segunda-feira, 14 de abril de 2014

TERAPIA DO SONO¹




Por Roberto Caldas(*)



                É possível aproveitar melhor o tempo de vida que temos a partir do alongamento do tempo que nos é dado viver. Partindo do princípio que passamos 1/3 da existência dormindo, nada mais lógico que aprendamos formas que tornem essas horas mais úteis, sem subestimar a sua importância na qualificação das funções orgânicas em especial às cerebrais, fato que não há como negar. Dormir de forma adequada é uma das receitas para a saúde orgânica e mental.
            O livro dos Espíritos traz importante contribuição ao tema ao tratar a respeito da emancipação da alma – sono e sonhos – no capítulo 8 de sua segunda parte. A questão 401 esclarece que durante o sono o ser espiritual não repousa junto com o corpo. Aproveitando do relaxamento dos laços que lhe prendem à matéria, “ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com outros Espíritos.”
            As imagens que trazemos ao despertar traduzem, em parte, algumas experiências que são vivenciadas pelo Espírito enquanto parcialmente liberto do corpo. A compreensão do papel desempenhado pelo perispírito, para que tal fenômeno se dê, é essencial, de forma que a Doutrina Espírita apropriando-se desse conceito conseguiu alargar as possibilidades da existência ao demonstrar que a noite permite efetivamente a manutenção de um programa educativo para a consecução dos nossos objetivos reencarnatórios.

            Fundamental que tenhamos cuidado na interpretação das imagens que ficam registradas na memória, ao completarmos o despertar. Muitas dessas lembranças se apresentam muito misturadas com aquelas que se encontram fixadas no córtex cerebral em consequências de situações naturais da vigília, de outras vezes pela nossa incapacidade de limpidez na filtração de algumas realidades espirituais e ainda pela necessidade de mantermos o esquecimento de algumas vivências que poderiam ser prejudiciais ao exercício pleno do Livre Arbítrio. Independente da clareza com que nos chegam as experiências durante o sono, uma certeza é possível: temos a oportunidade de vivenciar momentos que podem fazer a diferença depois de acordados e lançados ao mundo objetivo que nos exige respostas a todo momento.
            Esse conhecimento favorece o aprendizado de uma nova prática dentro de nossas rotinas: precisamos aprender a dormir. Começando pelo hábito de descobrirmos o tempo que o nosso corpo necessita para um efetivo descanso, respeitado com tal atitude o limite de vigília/repouso individual. Principalmente pela preparação mental que podemos passar a fazer antes de conciliar o sono visando à resolução de várias dificuldades que encontramos durante o dia. Para atingir tal finalidade fez-se importante o emprego do relaxamento corporal e o uso de métodos que suavizem o pensamento, entre eles a oração como um dos mais potentes.

            O aproveitamento das 24 horas que um dia nos permite é possível se incrementarmos em nossa mente a certeza de que o ser espiritual não descansa durante o sono físico e ainda pode resolver situações difíceis da vida de vigília pela intercessão dos amigos que nos acompanham do outro plano e nos abraçam e aconselham enquanto aparentemente dormimos.  

¹ editorial do programa Antena Espírita de 13.04.2014

(*) editorialista do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.          

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