Imagem da internet. Coincidentemente, a senhora que inspirou a poesia
A metrópole desumanizada
Detém-se aflita com a pandemia...
Sem haurir a lição - só a agonia -,
lnsensível, egoísta, fechada.
No trânsito, os semáforos nervosos
lmpõem interrupções desagradáveis,
Por misericórdia a miseráveis
Que abordam, em contatos "perigosos".
São desempregados que vendem balas,
Água...ou exibiçâo de malabarista,
De circo falido, que mais se arrisca
Na busca do pão de que a Oração fala.
De tocha acessa em cada mão, engole
Fogo, cuspido imediatamente,
Porque o álcool soprou tempestivamente,
Por habilidade de mulher-fole.
Sexagenária, de veste brilhosa
E velha (tem do auge da forma a idade),
Mas, pra quem observa, vê dignidade,
Luta e resignação... Maravilhosa!
Vai abrir o semáforo, contudo,
De dezenas de carros, um apenas
Tem os vidros baixados, de onde acena
Alguém, sem máscara, e um real...É tudo!
ldosa, ignorante, pobre e sem máscara,
Realmente, se tem que prevenir,
Não se deve, pois, os vidros abrir...
Hipocrisia! Para que usar máscara?
Tem ela álcool na boca e fogo lança:
Não sobreviverá o vírus mortal!
Só desamor, na carona do mal,
lmune às liçôes...que destemperança!
Quanta dor inda a reclamar ação
Pra redenção da iniquidade humana?...
Quando a Verdade que de Deus emana?
Sem caridade não há salvação!
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