O corpo físico é o instrumento pedagógico da alma. A codificação kardequiana ensina que “a união do ser extrafísico e da matéria é necessária” (O Livro dos Espíritos, Q. 25), já que os “espíritos têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal” (Q. 132 de “OLE”) e que “todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal” (Q. 133 de “OLE”).
Na Doutrina Espírita, os bons espíritos não são os que evoluíram na dimensão extrafísica, são os que conseguiram “predominância sobre a matéria” (Q. 107 de “OLE”). Bem clara a afirmativa doutrinária de que “os espíritos puros percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria” (Q. 113 de “OLE”).
Enquanto obras apócrifas dizem que a criatura conhece o bem e o mal nas paragens espirituais e a reencarnação serve de castigo para os que faliram, o Espiritismo ressalta o oposto: “Para ganhar experiência é preciso que o ser espiritual conheça o bem e o mal. Eis por que se une ao corpo” (Q. 634 de “OLE”).
Portanto, é na vibração mais densa que o espírito, simples e ignorante, escolhe o seu caminho: “Se não existissem montanhas, não compreenderia o homem que se pode subir e descer; se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros” (“OLE”, Q. 634). Portanto, a centelha divina, aprimorada e individualizada, necessita da arena física, com sua resistência própria, para despertar e exteriorizar suas potencialidades (“O Reino de Deus dentro de si”).
Assim sendo, evitando o suicídio inconsciente, deve o indivíduo levar adiante o seu compromisso de desencarnar na hora certa, fazendo todo o possível para viver dignamente, preocupando-se com o seu estilo de vida, desde que há necessidade, para ser bem-sucedido nessa programação, de um corpo sadio.
Esse novo quadro, no Correio Espírita, tem o escopo de ajudar o caminheiro encarnado a tomar conhecimento com o que de mais moderno é apontado pela ciência no sentido de fornecer subsídios para a conquista da saúde ideal.
A voz do povo é a voz de Deus. Diz a cantiga popular: “Carneirinho, carneirão, neirão, neirão. Olhai pro céu, olhai pro chão, pro chão, pro chão...”. A questão espiritual (“olhai pro céu”), interdependendo da parte física (“olhai pro chão”).
Ao mesmo tempo, outra canção popular é bem conhecida: “A canoa virou. Pois deixaram ela virar. Foi por causa de Maria. Que não soube remar”. Pode-se interpretá-la, sob a ótica espírita, frisando que o ser, não tendo capacidade de cuidar com acerto do seu corpo físico (“a canoa virou”), se defrontará com as agruras de uma desencarnação precoce-suicídio involuntário (“foi por causa do fulano que não soube remar”).
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