Existe uma única vida. Fomos agraciados por
Deus, não por criação e sim por evolução com o direito de viver eternamente. Se
houve um começo pouco importa como, apenas interessa que não há um fim. Tanto
faz se na Terra ou em qualquer outro lugar desse espaço infinito haveremos de
estar. Nesse tempo presente ocupamos o nosso pedaço de chão que corresponde
exatamente ao que precisamos para escalar os obstáculos emocionais que
projetamos com as atitudes e decisões do passado.
Existe
uma única vida. As existências, no entanto se contam a perder da própria conta.
Trocamos de gênero, de profissão, de papel social, de postura política, de tudo
e um pouco mais aprendemos universos afora, tangidos pela estrada de
aperfeiçoamento que foi traçada com a finalidade de passarmos da simplicidade e
ignorância aos ápices da angelitude. Convivemos com quantos pais, filhos,
esposos e esposas, amigos, nesse meio tempo? Milhares e tecemos uma teia
poderosa de relacionamentos que nos azeitam o projeto compartilhado.
Existe
uma única vida. Retomamos toda vez que afundamos no corpo físico com as
indefinições que deixamos para trás, numa continuidade. Ação produzida, reação
deflagrada. Por mais que demore, e às vezes demora, chega o momento de ajuste
de contas. Não há injustiça, tudo está exatamente no ponto que a
responsabilização indica, sem perdões e sem castigos, com a vestimenta que é a
maior chancela que o poder divino nos confere, a da oportunidade.
Existe
uma única vida. Isso é para festejar, sem lamentos. Saber que somos e seremos é
o maior dos motivos de celebração. O que pensarmos ou fizermos, seja lá o que
for, jamais nos retirará do cenário. Se hoje podemos olhar os seres iluminados
que aprendemos a respeitar, em qualquer campo do desenvolvimento humano, algo
nos diz que é possível alcançar o mesmo patamar em que os observamos. É só uma
questão de tempo e trabalho e depende simplesmente dos caminhos que escolhemos
para ser mais ou menos rápida tal ascensão.
Existe
uma única vida. Fazemos parte do Universo, com o qual convivemos em permuta
constante. Aspiramos e transpiramos com a Natureza numa pulsação rítmica que
estabelece as rotinas que envolvem os acontecimentos que variam do mais simples
aqueles mais complexos e definem os grupamentos que elegemos para se manter em
nossa proximidade. Ouvimos e somos ouvidos enquanto o grande mecanismo do Tempo
amplia o cântico da imortalidade para além dos nossos sentidos materiais, mas
fieis à sintonia que emitimos.
Existe
uma única vida. Adotar uma trajetória exige esforço, renúncia, perdas. Não
adianta deixar para depois. Não é permitido fugir. Decisões doem, mas são
obrigatórias, com elas escolhemos as paisagens que determinam o nosso caminho.
Saber-se numa vida que não cessa deve ser motivo de alegria, apesar das
inconveniências que se antepõem à nossa felicidade. A estrada não tem fim,
felizmente. Deus assim o quis para que tivéssemos a infinitude para descobrir a
grandeza que há em cada um de nós.
Editorial do programa Antena Espíritade 25.02.2018.
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