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SEMEADURA E COLHEITA

 


O táxi estaciona em rua deserta, altas horas da noite.

O passageiro, simulando procurar dinheiro no bolso, toma de um revólver e, à queima-roupa, desfere vários tiros no peito do motorista.

Ele mor­re sufocado, pulmões em brasa, golfadas de san­gue pela boca, abafando angustiantes gemidos de dor!...

Em sua carteira, o assassino encontra irrisó­ria quantia — a féria de um dia.

Uma vida sacrifica­da por míseros vinténs. A vida de um chefe de fa­mília que permanecia doze horas no volante para sustentar a esposa e três filhos!

O assaltante deixa o carro e desaparece na noite...

As investigações policiais resultam infrutífe­ras.

Ficam apenas o registro no Boletim de Ocor­rências da Delegacia, as manchetes nos jornais e a desolação e penúria dos familiares.

Anos mais tarde, o criminoso, após existência de desatinos e viciações, é acometido por tosse persistente, que resiste a toda medicação.

Submete-se a exames e fica constatado que tem câncer no pulmão.

O terrível mal se alastra rapidamente.

O paciente experimenta dores lancinantes, insuperável falta de ar.

Após meses de sofrimento, morre sufocado, pulmões em brasa, golfadas de sangue pela boca, abafando angustiantes gemidos de dor, exatamente como impusera à sua vítima.

A justiça humana é impotente para punir to­dos os criminosos.

A Justiça Divina é infalível.

Dá a cada um segundo suas obras, como en­sinava Jesus.

Todo mal que praticamos é semeadura vo­luntária de espinhos, com colheita obrigatória de sofrimento. E este virá na exata proporção dos prejuízos causados ao semelhante, se não nos dis­pusermos ao arrependimento e à reparação.

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