quarta-feira, 22 de julho de 2020

O CÂNTICO DA NATUREZA




           A poesia bíblica assinala que a Terra foi criada em 6 dias pelas mãos habilidosas de Deus (Genesis I; 1 a 31). Tendo a obra completa, no sétimo dia Ele descansou (Idem II; 2). Nas mãos dos homens e mulheres entregou mares, rios, fauna e flora de intensa beleza e importância, a fim de que administrarem para a sua sobrevivência e deleite. A Geologia, ciência que estuda a origem e desenvolvimento planetário, sem a inclusão estratégica de Deus mostra que houve 5 grandes períodos de formação, denominados ERAS. Aparecemos como grupo humano na ERA Cenozóica, no Período Quaternário, há 1 milhão de anos, na Época chamada Holoceno que conta quase 12 mil anos com o aparecimento das civilizações. Expressões estranhas à parte, que importa conhecermos, as duas narrativas falam de uma mesma coisa com linguagens diferentes.

A maioria daqueles que aceitam os 6 dias da criação se ofendem com a construção em 4 bilhões de anos que a Ciência declara. Intentam estabelecer que os dias de Deus tenham 24 horas e isso é um engano formidável, pois provavelmente o Tempo deve ter um fluxo diferente para a divindade, considerada a rotação da Terra. Parte dos cientistas que advogam as Eras querem dispor nas mãos do Acaso o projeto que consolidou o nosso sistema habitacional, mesmo antevendo que tudo transcorreu em sistemática organização que depreende um Comando Invisível, mas por não vê-LO, não O considera.
O Espiritismo analisa essa divergência e contextualiza as sabedorias, de modo a considerar tratar-se de uma questão de entendimentos diferentes para uma mesma realidade esclarecendo-nos que a compreensão de uma problemática é progressiva e depende dos conhecimentos que as pesquisas trazem à medida que o homem se especializa em ciência. Um paralelo acerca das duas teorias se encontra disposto no livro A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec e pode ser encontrado em seu capítulo XII – Gênese Mosaica. Quanto à causa ou efeito gerador desse processo, O Livro dos Espíritos na questão 37 antecipa a Concordância dos Espíritos: “O universo foi criado ou existe de toda a eternidade como Deus? – Ele não pode ter sido feito por si mesmo; e se existisse de toda a eternidade, como Deus, não poderia ser obra de Deus”.
O motivo de toda essa saga de expansão do Universo se encontra no que recomenda o sexto dia em Moisés: o usufruto do poder humano sobre as plantas, os animais, os mananciais, inclusive para prover manutenção e sobrevivência, com a implícita convocação de fazer dessa prerrogativa a utilização inteligente e racional com o senso de proteção e defesa de toda a Natureza. Completada a conformação da vida na Terra, a simbologia do Gênesis nos remete à conclusão de que, compostos os propósitos e as leis que os rege, Deus deixou às sociedades que herdaram a Terra, no sétimo dia que se alonga, o papel de proteção e uso apropriado dos seus recursos. A Natureza que abrange inclusive a raça humana é um convite da vida eterna para aprendermos com a sua simplicidade complexa, a maior das lições que é a convivência pacífica e produtiva com todos os seres de todas as espécies, classes e Reinos. O planeta que nos dá guarida condiciona que cuidemos em mantê-lo protegido sob risco de envenenarmos o ar, a água e os alimentos que nos provê a existência. Esse o papel. Devemos isso à jornada de bilhões de anos que construiu e nos deu essa Natureza exuberante.   

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