segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

OS QUE MATAM A ESPERANÇA

 


Richard Dawkins, popular escritor de ciência britânico, professor da Universidade de Oxford, proclama em seu livro Deus – Um Delírio: A hipótese da existência de Deus é tão improvável quanto uma rocha se transformar numa pessoa.

Frase de efeito, sem maiores consequências, não fosse o fato de que meu xará é considerado um dos maiores intelectuais da atualidade, com grande poder de persuasão, a inocular o materialismo na mente de seus leitores, com argumentação aparentemente sólida sobre a inexistência de um Criador.

Digo aparentemente porquanto a razão nos diz que não há argumento capaz de se contrapor à resposta do mentor espiritual, questão número 4, em O Livro dos Espíritos.

Pergunta Kardec: Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? Resposta: Num axioma que aplicais às vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão vos responderá.

Comenta Kardec: Para crer em Deus basta lançar os olhos sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pode fazer alguma coisa.

Perfeito! Que o Universo é um efeito inteligente não padece dúvida, tanto que muitos cientistas e filósofos o veem como uma grande máquina de funcionamento impecável. Forçoso, portanto, admitir um Criador, um artífice, assim como o relógio impõe a existência do relojoeiro.

O curioso é que a própria teoria evolucionista de Darwin, que Dawkins nos enfia goela abaixo para justificar seu ateísmo, confirma a existência de Deus. Há que existir uma inteligência por trás dessa prodigiosa, inconcebível façanha de fazer surgir a Vida na Terra, a partir de reações químicas em compostos primários, a multiplicar-se em incontáveis espécies animais e vegetais, evoluindo sempre, culminando com o aparecimento do Homem, o ser pensante.

– Ah! – dirá o materialista – tudo está em a Natureza, obedecendo às leis que a regem.

Raciocínio torto, leitor amigo. Admitindo que haja leis que regem a Natureza, pergunta-se: quem as instituiu? Quem as sustenta? É só usar o bom senso para perceber que a presença de um Criador se impõe, por mais sofisticados sejam os raciocínios dos que pretendem justificar a existência do ovo sem a galinha, do Universo sem Deus.

O grande problema é que, como diz a sabedoria popular, para aquele que crê nenhuma prova é necessária; para o que não crê, nenhuma prova é suficiente.

E na medida em que a Humanidade segue pelo perigoso caminho da Ciência sem Deus, amplia-se o número dos que afundam no materialismo, com perturbadora concepção de que a vida termina no túmulo.

Isso é péssimo. Sem a consciência de que há um Ser Supremo, infinito em seus atributos, que tudo vê e tudo pode, a premiar nossas virtudes e corrigir nossos desvios; sem a certeza de que a vida se projeta além da sepultura, na dimensão espiritual, não há por que cultivar virtudes e conter mazelas. Melhor cuidar da satisfação do presente, sem cogitar de consequências futuras.

E se a vida se complica, problemas se avolumam, dores se instalam, a solução simplória: Mate-se! Os índices crescentes de suicídios que preocupam os governos no mundo todo têm, em boa parte, sua origem nessas concepções materialistas.

Os resultados são danosos, como testemunham infelizes suicidas que se manifestam nos Centros Espíritas, a lamentar seu gesto desastroso. A bênção da Vida não é gratuita. O instinto de conservação sinaliza elementar dever: permanecermos vivos sejam quais forem os obstáculos e dissabores do caminho.

Quando chegar sua hora, quando convocados à prestação de contas na Espiritualidade, intelectuais como Dawkins experimentarão amargo arrependimento por matarem a esperança que mantinha vivos corações desalentados que entraram pela porta falsa do suicídio, a precipitá-los em dores mil vezes acentuadas.

Um comentário:

  1. Creio que seria interessante ler um livro chamado "Deus: uma história humana", de Reza Aslan, que ajuda a entender a construção da ideia de Deus ao longo da história. Ele não toca na visão espírita, mas serve para entendermos como chegamos a ela de alguma forma.

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