terça-feira, 13 de novembro de 2018

COMPULSÃO SEXUAL E ESPIRITISMO


 

Certamente, na quase totalidade dos distúrbios na área da sexualidade, a presença da espiritualidade refratária à luz está presente ativamente, participando como causa ou mesmo coadjuvante do processo. O Livro dos Espíritos, na questão 567, é bem claro, ensinando-nos que espíritos vulgares se imiscuem em nossos prazeres porquanto estão incessantemente ao nosso redor, tomando parte ativamente naquilo que fazemos, segundo a faixa vibratória na qual nos encontramos.

Realmente, na compulsão sexual ou ninfomania, a atuação deletéria de seres espirituais não esclarecidos é atuante, apresentando-se como verdadeiros vampiros, sugando as energias vitais dos doentes. O excelso sistematizador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, em A Gênese, capítulo 14, define a obsessão como "(...) a ação persistente que um mau espírito exerce sobre um indivíduo". Diz, igualmente, que "ela apresenta características muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais".


Com base no ensino espírita, podemos afirmar que, para que haja o processo obsessivo, é condição essencial que exista da parte da vítima uma imperfeição moral, que proporciona ascendência à entidade inferior. Portanto, para que a obsessão sexual, por exemplo, se estabeleça, é necessário, então, que o obsidiado permita a entrada do obsessor, verificando acentuada afinidade, ligando as duas criaturas, até mesmo compartilhando ambos dos mesmos propósitos e desejos.

Na obsessão sexual, por conseguinte, tanto os encarnados quanto as entidades estão unidos vibratoriamente, entrelaçados em teias tenazes, em sinistra simbiose espiritual, atuando os espíritos como verdadeiros parasitas, sugando a substância vital retirada dos campos de força, principalmente o esplênico, como também a energia exteriorizada do êxtase sexual.

Em verdade, os espíritos “sanguessugas” já se deixavam arrastar pelas correntezas do sexo aviltante, enquanto ainda encarnados. Libertados da prisão celular, pela desencarnação, continuam ainda sintonizados nos delírios da sexualidade desenfreada, embora, nessa situação, para continuarem no vício, dependam da ação dos encarnados que estejam associados na mesma faixa de comportamento doentio.

Muito conhecido, principalmente na Idade Média, o mito dos “íncubos” e “súcubos”, consistindo na presença de entidades maléficas, procurando as pessoas, enquanto dormem, para seduzi-las, com o fito de roubarem sua energia vital. A palavra “íncubo” deriva do latim “incubare” (deitar em cima) e designa os seres inferiores masculinos, e “súcubo”, vem de “succumbere” (deitar debaixo), assinalando as trevosas entidades de apresentação feminina.

Em relação ao assunto, no Brasil, especificamente na região Norte, conta-se uma lenda na qual há a descrição de um íncubo, apresentando-se como um boto cor-de-rosa, que se transformaria em um homem sedutor, à busca de garotas na beira do rio.

Durante o sono, segundo ensinamento espírita, há a emancipação completa da alma, em um processo anímico natural denominado de desdobramento ou projeção espiritual, facilitando a ação das entidades viciosas, haurindo a essência vital do encarnado. Quanto mais exaurida estiver a vítima, maior facilidade terá para desprender-se e sofrer o assédio inferior (Q. 407 de O Livro dos Espíritos).

Importante considerar que o indivíduo que pratica com excessiva regularidade o ato sexual, com responsabilidade, não pode ser enquadrado como compulsivo de forma alguma, desde que a doença se caracteriza pela impetuosidade para a prática do sexo, sem qualquer escrúpulo, não respeitando o local e as pessoas. O indivíduo viciado não consegue resistir aos impulsos que lhe dominam inteiramente os sentidos.

Os espíritos sexólatras se satisfazem intensamente, participando dos encontros sexuais patrocinados pelas suas fiéis vítimas encarnadas, principalmente de orgias, locupletando-se com a energia libertada antes e após a complementação sexual orgásmica, utilizando-se dos doentes viciados ligados a eles, completamente dominados, através dos seus campos de forças perispíriticos, principalmente o genésico.

Em consequência do processo obsessivo, os indivíduos encarnados ficam intensamente obcecados por sexo, devido à perniciosa e fortíssima influência dos vampiros espirituais, que fazem com que os seus subordinados se sintam sempre insatisfeitos sexualmente, de forma que estejam sempre propícios ao sexo desenfreado e possam dar atendimento às suas prementes necessidades.

Uma das formas mais graves de obsessão sexual é a dependência extrema que as pessoas experimentam pelo sexo, completamente viciados e subjugados, tendo relações sexuais, em grande número, várias vezes por dia, com prostitutas e, na ausência delas, até mesmo praticando sexo com mendigas, nas vias públicas.

Como qualquer dependente, o doente não se incomoda e não considera ser portador de um grave transtorno obsessivo. A “ficha só cai” quando o doente se encontra no fundo do poço, com sua saúde abalada, vida familiar e social em conflito e convivendo com problemas no trabalho. Normalmente, são os familiares e amigos que percebem o transtorno, desde que o viciado exibe comportamento estranho, não só em casa, como no trabalho, com prejuízo no desempenho familiar, profissional ou nos estudos, indo muitas vezes ao banheiro para o autoerotismo, o manuseio de revistas eróticas, a observação constante de vídeos de conteúdo pornográfico, uso da internet para sexo virtual, aparecimento e recidiva de doenças sexualmente transmissíveis e o assédio constante às pessoas para fins sexuais, com marcante troca de parcerias sexuais.

A doença preponderantemente acomete mais o sexo masculino, sendo que no sexo feminino tem menor incidência e maior rejeição da sociedade. A história conta que existiu uma imperatriz chamada Messalina, terceira mulher do imperador romano Cláudio e portadora do transtorno obsessivo sexual, tendo copulado com dezenas de homens, em um período de 24 horas. Devido ao vício, tornou-se mulher lasciva, libertina e dissoluta em excesso, chegando a ponto de manter relações sexuais até com escravos, caracterizando um acometimento compulsivo sexual de grande intensidade, com comprometimento espiritual inferior inconteste.

Messalina, ao desencarnar, certamente, apresentava sua vestimenta espiritual acentuadamente comprometida e exigiu uma ajuda considerável dos médicos da dimensão extrafísica. Como não há sofrimento eterno, recebeu, com certeza, a misericordiosa oportunidade de saldar seus débitos em inumeráveis mergulhos na carne.



BOX-1 - Reencarnação Compulsória para os Espíritos viciados em Sexo

Assim como deve acontecer com todos os verdugos adstritos ao sexo desarmônico feminino, “criam para si mesmas terríveis alienações para além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser o respeito que deve ao homem, perante o Senhor" (Ação e Reação, capítulo 15).

O espírito acentuadamente feminino, aprisionado nas teias do sexo destoante, dá causa a vibrações de ordem sexual inteiramente desarmônicas, ligadas ao sexo masculino, devido ao seu pensamento estar direcionado de forma patológica para o sexo masculino, completamente diferentes do campo sexual mais marcante no psiquismo de profundidade, essencialmente feminino. Ao reencarnar, durante a fase da concepção, da união dos gametas, formando o ovo ou zigoto, vibrando intensamente de forma desarmônica para o sexo masculino, exerce atração por um espermatozoide contendo o cromossomo masculino Y. Embora possua psiquismo preponderantemente feminino, nascerá em corpo masculino, em curso essencialmente expiatório.

Ao contrário, o ser extrafísico, com o seu psiquismo acentuadamente masculino, também no mesmo envolvimento cármico, reencarna em corpo feminino. A explicação surge de forma esclarecedora pelo instrutor espiritual Silas, através da transcrição realizada por André Luiz, no livro Ação e Reação, capítulo 15: "(...) Em muitas ocasiões, quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus (...)".

O espírito, experimentando intenso sofrimento, exterioriza vibrações doentias e, no momento da bendita reencarnação, por misericórdia divina, exatamente durante o processo de fecundação, exerce atração sobre um espermatozoide contendo o cromossomo X, já que o seu campo mental está direcionado patologicamente para o sexo oposto, embora esteja situado em uma faixa sexual preponderantemente masculina.

A lei de causa e efeito segue o seu curso natural, tendo o homem o livre-arbítrio para percorrer o caminho que deseje traçar, porém sua consciência sempre ecoará no momento certo (a semeadura é livre, a colheita será sempre obrigatória). Em vivência passada, tendo sido egoísta, subjugou a mulher, desrespeitando-lhe a natureza, utilizando o sexo de forma ultrajante. Agora, reencarnado em um corpo feminino, aprenderá a respeitar as pessoas que estão situadas nessa polaridade.

Durante a infância, notará de antemão ser possuidor de um problema de ordem expiatória, reencarnado em um corpo dotado de sexo de periferia (feminino) totalmente contrário ao sexo de profundidade preponderante (masculino). Pensará e poderá agir de forma diferente do sexo de que é portador. Corpos femininos albergando um psiquismo essencialmente masculino.

BOX- 2 Tratamento do Transtorno Obsessivo Sexual

A compulsão sexual é verificada nos dois sexos, podendo os seus dependentes procurar o devido tratamento psiquiátrico e refúgio nos abençoados grupos de apoio psicológico, como os sexólatras anônimos, onde os testemunhos dos ex-viciados impressionam devidamente, alguns deles revelando situações tragicômicas vivenciadas.

Importante a medicação antidepressiva, principalmente quando se utilizam remédios conhecidos como inibidores seletivos de recaptura de serotonina, porquanto a serotonina, quando em excesso, inibe o desejo sexual, acarretando diminuição da libido.

Compulsão sexual é doença obsessivo-compulsiva, e o tratamento espiritual é muito importante, necessitando os viciados de muita consideração e atenção, como exorta o Evangelho do Cristo, devendo receber, devidamente nos Centros Espíritas, como quaisquer obsidiados, os recursos da prece, do passe, da água fluidificada e dos trabalhos importantes da desobsessão.

Todos aqueles que se acham atormentados e desorientados nas ondas inquietantes do sexo desarmônico, saibam que suas disfunções têm tratamento e que o Bondoso Deus zela por todos os seus filhos e proporciona-lhes a bendita oportunidade de serem vitoriosos no mundo interior das lutas, das atribulações, da reeducação e do aperfeiçoamento.

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