quarta-feira, 6 de outubro de 2021

SOBRE O ESPERANÇAR QUE NOS MOVE AO BEM COMUM

 


É preciso esperançar. Ganhar ânimo ao se reconhecer sujeito da história que é sua e coletiva. Sair da zona de conforto, encarar os dilemas sociais, e agir na mudança. Porque esperançar é sonhar e fazer acontecer o sonho do bem comum. Porque a inação gera o desespero, o cansaço no viver.

Em dias de barbárie quando a violência encontra espaço em nossos cotidianos, impulsionando uma agressividade primitiva, como impulso de destruição, é preciso acreditar que a mudança é possível. Nosso olhar tem que ir além do umbigo.

Há cem anos, nascia um menino em Pernambuco que se fez educador. É dele a ideia de esperançar pela educação que acorda a consciência, que ensina ler e escrever, e vai mais longe, porque a leitura é mais do que das letras. É leitura sobre o mundo, sobre o outro, sobre si. É leitura que muda a gente por dentro, desperta a alma; os braços e pernas; a mente e o coração.

O menino se chama Paulo, Paulo Freire, e nos convida a construir a vida que humaniza nossa humanidade; longe dos cultos personalistas que inflam egos e justificam apartheid. O convite nos desafia a nos educarmos, com vistas à emancipação humana. Porque é preciso acreditar-se livre para se construir a liberdade no mundo. E não há liberdade com miséria.

É preciso ainda empatia. Do contrário, o abismo entre as gentes se aprofunda. Porque a violência do prato vazio, do sono intranquilo e de uma vida abjeta engendram a barbárie que se naturaliza no Brasil e no mundo. É o abismo das desigualdades sociais a fonte que alimenta a natureza violenta da organização econômica e social instalada.

E é tão triste a ausência de notícias sobre os que se amontoam nas praças do Centro de Fortaleza. Quem são aquelas mulheres, homens, jovens e crianças, insignificantes demais para estarem nos jornais?! Também são tão tristes as notícias que nos chegam do Afeganistão… Quem era o homem a cair do avião?! Não há nomes, nem rostos. Nos desumanizam. Mas, eles teimam em ser gente. Teimo com eles. É urgente educar para a esperança.

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