sábado, 9 de agosto de 2014

O OUTRO






A individualidade é a certeza de que ninguém está na mesma posição física ou espiritual de outrem, essa verdade não deve ser esquecida, senão incorreremos em falhas de observação prejudiciais às avaliações que antecedem o relacionamento humano e nos permitem estabelecer convivência saudável, decorrente de identificação adequada da personalidade de nossos pares. O próximo não é mais do que nosso semelhante, só nos é igual na potencialidade recebida e no destino reservado, tem o mesmo conjunto de germes perfectíveis contemplados pelo Alto, porém o desenvolvimento dessa poderosa capacidade justiçosa é trabalho de cada qual com colocação única na caminhada evolutiva, não é diferente da constatação concluída pela ciência humana, dois ou mais corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. 

O livre-arbítrio concedido pelo Criador permite infinitas possibilidades de caminhos em função de acertos e erros morais e intelectuais, nas direções escolhidas oportunidades são mais ou menos bem aproveitadas ou de total desaproveitamento quando o mal aparece prevalente. Inumeráveis fatores influenciam o movimento espiritual do indivíduo, em função do tempo de vida consciente e de escolhas pessoais, felizes ou inditosas, ora, diante de tantas probabilidades, não há por que padronizar o irmão em conjecturas fechadas já que o espaço real de apreciação é inesgotável, esse procedimento é pretensioso e contrário às leis divinas de amor, justiça e caridade. Inteligente e consonante com a vontade do Pai é a decisão de sempre considerar o próximo como parceiro a serviço do bem para cumprir projeto divino da vida que só acontece com a ativação de virtudes essenciais, jamais erraremos se adotarmos esse comportamento no trato com qualquer criatura e passarmos a empregar a força do amor no relacionamento com todos que cruzarem nossa trajetória, assim não há perigo de falhas de conceituação e estaremos intensificando nossa luz e projetando no outro iluminação que o incentivará a despertar valores herdados do Divino, em ativação cada vez mais intensa, e crescerá a parceria em cadeia fraterna, a passos adiante no encontro da felicidade. Se optarmos em vasculhar o mal naquele que se nos aproxima, nada de positivo estaremos semeando nele, nem em nós mesmos, e sim fortalecendo a força adversa do universo, outrossim não é de bom alvitre responder com moeda idêntica nas investida maléficas (na física espiritual, sentimentos de mesmo sinal atraem-se e de sinais opostos repelem-se), o mal não vencerá o bem, é fato, mas retardará ou dificultará nossa marcha natural determinada pelo Arquiteto de Inteligência Suprema.

Não é prudente nos expor ao mal porque somos vulneráveis devido a imperfeições milenares, não confundamos exposição ao mal com o exercício do bem, no primeiro caso estaremos abrindo portas para o indesejado, enquanto no segundo os canais que se abrem são luminares e não só combatem trevas como se somam a luzes do irmão semelhante, esteja ele, momentaneamente, sob domínio do mal ou não.



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