Por Gilberto Veras (*)

Não deslembremos o elevado expoente de
potencialidade moral e intelectual do meigo Homem da Galileia, enviado do Pai
Criador para socorrer irmãos infantis mergulhados em densas trevas.
A origem da oração dominical, o Pai Nosso,
deu-se quando um dos discípulos do Divino Mestre vendo-O orar lhe pediu: “ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)”. Portanto, em nome do bom proveito
sentimental e do acatamento desejado, essa prescrição abençoada deve ser
interpretada com a visão fiel do Sábio Lente, Espírito Vitorioso, sem
impurezas, enviado pelo Todo-Poderoso em missão caritativa singular, e com
verdades depuradas que lhe credenciavam, no mandato merecido, voz e conduta de
relacionamento com Deus e irmãos em aprimoramento. Analisemos, então, essa prece
de ensinos iluminados voltados à legítima humildade e com propósito de
fortalecimento anímico para superar dificuldades no processo de melhoramento da
criatura, seja qual for o estágio de crescimento espiritual em que se encontre.
Pai nosso que estais no Céu, santificado seja vosso nome. Esta expressão cristã reconhece a existência de Deus e O reverencia com submissão
conscienciosa ao santificar-lhe o nome.
Venha nós o vosso reino. O Filho Superior, despretensioso, almeja o reino de amor, paz e justiça do Pai
Criador, porque sabe que as benesses divinas estão à disposição de todos, em
potencial.
Seja feita vossa vontade, assim na Terra como no céu. Esta sujeição do Mestre revela a sabedoria de que a prevalência da
direção da vida, em todos os mundos, circunscritos ou não, é prerrogativa da
Perfeição Absoluta, e o ápice da caminhada dá-se no encontro com a Felicidade
Plena, determinismo do Amor Supremo.
O pão nosso de cada dia dai-nos hoje. Aqui, o Rabi
Amoroso informa a necessidade diária do alimento material, que fortalece o
corpo para o trabalho nas obras densas, e do espiritual, que motiva a alma às
atividades etéreas necessárias ao alinhamento com leis naturais que controlam,
equilibram e aperfeiçoam a criatura. Sua rogativa é feita com o sentimento de
dependência humilde e na condição impar de Espírito temporariamente encarnado
por trinta e três anos de existência missionária sublimada.
Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores.
O Representante do Insondável, de conduta moral irreparável no exercício
de sua incumbência supina, afirma a imprescindibilidade de perdoarmos sempre,
em qualquer situação ou espaço, para que em todas as circunstâncias sejamos
automaticamente perdoados por Deus em forma de vibrações de amor e motivação na
perseverança do bem.
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Consciente da imperfeição humana, o Terno Nazareno solicita ajuda do Infinitamente
Bom para não cair em tentação e ser protegido das investidas maléficas.
Assim seja. Arremata a oração com autoridade
moral de quem sabe o que diz e o que faz, e nós, seguidores fiéis, só nos resta
concordar, em coro convincente: assim seja!
(*) poeta e escritor espírita. Autor das obras: A Recompensa do Bem, Vinte Contos Conclusivos, Extrato do Ser.
Que assim seja!
ResponderExcluirMuito Obrigado, Gilberto Veras.