
Observam-se, infelizmente ainda, em nossa sociedade, traços marcantes do
preconceito, dos maus-tratos e da violência contra a mulher, no que pese seu
indiscutível e crescente processo de emancipação.
Por conta desse estado de coisas é que se faz necessário o emprego de
dispositivos legais como a “Lei Maria da Penha”, das delegacias das mulheres e
das demais instituições que se determinam em a ssegurar à mulher proteção e
bem-estar.
Homem e mulher são iguais diante de Deus e devem ter os mesmos direitos,
asseveram-nos os Espíritos Reveladores, em O Livro dos Espíritos, respondendo
às questões 817 a 822 (e é importante realçar ter sido este livro escrito há
156 anos atrás!).
“O homem e a mulher são iguais perante Deus?
– Deus não deu a ambos a inteligência do bem
e do mal e a faculdade de progredir?”
Em
verdade, os Espíritos não têm sexo (pelo menos, não da forma como o concebemos
em nossa maneira grosseira de pensar!) e, assim, aquele que ocupa hoje um corpo
somático masculino deverá utilizar-se amanhã e já se haver utilizado ontem, em
outras experiências reencarnatórias, de indumentária feminina, dando-se o mesmo
para aqueles Espíritos atualmente em polaridade feminina.
Cada ser haverá de experienciar ambas as situações para que possa
exercitar e fortalecer em si todas as virtudes características de cada
identidade social, facilitadas pela anatomia e a fisiologia que lhes são
peculiares. Somente, assim, dá-se o desenvolvimento completo dos potenciais
divinos que temos em nós.
Hoje, as pesquisas científicas destacam marcantes diferenças anatômicas
e funcionais não apenas da expressão genital e dos caracteres sexuais
secundários, mas também da organização do sistema nervoso, fazendo-nos concluir
haver um cérebro masculino e um cérebro feminino, semelhantes, no geral, mas
com peculiaridades próprias, ambos notáveis e facilitadores da vivência do
Espírito, com o maior proveito, na polaridade em que se manifesta na vida
terrena.
Homens e mulheres somos, pois, espíritos imortais e, por esta razão,
devemos compartilhar dos mesmos direitos, não obstante nossas diferenças
funcionais, que devem ser preservadas. Que a mulher cultive seus dons feminis,
tanto quanto o homem seu caráter viril, para o crescimento antropológico,
social e espiritual de ambos, sob os auspícios da regra áurea ensinada por
Jesus: “Só fazei aos outros o que gostaríeis que vos fizessem”.
Estamos homens ou mulheres nos diversos momentos reencarnatórios, não
havendo, por conseqüência, os estados de inferior e de superior, no que tange à
polaridade sexual, mas unicamente em relação aos valores espirituais, adstritos
à nossa vontade e ao nosso esforço ao longo do tempo, ao longo das existências
terrenas que agem como educandários para a alma.
A
família não é uma instituição a se extinguir, mas uma sociedade em
transformação, onde os valores se fortalecem, os direitos se estabelecem e as
responsabilidades se dividem fraternalmente. Não haverá mais escravos em sua
contextura: nem os filhos o serão dos pais, nem a mulher do esposo, nem o
marido e pai dos demais. Companheiros e amigos interagindo com os melhores
propósitos e vivenciando o amor: esta a família do mundo regenerado, a família
“terceiromilenista”.
Tendo em vista a situação que atravessamos, no momento, de desrespeito
aos direitos e de violência contra os Espíritos domiciliados em corpos
femininos, é que se faz necessário estabelecer um dia no ano que leva-nos à
reflexão e se faz referência para as lutas a empreender: o Dia Internacional da
Mulher, com o fito de assegurar à mulher o exercício de sua cidadania plena.
Mas isso é bastante para tomarmos consciência das necessidades de mudança pela
forma diferente de tratamento social e trabalhista que sofre a figura feminina
em nossa sociedade.
Há, por tudo isso, que se comemorar o “Dia Internacional da Mulher”, até
que se consolide, por completo, a sua emancipação e se reconheçam os seus
direitos.
Mas, em breve, quando os níveis de moralidade e ética se elevarem, a
fraternidade, a educação e o respeito mútuo hão de conduzir-nos à nossa
destinação: companheiros fraternos e conscientes da própria condição, que se
entreajudam e se intercomplementam nas tarefas terrenas, em viagem conjunta
rumo à liberdade e à felicidade eternas.
Parabéns a todas as mulheres do mundo! Parabéns de forma carinhosamente especial, a todas as seguidoras desse blog.
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