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ÁLCOOL - O MAIOR VILÃO



O consumo de bebidas alcoólicas no Brasil e no mundo tem crescido de maneira tão alarmante e desastrosa que cerca de 90% das pessoas já fizeram uso dessas substâncias.
Nos Estados Unidos, a indústria do álcool e de outras drogas vem mobilizando recursos da ordem de 80 bilhões de dólares anuais.
Essa realidade pouco conhecida da população transforma o álcool no maior vilão da saúde pública, em nosso País, reduzindo a “expectativa de vida saudável” do brasileiro, de acordo com o Relatório Mundial de Saúde 2002, divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O álcool etílico é uma droga livre (e bem aceita pela sociedade) que causa grande transtorno social e é responsável por prejuízos financeiros imensos para o Estado, para a sociedade, para a família do doente e obviamente para ele próprio, além dos incontestáveis males à saúde.
Por tudo isso, o álcool é a droga que mais mata no mundo inteiro.


O MITO DO ÁLCOOL

As bebidas alcoólicas eram de baixo teor alcoólico até a Idade Média, quando os árabes introduziram as técnicas da destilação na Europa, sob a alegativa de que o álcool seria o “elixir da longa vida” e servia como remédio para a cura de muitos males.
Até hoje permanece em muitos, como herança do passado, essa idéia de que álcool prolonga a vida e que faz bem à saúde. A propósito, o vocábulo whisky é derivado do gálico usquebaugh, que significa “água da vida”.
Entretanto, o que se tem visto é exatamente o oposto: a sua utilização determinando vários estados doentios e a precocidade na morte.

MAIS ESTATÍSTICAS

O uso de alcoólicos é tão difundido e aceito no mundo que, dentro daquele conceito de que o normal deve ser entendido como o comportamento mais comum, as pessoas que não bebem é que findam por serem rotuladas como doentes (anormais).
Nos Estados Unidos da América, 75% da população fazem uso dos alcoólicos.
No Brasil há uma prevalência de alcoólatras de 12% da população, sendo que, admite-se, os seus 80% fazem uso de bebidas alcoólicas, de alguma forma.
A faixa etária mais atingida é a que vai de 25 a 55 anos (exatamente a mais produtiva). Hoje, porém, é relativamente comum vê-se criança bebendo e mesmo sendo estimulada pelos pais a fazê-lo.

TIPOS DE BEBEDORES

Podemos distinguir pelo menos dois grupos de pessoas que são usuárias de bebidas alcoólicas:
  •          os bebedores sociais
  •          os alcoólicos



Os primeiros, quando bebem com regularidade, se predispõem a fazer parte do segundo grupo, composto por enfermos, senão nesta vida (pois hoje se sabe da instalação de dependência em usuários crônicos), mas também em outras vidas, quando nascerão com uma predisposição orgânica (genética) à doença do alcoolismo.
Os componentes do segundo grupo são doentes, como já foi dito.
As pesquisas médicas têm sugerido ser a doença de caráter hereditário, o que do ponto de vista espírita entende-se como sendo o resultado das suas ações e hábitos construídos em outras existências.

AS REPERCUSSÕES DO ÁLCOOL NA SAÚDE FÍSICA E SOCIAL

O hábito de se utilizar das bebidas alcoólicas costuma levar ao estabelecimento de várias problemáticas, produzindo sofrimentos, desajustes e adoecimento, como os que relacionamos sinteticamente abaixo:

Problemas Familiares
  
  •          Desajuste e separação conjugal
  •          Traumas psicológicos
  •          Violência psicológica e física
  •          Desastre financeiro
  •          Problemas Sociais
  •          Aumento da violência urbana e familiar (maior índice de homicídios e de lesões corporais)
  •          Aumento dos acidentes automobilísticos com vítimas (50% das mortes no trânsito       estão relacionadas com o álcool)
  •          Aumento do absenteísmo no trabalho

·               

Problemas de Saúde

  •          Distúrbios cerebrais (doenças neurológicas que determinam alterações comportamentais, da memória e dos movimentos)
  •          Distúrbios psiquiátricos (surtos de doenças psiquiátricas, associação com outras doenças psiquiátricas e suicídios)
  •          Problemas cardíacos (doença do músculo do coração, distúrbios dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial)
  •          Problemas digestivos (inflamações na boca, no esôfago, no intestino)
  •          Problemas no fígado (infiltração gordurosa do fígado, hepatite alcoólica, cirrose hepática)
  •          Anemias e hemorragias
  •          Diminuição das defesas orgânicas e predisposição às infecções
  •          Impotência, perda do desejo sexual, redução do volume dos testículos, desenvolvimento de mamas nos homens
  •          Efeitos no desenvolvimento do bebê (distúrbios no tamanho da cabeça, reduzida inteligência, atraso do crescimento, lábio superior pouco desenvolvido e outras malformações)
  •          Cânceres (boca, faringe, esôfago, fígado, mama)
  •          Doenças sexualmente transmissíveis (pelo uso irresponsável, decorrente da perda de discernimento nos estados de embriaguez, da sexualidade genital)

·          
REPERCUSSÕES ESPIRITUAIS

Ao morrer sob o domínio da dependência física e psíquica, o ser sobrevivente permanece aprisionado às repercussões mentais e comportamentais do vício (ou do hábito). Isso lhe dificulta o reconhecimento de sua nova situação, lançando-o em um estado de perturbação profundo que lhe desnorteia por muito tempo; leva-o a uma ligação com o cadáver, proporcionando-lhe sofrimento desnecessário; e pode arrastá-lo a uma interação com bebedores encarnados (“vivos”), na tentativa consciente ou inconsciente, voluntária ou involuntária, de vivenciar os efeitos da droga através daqueles.
É assim que se cria um sistema de estimulação e dependência recíprocas na manutenção do comportamento alcoolista.
Além disso, ele pode vir a ser perseguido ou manipulado por Espíritos perversos que passam a dominar-lhe indefinidamente.

A PREDISPOSIÇÃO AO TRATAMENTO

Embora o tratamento para esses casos de abuso ou doença etílica se constitua de vários procedimentos (medicamentos, psicoterápicos, espirituais), a grande dificuldade enfrentada pelos pacientes é aceitar-se doente.
Os “bebedores sociais” não se compreendem necessitados de reverem o seu comportamento (o que seria uma atitude preventiva); enquanto os alcoólicos, em geral, não se aceitam enfermos.
Entretanto, é somente pela conscientização dos distúrbios que determinam a si próprio, aos familiares e à sociedade que ele se pode beneficiar de um tratamento capaz de levá-los à abstinência alcoólica, que se encontra na base dessa terapêutica.




Comentários

  1. Extremamente esclarecedor. Gostei muito!
    Parabéns ao Dr. Francisco Cajazeiras e ao Canteiro.
    Everaldo C. Mapurunga
    Viçosa do Ceará

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