domingo, 3 de julho de 2016

SPP - "SE PARAR, PAROU!"



"A ninguém darei, para agradar, remédio
mortal nem conselho que o conduza à destruição."
(Juramento de Hipócrates - 460/377 a.C)  






            Diminuição dos níveis de oxigênio, desligamento de aparelho e “abandono” de pacientes que sofriam parada cardíaca. A denunciada por essa conduta é a médica-chefe da UTI de uma Instituição Hospitalar em Curitiba, Paraná.
            Segundo profissionais do Hospital ouvidos, essas práticas eram praxe para os pacientes do SUS – Sistema Único de Saúde, em função das baixas diárias recebidas pela equipe médica por internamento. Para estes, era utilizada a senha “SPP – Se parar, parou!.” As enfermeiras já sabiam e não adotavam nenhum procedimento para reanimá-los. Para o paciente particular, a prática era o contrário. Ou seja, prolongava-se no que fosse possível a vida, pois aumentava o número de diárias.
            A análise a que me proponho aqui se restringe, unicamente, ao procedimento induzido pela senha “SPP- Se parar, parou!”, Uma das enfermeiras entrevistadas chegou a afirmar que a “ética médica” não recomenda dizê-la na presença do paciente, o que a médica não observava. Pela declaração, é possível admitir que a sigla seja jargão, utilizado de forma habitual, por profissionais da área de saúde favoráveis à eutanásia.

            É importantíssimo refletir-se sobre esse procedimento médico, vez que, no momento, tramita no Congresso projeta de reforma do Código Penal em que se cogita a legalização da Eutanásia.
            Para alguns, a prática acima não se constitui Eutanásia, considerando-se que não há a consentimento do paciente e nem dos familiares.
            O vocábulo Eutanásia é de origem grega (Eu= boa; thánatos = morte) e significa a “boa morte”; a morte serena e suave; morrer bem. Para alguns, o termo foi criado por Aristóteles. No entanto, foi o filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), que no século XVII, utilizou-o para designar o ato de minorar os sofrimentos de outrem pela antecipação da morte.
            Na obra “Eutanásia – um enfoque espírita”, da lavra do confrade Francisco Cajazeiras, médico, professor universitário e presidente da Associação Médico-Espírita do Ceará, ele classifica como Eutanásia Passiva ou Ortotanásia, a omissão do uso de medicação ou técnica capaz de prolongar a vida do enfermo. Fica óbvio que para se classificar um ato como Eutanásia não há, necessariamente, a permissão do paciente ou de familiares.
            Portanto, o procedimento induzido pela sigla acima citada, em qualquer situação, é Eutanásia.
            Na Holanda, país em que a Eutanásia é legalizada, os idosos fogem para a Alemanha com receio que os parentes ou mesmos os médicos submetam-nos ao procedimento.
            Os médicos justificaram como motivo principal para 60% dos casos de morte antecipada a falta de perspectiva de melhora dos pacientes, vindo em segundo lugar a incapacidade dos familiares de lidar com a situação (32%). A eutanásia ativa (quando se utiliza droga ou método capaz de suprimir a vida) é a causa da morte de quatro mil pessoas por ano na Holanda.
            Quais são os parâmetros utilizados para definir se este ou aquele paciente está fora de recursos terapêuticos? Quem o define e por que o define? O paciente deixa de ser uma pessoa, com uma história de vida, família e passando a ser um corpo aguardando o momento de deixar de existir?
            No capítulo V de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, indagado da permissão de poupar alguns instantes de agonia de um homem preso a cruéis sofrimentos, o Espírito São Luís responde: “Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro.”          
            As EQMs – Experiências de Quase-Morte, largamente estudada em nossos dias, demonstram que seres dados como clinicamente mortos que passaram por essas experiências, sendo ressuscitadas, retornaram à vida e narraram as lembranças do que se passou nesse intervalo de tempo, o que comprova de forma inegável a continuidade da vida após a morte.
            A maioria desses casos promoveu mudanças consideráveis na forma de condução da vida, após o retorno ao estojo celular, em decorrência das reflexões permitidas frente à constatação da realidade espiritual.
            A Doutrina Espírita é clara na valorização da vida em qualquer situação, seja nas questões atinentes ao aborto, eutanásia, pena de morte ou suicídio.
            Todos nós para adentrarmos na experiência da carne temos um planejamento que deve ser observado até o último segundo da existência física, que se continua na dimensão espiritual, com todas as repercussões vividas na matéria.
            O Meigo Nazareno, segundo o Evangelista João, assim afirmou: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância"
            A vida nos foi concedida por Deus e somente a Ele cabe extingui-la.

            Não, à Eutanásia!
 
            Sim, à Vida! 




4 comentários:

  1. Atualmente a Medicina Paliativa trata de dar conforto/qualidade e evitar procedimentos invasivos e inúteis que prolonguem de forma artificial a existência. Essa atitude nada tem a ver com o deixar de oferecer ao enfermo uma fonte de ar, água e alimento(se não for invasivo medicamento) para que a condição orgânica decida o processo do desencarne. A eutanásia, naquele subtipo que define quando a pessoa deve deixar o corpo, não tem nada a ver com a Medicina Paliativa. Roberto Caldas

    ResponderExcluir
  2. SIM À VIDA...

    A vida é um direito de todos os Seres Humanos.
    A prática da eutanásia opõe-se à Vida.
    Logo a eutanásia opõe-se a todos os Seres Humanos.

    A vida nos foi concedida por Deus e somente a Ele cabe extingui-la.

    ResponderExcluir
  3. Ás vezes penso que o homem quando obtém mais conhecimento fica proporcionalmente mais desumano,sem razão ou amor vai caminhando... (pensando ser Deus talvez). A vida é um direito dado por aquele que é a lei,verdade e vida,não temos o direito de extipa-la seja qual for a razão de achar diferente.A nós foi consedido o tempo necessário aqui,e o mesmo será de direito do pai nos chamar a pátria vida!

    ResponderExcluir
  4. Atualmente estou fazendo enfermagem e já ouvi falar do paciente spp, achei um absurdo...falta de respeito com a vida... Só deus tem direito de tira-lá, não socorrer ou reanição é omitir socorro...e crime, vejo que irei me deparar muito com isso e acho q não será fácil,c fosse o seu familiar vc aprovaram o spp,eu não!!!

    ResponderExcluir