Devemos exaltar o fato da existência dos buscadores de resposta, quando confrontados por problemas e aflições que nos alcançam. Sabemos que entre esses há aqueles que buscam criar cortinas de fumaça para divulgar espetáculo próprio e autopromoção, pouco afeitos que são às reais necessidades coletivas. Outros há também que, misturando os seus grandes receios místicos, jogam para o alto o compromisso individual de engajamento. Os dramas pessoais requerem procuras de igual natureza, diferente dos graves problemas globais, mormente se as circunstâncias que os produzem não refletem uma causalidade conhecida.
Resultante da intromissão do pequeno agente que veio destroçar a economia mundial pondo em risco a saúde da população mundial e que conseguiu em primeiro plano deixar claras as lacunas de direitos e solidariedade, em que se arrasta a turba social, houve grande apelo ao surgimento dos buscadores de resposta. Levantaram-se cientistas, religiosos, políticos, elites, populações de invisíveis sociais, todos com suas justas demandas. Com presumida lógica alardeiam a mudança não combinada do piloto ou fazem a apologia de “o piloto sumiu”, pasmos pela absoluta falta de previsibilidade do próximo passo.
Informados que somos da história da humanidade, cujos mandatários estão acostumados a criar as pautas discutidas nas grandes assembléias que apontam os destinos da humanidade, finalmente entramos para a história, a qual será contada nos próximos séculos, como aqueles que, outra vez tiveram como presidente global um elemento que sequer pode ser classificado como ser vivo com certeza absoluta – um vírus. Quem sabe isso mostre o quão estamos distantes de uma resposta que atenda a todo gênero de interrogação.
O que se pode depreender disso é que as intempéries, excetuadas aquelas geradas pela incúria do egoísmo e da violência que poderiam e deveriam ser evitadas, costumam visitar a superfície do planeta, de tempos em tempos, sob diversas formas. Algumas vezes na forma de cataclismo, fruto de mudanças geológicas que produzem graves desastres, de outras, como ataques de agentes biológicos de variadas naturezas, fatos que se encontram fartamente documentados. Tal conhecimento é razoável raciocínio capaz de tranqüilizar quanto ao receio de extinção da espécie humana, além de nos dar a certeza de que a saída coletiva é a única possibilidade que vencer um mal que nos atinge coletivamente.
A inserção em O Livro dos Espíritos da questão 733 demonstra que os ciclos de dor e perda têm correspondência com outros ciclos de virtuosa prosperidade, senão vejamos: “A necessidade da destruição existirá sempre entre os homens na Terra? – A necessidade da destruição diminui entre os homens à medida que o Espírito supera a matéria; é por isso que ao horror da destruição vedes seguir-se o desenvolvimento intelectual e moral”.
Aos que buscam respostas, calma, o piloto não sumiu. Essa confusão é parte do exercício de crescimento. Afinal o piloto é Jesus e não ia nos deixar na mão em viagem tão cheia de surpresas e imprevistos. Talvez tenhamos que fazer perguntas, antes de exigir encontrar as respostas. Será que dessa vez vamos conseguir nos encontrar em humanidade para prescrevermos, juntos, a verdadeira receita da convivência fraterna?
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