segunda-feira, 10 de outubro de 2016

MARCHANDO PELA VIDA¹



         




          Fortaleza viveu momento de apoteose espiritual  na tarde de ontem (08/10/16) quando um grupo de pessoas colocaram os pés no asfalto para defender aqueles que não podem fazê-lo. Com o slogan “Amamos a Mamãe e Amamos o Bebê” o lusco-fusco vespertino viu o sol e a lua trocando de lugar no espaço azul, enquanto uma oração ambulante clamava a favor da vida e pedia dos céus a benção para que os homens entendam de uma vez por todas: a existência de todos os seres humanos é protegida pela vontade de Deus e não pode depender da decisão de homens e mulheres que se travestem em jaleco ou togas, instituídos em simples funções humanas, por mais garbosas e poderosas que pareçam ser.
            Numa época em que leis emergem, todas espetacularmente pensadas, para proteger a fauna e a flora, em suma a Natureza da qual fazemos parte. Quando se penaliza pela agressão e abandono a cães e gatos, quando se suprime uma diversão sádica como as rinhas de galos e vaquejadas, quando se transforma em crime o corte de uma árvore – providências mais que bem vindas para melhorar a vida no planeta – como podemos admitir que se suponha transformar o aborto num direito de quem quer que seja? Afinal o feto vale menos que uma árvore, um boi ou um cão? É isso que temos que pensar?
            Insana, covarde, agressiva, homicida. Essa é a postura de quem, por um lapso sequer de tempo, deixe passar em sua mente uma única dúvida quanto a dizer NÂO (!) sempre que se cogite minimamente a possibilidade do aborto. A sociedade precisa se posicionar como defensora daqueles que não podem responder às agressões, aí se lista gatos, cães, bois, árvores, recursos hídricos, ar que se respira e entre eles a criança, em especial aquela a quem se quer negar o direito até de nascer, o FETO.
            A Doutrina Espírita, aliás, encabeça destemidamente essa campanha, diga-se de passagem, uma necessidade surreal. Dizer que depois da concepção já há vida não é uma criação espírita nem de nenhuma denominação com finalidade espiritualista. Os tratados de medicina, todos eles repetem isso, apesar de serem os seus iniciados aqueles a quem é dado efetivar o assassinato da vida em gestação, verdadeira aberração para aqueles que juraram defender a vida.
            Evoquemos as bênçãos de Deus. Precisamos todos do bom senso que norteiam as decisões do ser humano que busca a sabedoria. O momento que nós vivemos chama para a adoção de uma postura proativa na direção de uma mudança de paradigma. Envolver-se em causas justas e que nos façam transcender como amigos da paz e da manutenção da vida em todos os seus derivativos.   
            E falando em bom senso, vale trazer à lembrança que em 03/10 passado comemoramos 212 anos do nascimento de Hippolyte Léon Denizard Rivail, educador, escritor, tradutor e codificador da Doutrina Espírita. Um homem que sem ele, a terra seria muito pior. Um homem que renunciou à fama que a história certamente lhe concederia pelas contribuições na Pedagogia. Um homem que ocultou a carreira para se fazer arauto da Boa Nova. Condecorado por Camille Flammarion como “o bom senso encarnado”, certamente o nosso ilustre aniversariante, Allan Kardec engrossa as fileiras e clama do mundo espiritual: “SIM à vida, NÂO ao aborto”.

¹ editorial do programa Antena Espírita de 10.10.2016.

3 comentários:

  1. Aplausos! Nós espíritas, deveríamos apoiar e participar ativamente do MARCHA PELA VIDA.

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  2. Veemente defesa, que seria desnecessária, se não houvesse a defesa de uma prática tão injustificável quanto o aborto.

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