com Jesus
que “nenhuma ovelha se perderá do redil”.
¹ editorial do programa Antena Espírita de 02.02.2014.
(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.
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