Pular para o conteúdo principal

LOBISOMEM: MITO OU REALIDADE?

 


 Por Americo N. Domingos Filho

 

Na tradição oral, em âmbito mundial, há o relato fantástico de um ser que se converte em lobo, em noites de lua cheia, e, sedento de sangue, sai em busca de suas vítimas para sugá-las. Ao amanhecer, assume de novo as características de uma pessoa comum. Essa lenda revela um ser amaldiçoado, que se torna parte homem e parte lobo, produzindo muito temor, principalmente nas crianças e, igualmente, em muitos adultos, especialmente os moradores de áreas rurais.

A cultura popular denomina essa assustadora criatura de lobisomem, conhecido praticamente no mundo todo. Relatos mais antigos apontam sua origem, na Grécia Antiga, com o nome de licantropo (lykos, significando lobo, e anthropos, homem).

Em relação ao assunto, descortinado sob à ótica espiritista, lembro-me de dois episódios, os quais me impressionaram muito, principalmente por estar me vinculando aos arraiais kardecianos e ávido por adquirir novos e importantes conhecimentos.

A minha primeira lembrança aconteceu através da saudosa médium Yvonne do Amaral Pereira, responsável por excelentes livros publicados pela Federação Espírita Brasileira. Durante alguns meses, todos os sábados, à tarde, me dirigia à sua residência, situada em um subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, na qual fui agraciado com muitas lições ministradas pela estimada confreira, indiscutivelmente abençoada pessoa que renunciou a tudo, dedicando-se integralmente ao seu mandato mediúnico.

Em uma das valiosas e inesquecíveis oportunidades, a querida Yvonne abordou o tema em tela, fornecendo-me uma primorosa abordagem, relatando um fato verídico de aparecimento de um lobisomem na cidade do interior onde morou e, pela primeira vez, recebi uma explicação possível, alicerçada na Terceira Revelação Espírita.

O outro acontecimento ocorreu quando me tornei amigo de outro excelente e saudoso profitente espírita, muito conhecido pelas obras editadas, por magníficas palestras, pelas belíssimas composições musicais e, devido ao seu comportamento edificante, vencendo, inclusive, com sucesso, as duras limitações impostas pela cegueira congênita.

Que saudades sinto do meu querido companheiro de lida espírita, Luís Antônio Millecco Filho! Através dele, iniciei meu aprendizado espírita e, durante muitos anos, fui seu “médium de transporte”, como risonhamente me chamava, por poder conduzi-lo às palestras, transportando-o de carro, ajudando-o sobremaneira em sua locomoção já muito dificultada devido à sua deficiência visual.

Pois bem, além de escrever um livro em parceria com ele (“Cartas a um sacerdote”, editora EME de Capivari, SP), participei igualmente de matérias espíritas de sua lavra, manuscrevendo o que ele me ditava. Lembro-me, quando me anunciou que tinha terminada uma obra a respeito do folclore brasileiro e me solicitou ajuda no sentido de encontrar uma editora que a publicasse. Fui ao confrade e colega Dr. Paulo da Costa Rzezinski, o qual, prontamente, aquiesceu, sendo o responsável pela primorosa edição de O Lado Oculto do Folclore Brasileiro, pela Livraria Atheneu, em 1987, onde exatamente no capítulo 3, da Primeira Parte, intitulada “O folclore e o paranormal”, é abordado o estudo em apreço, fazendo uma análise, uma discussão natural do lobisomem, enquadrando-o na probabilidade de ser “a versão sertaneja de certos médiuns de ectoplasmia ou materialização, torturados e escravizados a terríveis processos de subjugação obsessiva” (1).

Na introdução do livro, o estimado autor relata que lhe vieram à mente algumas interrogações a respeito de lendas, símbolos e mitos em correlação com o mundo complexo e fascinante, penetrado e estudado pelo eminente psicólogo Carl Gustav Jung, deslumbrando os cenários arquetípicos. Considerou importante empreender um estudo do folclore brasileiro, relacionando-o como uma espécie de espelho onde reflete o psiquismo humano, individual ou coletivo. Enfatizou com muita propriedade: “Não estarão escondidas nele (folclore) verdades sérias e profundas, capazes de alimentar nossa sede de conhecimentos?” (2). Do mesmo modo, o saudoso Millecco afirmou que a definição mais comum de folclore é “saber do povo” e essa sabedoria, certamente, não abrange apenas a culinária, o pitoresco, a superstição” (3).

 

Subsídios importantes revelados pela Doutrina Espírita na contribuição da pesquisa do tema

 Allan Kardec, brilhante como sempre, assevera que “uma ideia só é supersticiosa quando é falsa; deixa de o ser quando se torna uma verdade. Está provado que no fundo da maioria das superstições existe uma verdade amplificada e desnaturada pela imaginação(...) Mostremos a realidade, expliquemos a causa e a imaginação se detém no limite do possível; o maravilhoso, o absurdo e o impossível desaparecem e, com eles a superstição” (4).

A ajuda da ciência espírita é marcante no exame desse ser folclórico, através do estudo e pesquisa dos fenômenos marcantes da ectoplasmia, da licantropia, da transfiguração, da presença da vestimenta espiritual ou períspirito. Assim sendo, muito pode auxiliar a Doutrina compilada pelo sábio francês, Alan Kardec, desde que apresenta muitos subsídios ao tema.

Disse o magnânimo codificador: “O Espiritismo, avançando com o progresso jamais será ultrapassado, porque se novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro acerca de um ponto, ele se modificará nesse ponto; se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” (5).

Segundo o que ensina a ciência espírita, além do corpo físico, o homem possui uma vestimenta espiritual, denominada de períspirito, por meio do qual entra em contato com a dimensão extrafísica e constitui o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o espírito. Após a morte, o ser conserva essa indumentária etérea, imperecível, também denominada de “corpo espiritual” por Paulo de Tarso (6).

Segundo Kardec, nos mundos inferiores e, especificamente, nos seres ainda não esclarecidos, “o períspirito é de natureza mais grosseira e se aproxima muito da matéria bruta” (7), sendo a janela por onde o ser espiritual revela sua identificação. Esse corpo etéreo, além de ser o agente modelador por excelência do corpo somático, no processo do “nascer de novo” ou reencarnação, possui a propriedade da plasticidade, assentando sua forma sob o comando da mente, sendo responsável por transformações marcantes em sua apresentação e, de acordo com o grau evolutivo bem inferior do espírito, pode mostrar um aspecto animalesco, processo que se conhece como zoantropia, através da ideoplastia consciente ou induzida.

Assim sendo, pela força do pensamento e da vontade, os espíritos devotados ao mal moldam sua exposição, dando-lhe as mais terríveis formas e atributos, até mesmo com características próprias de bichos ferozes ou monstruosos. Através do fenômeno da ectoplasmia ou materialização, as entidades brutalizadas com aspecto próprio de animais são capazes de se apresentar visíveis a todos os circunstantes, por meio da utilização do ectoplasma, abundante nas regiões rurais, em combinação com suas próprias energias originadas da vestimenta espiritual. Conseguem, também, os seres extrafísicos degradantes agir, através da manifestação mediúnica da subjugação obsessiva, associada ao fenômeno da transfiguração, a qual “consiste na mudança do aspecto de um corpo vivo (...) Um outro Espírito, combinando seus fluidos com os do primeiro, poderá, a essa combinação de fluidos, imprimir a aparência que lhe é própria, de tal sorte que o corpo real desapareça sob o envoltório fluídico exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito” (8).

Por conseguinte, se entidades desencarnadas podem exercer ação transfiguradora, agindo no períspirito dos médiuns ou diretamente no seu corpo físico, são capazes também de imprimir-lhes feições animalescas. Portanto, um indivíduo obsediado, em plena subjugação, consegue, pelo fenômeno da transfiguração, assumir os traços fisionômicos e trejeitos do ser espiritual opressor, apresentando uma forma animalesca, como a de um lobo, o que caracteriza o fenômeno marcante da licantropia.

Nos abundantes relatos, na literatura mundial, a respeito do lobisomem, são observados o fato de apreciar o sangue dos homens e animais, o que sugere um comprometimento obsessivo com características vampirizantes, procurando suas vítimas para impregnar-se da energia vital abundante no líquido sanguíneo. Ao mesmo tempo, a referência de o ser animalesco agir à noite, nos remete à possibilidade da produção da materialização que necessita da escuridão, porquanto o ectoplasma é sensível à luz.

Importante destacar que, na área da medicina, especificamente a psiquiátrica, há referência a um raro transtorno, denominado de licantropia clínica, no qual o paciente vivencia a ilusão de poder se transformar em um animal. Também há a menção de uma doença extremamente rara, denominada de hipertricose lanuginosa congênita, caracterizada pela apresentação excessiva de pelos em diversas partes do corpo.

Em verdade, o personagem Lobisomem, conhecido em quase todo o mundo e rotulado como fruto de crendice ou de superstição, no momento em que for possível estudá-lo cientificamente, havendo oportunidades e condições, o Espiritismo poderá muito colaborar, oferecendo muitos elementos, colaborando proficuamente para essa oportuna pesquisa.

 

Bibliografia

MILLECCO, Luiz Antônio. “O lado oculto do folclore brasileiro”, pág. 4, Livraria Atheneu;

Idem. Introdução do livro;

Idem. Final da Introdução do livro;

KARDEC, Allan. Revista Espírita, janeiro de 1859, página 19, FEB);

KARDEC, Allan. A Gênese, cap. I, “Caráter da Revelação Espírita”;

Novo Testamento, Primeira Epístola aos Coríntios, 15:44;

KARDEC, Allan. Obras Póstumas, Manifestações dos Espíritos, item 9;

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, cap. VII, itens 122-123.

 

Nota do autor: Como a Doutrina Espírita tem muitas contribuições a respeito do fenômeno da zoantropia, oportunamente, em outras edições do Jornal, serão publicadas outras matérias, inclusive, com outras referências bibliográficas.

Comentários

  1. Muito esclarecedora a exposição. Nao imaginava que os processos de obsessão pudessem chegar a esse extremo, a ponto de materializar de forma tão concreta os aspectos espirituais do obsessor e manipular a matéria do obsediado (medium).

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

DIA DE FINADOS À LUZ DO ESPIRITISMO

  Por Doris Gandres Em português, de acordo com a definição em dicionário, finados significa que findou, acabou, faleceu. Entretanto, nós espíritas temos um outro entendimento a respeito dessa situação, cultuada há tanto tempo por diversos segmentos sociais e religiosos. Na Revista Espírita de dezembro de 1868 (1) , sob o título Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, na Sociedade Espírita de Paris fundada por Kardec, o mestre espírita nos fala que “estamos reunidos, neste dia consagrado pelo uso à comemoração dos mortos, para dar aos nossos irmãos que deixaram a terra, um testemunho particular de simpatia; para continuar as relações de afeição e fraternidade que existiam entre eles e nós em vida, e para chamar sobre eles as bondades do Todo Poderoso.”

O MEDO SOB A ÓTICA ESPÍRITA

  Imagens da internet Por Marcelo Henrique Por que o Espiritismo destrói o medo em nós? Quem de nós já não sentiu ou sente medo (ou medos)? Medo do escuro; dos mortos; de aranhas ou cobras; de lugares fechados… De perder; de lutar; de chorar; de perder quem se ama… De empobrecer; de não ser amado… De dentista; de sentir dor… Da violência; de ser vítima de crimes… Do vestibular; das provas escolares; de novas oportunidades de trabalho ou emprego…

09.10 - O AUTO-DE-FÉ E A REENCARNAÇÃO DO BISPO DE BARCELONA¹ (REPOSTAGEM)

            Por Jorge Luiz     “Espíritas de todos os países! Não esqueçais esta data: 9 de outubro de 1861; será marcada nos fastos do Espiritismo. Que ela seja para vós um dia de festa, e não de luto, porque é a garantia de vosso próximo triunfo!”  (Allan Kardec)                    Cento e sessenta e quatro anos passados do Auto-de-Fé de Barcelona, um dos últimos atos do Santo Ofício, na Espanha.             O episódio culminou com a apreensão e queima de 300 volumes e brochuras sobre o Espiritismo - enviados por Allan Kardec ao livreiro Maurice Lachâtre - por ordem do bispo de Barcelona, D. Antonio Parlau y Termens, que assim sentenciou: “A Igreja católica é universal, e os livros, sendo contrários à fé católica, o governo não pode consentir que eles vão perverter a moral e a religião de outr...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

UM POUCO DE CHICO XAVIER POR SUELY CALDAS SCHUBERT - PARTE II

  6. Sobre o livro Testemunhos de Chico Xavier, quando e como a senhora contou para ele do que estava escrevendo sobre as cartas?   Quando em 1980, eu lancei o meu livro Obsessão/Desobsessão, pela FEB, o presidente era Francisco Thiesen, e nós ficamos muito amigos. Como a FEB aprovou o meu primeiro livro, Thiesen teve a ideia de me convidar para escrever os comentários da correspondência do Chico. O Thiesen me convidou para ir à FEB para me apresentar uma proposta. Era uma pequena reunião, na qual estavam presentes, além dele, o Juvanir de Souza e o Zeus Wantuil. Fiquei ciente que me convidavam para escrever um livro com os comentários da correspondência entre Chico Xavier e o então presidente da FEB, Wantuil de Freitas 5, desencarnado há bem tempo, pai do Zeus Wantuil, que ali estava presente. Zeus, cuidadosamente, catalogou aquelas cartas e conseguiu fazer delas um conjunto bem completo no formato de uma apostila, que, então, me entregaram.

TRÍPLICE ASPECTO: "O TRIÂNGULO DE EMMANUEL"

                Um dos primeiros conceitos que o profitente à fé espírita aprende é o tríplice aspecto do Espiritismo – ciência, filosofia e religião.             Esse conceito não se irá encontrar em nenhuma obra da codificação espírita. O conceito, na realidade, foi ditado pelo Espírito Emannuel, psicografia de Francisco C. Xavier e está na obra Fonte de Paz, em uma mensagem intitulada Sublime Triângulo, que assim se inicia:

SOBRE ATALHOS E O CAMINHO NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO JUSTO E FELIZ... (1)

  NOVA ARTICULISTA: Klycia Fontenele, é professora de jornalismo, escritora e integrante do Coletivo Girassóis, Fortaleza (CE) “Você me pergunta/aonde eu quero chegar/se há tantos caminhos na vida/e pouca esperança no ar/e até a gaivota que voa/já tem seu caminho no ar...”[Caminhos, Raul Seixas]   Quem vive relativamente tranquilo, mas tem o mínimo de sensibilidade, e olha o mundo ao redor para além do seu cercado se compadece diante das profundas desigualdades sociais que maltratam a alma e a carne de muita gente. E, se porventura, também tenha empatia, deseja no íntimo, e até imagina, uma sociedade que destrua a miséria e qualquer outra forma de opressão que macule nossa vida coletiva. Deseja, sonha e tenta construir esta transformação social que revolucionaria o mundo; que revolucionará o mundo!

ANÁLISE DA FIGUEIRA ESTÉRIL E O ESTUDO DA RELIGIÃO

                 Por Jorge Luiz            O Estudo da Religião e a Contribuição de Rudolf Otto O interesse pela história das religiões   remonta a um passado muito distante e a ciência das religiões, como disciplina autônoma, só teve início no século XIX. Dentre os trabalhos mais robustos sobre a temática, notabiliza-se o de Émile Durkheim, As Formas Elementares da Via Religiosa.             Outro trabalhos que causou repercussão mundial foi o de Rudolf Otto, eminente teólogo luterano alemão, filósofo e erudito em religiões comparadas. Otto optou por ser original e abdicou de estudar as ideias sobre Deus e religião e aplicou suas análises das modalidades da experiência religiosa. Ao fazer isso, Otto conseguiu esclarecer o conteúdo e o caráter específico dessa experiência e negligenciou o lado racional e especulativo da religião, sempre...

O ESTUDO DA GLÂNDULA PINEAL NA OBRA MEDIÙNICA DE ANDRÉ LUIZ¹

Alvo de especulações filosóficas e considerada um “órgão sem função” pela Medicina até a década de 1960, a glândula pineal está presente – e com grande riqueza de detalhes – em seis dos treze livros da coleção A Vida no Mundo Espiritual(1), ditada pelo Espírito André Luiz e psicografada por Francisco Cândido Xavier. Dentre os livros, destaque para a obra Missionários da Luz, lançado em 1945, e que traz 16 páginas com informações sobre a glândula pineal que possibilitam correlações com o conhecimento científico, inclusive antecipando algumas descobertas do meio acadêmico. Tal conteúdo mereceu atenção dos pesquisadores Giancarlo Lucchetti, Jorge Cecílio Daher Júnior, Décio Iandoli Júnior, Juliane P. B. Gonçalves e Alessandra L. G. Lucchetti, autores do artigo científico Historical and cultural aspects of the pineal gland: comparison between the theories provided by Spiritism in the 1940s and the current scientific evidence (tradução: “Aspectos históricos e culturais da glândula ...