terça-feira, 7 de abril de 2015

AMOR ESPIRITUAL




Por Gilberto Veras (*)


Nós, criaturas da Terra, incipientes na caminhada evolutiva, guardamos no coração amor um tanto quanto adulterado, isso porque o sentimento áureo, em sua essência divina, é recurso poderoso da alma para impulsioná-la ao encontro do seu destino, que é a felicidade, no entanto, o uso que damos a esse instrumento precioso está muito distante daquele projetado pelo Alto. Por sermos, ainda imperfeitos, embora perfectíveis, cada qual em diferentes graus de melhoramento, direcionamos o amor, quase sempre com fins imediatistas e materialistas, amamos, aquilo que nos seduz pelo gozo e prazer propiciado pela matéria, nada mais do que natural, pois o mundo denso nos é necessário ao aprendizado promovedor do Espírito e, a Inteligência Suprema criadora, em sua Infinita Sabedoria, o dotou de encantos incentivadores como canais acessíveis a todos no desenvolvimento do poder sentimental que fecundou a vida. Com esses olhos identificamos, então, em nossa bagagem, dois aspectos do amor, um limpo, puro, o espiritual, e o outro mesclado pela matéria, o percentual de cada componente, neste caso, varia em função do avanço espiritual em que se encontra a alma observada.

Não nos iludamos, o prazer recebido do amor espiritual, quando alcançado, é muito mais agradável e compensador do que oferece o outro, com aquele, o que não ocorre com este, sentimos a leveza da fraternidade, que não discrimina, a tranquilidade da consciência, que pratica justiça, a benevolência, que minimiza infortúnios e acalma corações sensíveis, recordações do passado amoroso, que alimenta a alma com a força verde da esperança.

De muito cuidado devemos nos valer ao vivenciar o amor material para não sobrecarregar nossa alma com comprometimentos que requerem ressarcimento da Justiça Divina. É preciso atenção apurada para não incorrermos em ciladas apresentadas pelo mal em euforia breve e enganadora, que nada acrescenta de ensinamento nem de exercício desse sentimento energético que alimenta a força de viver com dignidade e respeito às leis que conduzem, orientam e impulsionam o Espírito em marcha vitoriosa, conforme programação estabelecida pelo Pai da Vida. Somos aprendizes do amor, quanto mais nos habilitarmos a amar com e pelo o Espírito mais conquistas divinas obteremos e mais próximos estaremos do aperfeiçoamento feliz. O avanço é lento, muito lento, é verdade, e jamais finda porque a vida se prolonga por toda a eternidade, no entanto entendamos que cada passo avante é gratificado pela felicidade relativa, logo podemos, sim, afirmar que, mesmo neste belo planeta azul, inferior por sua carga pesada de maldade, poderemos desfrutar de bons momentos presentes na exercitação do bem, quando sentimos a paz interior de servir o próximo com a fraternidade amorosa.

(*) poeta e escritor espírita. Autor de obras como: 20 Contos Conclusivos, Extrato do Ser, A Recompensa do Bem.

Um comentário:

  1. Sábias palavras! Muitos de nós usamos de sentimentos menos nobres,acreditando com nossos interesses que estamos afinados no amor...Ainda bem que existe a lei do progresso e leal para todos.

    Vanessa.

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