domingo, 13 de outubro de 2013

QUAL A VERDADEIRA RELIGIÃO?





 Por Francisco Castro (*)


Encontramos hoje, tanto na televisão como no rádio, propaganda de cunho religioso, sendo comum ouvirmos expressões como: O povo de Deus se referindo aos católicos e, Jesus Cristo é o salvador, expressão usada pelos evangélicos, isso para dar certo tipo de identificação aos profitentes quanto à sua corrente religiosa.
Há ainda algumas pessoas que, quando se fala em almas do outro mundo, dizem logo que isso é coisa dos espíritas. Ora, se uma corrente é de Deus, outra de Jesus, outros lidam com as almas do outro mundo, com quem estarão as demais correntes religiosas? E nós sabemos que existem dezenas delas!
Haveria algum tipo de sinal identificador para que alguém possa saber se está fazendo parte do verdadeiro grupo? A salvação é o produto mais procurado, mas onde vamos acha-la? Qual a corrente religiosa que detém a palavra mágica que irá permitir alguém entrar no reino dos céus? Existirá um tipo de senha capaz de fazer com que uns sejam salvos e outros sejam condenados inapelavelmente pela escolha errada em termos de religião?

Ainda no século XIX, Allan Kardec também demonstrou esse tipo de preocupação que dá título a esse texto, quando, no processo de investigação que resultaria no surgimento da Doutrina Espírita, questionou os Espíritos codificadores, fazendo uma pergunta que foi catalogada sob o nº 842, da parte terceira de O Livro dos Espíritos – Capítulo X, que trata da Lei de Liberdade: Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?
Em outras palavras, Kardec queria saber qual a verdadeira religião? A resposta dada a Allan Kardec pelos Espíritos Superiores é de uma clareza que não permite a quem quer que seja a menor dúvida quanto ao caminho ou, melhor dizendo, quanto à melhor religião!
Responderam assim os Espíritos: “Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”
Para clarear ainda mais a resposta dada acima pelos Espíritos, mais adiante Allan Kardec, sob o nº 879 de O Livro dos Espíritos, faz uma pergunta importante para melhorar o nosso entendimento: Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza? Obtendo dos Espíritos a seguinte resposta: “O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.”
Buscando melhorar ainda mais o nosso entendimento sobre a resposta dada pelos Espíritos, mais adiante, sob o nº 886, Allan Kardec pergunta aos Espíritos codificadores: Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? Ao que os Espíritos responderam: “Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”
Em complemento à resposta acima, Kardec diz o seguinte: O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejaríamos que nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.
Desejamos finalizar transcrevendo a questão 625 de O Livro dos Espíritos, quando Allan Kardec faz a seguinte pergunta aos Espíritos superiores: Qual o tipo mais perfeito que Deus tem dado à humanidade para lhe servir de guia e modelo? Ao que os Espíritos respondem de forma lapidar: “Jesus”.
Como se vê Jesus não é propriedade de nenhuma corrente religiosa, mas sim, o modelo a ser seguido por todos nós humanos, espíritos encarnados em um corpo perecível, e que momentaneamente habitamos esse planeta onde ainda impera tanta penúria e sofrimento! 

(*) integrante da equipe do programa Antena Espírita e voluntário do C.E. Grão de Mostarda.

2 comentários:

  1. Gosto muito dessa linha de exposição. Gosto de relembrar estas questões de O Livro dos Espíritos, mesmo que eu as tenha lido a pouco tempo. Muito bom Francisco Castro!

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    1. Francisco Castro de Sousa14 de outubro de 2013 às 18:57

      Vera, gostei também de você compartilhar os posts do Canteiro com a sua rede de contatos no Facebook! Se todos fizessem assim muito mais pessoas poderiam curtir os textos aqui publicados. Parabéns pela iniciativa.

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