Estamos literalmente vendo o
mundo pelas janelas. Parques sem crianças, praias sem banhistas, céu sem avião,
ruas sem movimento, rotinas modificadas. Natural que em razão às transformações
sociais não planejadas tenhamos sido flagrados em meio de alguma narrativa que
estava sendo desenhada e precisou ser disposta numa prateleira enquanto
aguardamos o desenrolar dos fatos e das circunstâncias. De toda forma parece
que sem exceção fomos alcançados pelo inusitado, numa jornada sem precedentes
para essa geração.
Não fossem os receios
relacionados com a possibilidade de adoecimento ainda se avolumam os
sentimentos de perda de pessoas queridas, que se despedem sem que sejam
permitidos os ritos de despedida, os quais funcionam como um conforto diante de
cada viagem para o além. Precisamos nos aquecer desse frio que nos alcança pelo
isolamento que a ocasião faz se abater sobre as pessoas.
O Espírito é imortal e se
propõe aventureiro da eternidade. Como explorador das próprias capacidades é
lançado aos mergulhos repetidos no corpo para experiências que, por mais
longevas, haverá um dia de ser concluída quando se defronta com a morte física.
A lógica nos indica que tenhamos vivido passagens semelhantes em outros
momentos da história das civilizações e que haveremos de vivenciar outras com
peculiaridades próximas. Independente dos motivos individuais que nos traz ao
planeta e nos leva dele, é sensato que precisamos nos tornar hábeis em aprender
as lições que o momento histórico dispõe a nossa frente.
De certa forma precisamos
por necessidade de sobreviver a lutar contra a dor, buscar a cura e saborear as
saudades daqueles que partem, mesmo que tenhamos a certeza da vida além, cuja
convicção não anula os sentimentos que a separação provoca pela ruptura de um
vínculo de afeto e cumplicidade, com todas as perdas que a ausência destampa.
Sabemos que o caminho da cura é única via diante da dor que nos alcança, sob o
patrocínio das Leis Divinas. Essa cura pode se dar pela recuperação das forças
físicas ou pela sua inexorável dispersão e que por isso retomar a vitalidade ou
a morte são curas diferentes, mas ainda assim, como gostaríamos que o caminho
da cura fosse apenas manter os amigos e os amores próximos.
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