Por Ana Cláudia Laurindo
Para os jovens deste tempo as expectativas de sucesso individual são consideradas remotas, mas não são para todos os jovens.
A camada privilegiada segue assessorada por benefícios familiares, de nome, de casta, de herança política mantenedora de antigos ricos e geradora de novos ricos, no Brasil.
A desconstrução do sonho juvenil é politicamente embasada na esfaimada ânsia de cultivar mão-de-obra desqualificada para ocupar espaço de trabalho pauperizado, “uberizado”, manipulando crenças sobre não-direitos trabalhistas sob uma falsa lógica de autogestão econômica para quem não tem dinheiro.
No paralelo, a extrema-direita passou a demonizar os espaços universitários, que ainda seguem fortalecendo possibilidades de formação qualificada, para cada vez menos jovens pobres. Nestes espaços, ditos privilegiados, outra disputa ferrenha arranca motivações para a conquista do lugar social formador, sob a alcunha identitária liberal, que nega desigualdade de classe e investe em narrativas ressentidas que estigmatizam, assustam e silenciam com cancelamento.
O mundo do consumo tem pressa.
O jovem sem sonho está desmotivado.
Outra lógica juvenil desponta na busca por likes, promessas de enriquecimento online, que na esmagadora quantidade de casos esbarra duramente na realidade material, impactando familiares atônitos diante do desinteresse dos seus, pelas referências sociais e culturais de formação, capazes de impulsionar mobilidade social.
No resumo a culpa é da vítima. Porque o sistema gerador do fracasso as coopta para a máquina de gerar bagaço, antes que possam despertar para lutas societárias.
O desmonte de direitos sociais e trabalhistas financiado pela extrema ganância não é um conto de terror, é um roteiro histórico que manipula, determina e alveja os filhos e filhas da classe trabalhadora como gerações que devem desconhecer as noções de direitos e garantias.
Enquanto isso, os jovens ricos seguem estudando para assegurar os assentos e os carimbos, nos postos decisórios, que pagam altos valores e recebem do país os privilégios normalizados para os ricos.
É uma pena que os jovens pobres não vão poder fazer esta leitura, porque estão convencidos de que conhecer é uma coisa inútil.
COMENTÁRIO ELABORADO PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - IA (GEMINI)
ResponderExcluirO texto argumenta que o sucesso individual é um privilégio de casta, enquanto a maioria dos jovens é empurrada para o trabalho precarizado ("uberizado") e desqualificado, com direitos negados sob a falsa lógica de autogestão. Paralelamente, critica a demonização da universidade pela extrema-direita e a manipulação de narrativas identitárias liberais que negam a desigualdade de classe. Conclui que o sistema coopta os jovens pobres para o fracasso, afastando-os da luta social e do conhecimento, enquanto a elite assegura seu futuro nos postos de poder. A principal tese é que a desmotivação juvenil é um produto intencional da ganância e do desmonte de direitos, e não uma falha individual.