domingo, 10 de maio de 2020

A MÃE QUE EMBALA A VIDA


          
D. Ana Franco, mãe de Divaldo Franco
                Parado diante de folha em branco, o pensamento viaja, buscando nas reminiscências da própria vida um tempo em que não havia ainda sequer pensamentos. Um tempo que a mente guardou no fundo de um baú protegido pela inocência imposta pelo corpo recém chegado ao mundo dos encarnados. Sei que houve alguém que recepcionou com sorrisos e protegeu da fome e do medo dando de si mesma em dedicação e fartura. Haverá suportado as noites mal dormidas e a perda de sua rotina para satisfazer as exigências de plena atenção que aquela presença tão frágil lhe requisitava. Sabe-se lá por quantos anos, enquanto crescia a árvore da vida aquela raiz alimentava sem cessar com nutrição, abraços, disciplina, dedicação e renuncia de si mesma, até que a existência dispusesse essa folha em branco para que um coração emocionado pudesse, espiritualmente de joelhos, agradecer tantos milagres diários que agora a memória pode acessar.
            Nesse carrossel, às vezes montanha-russa que é a existência no planeta, as mãos que embalam são construtoras divinas a serviço do progresso das gerações que desembarcam na Terra para desafiar as desventuras do passado numa recapitulação que intenta reorganizar as idéias e refazer os caminhos. O mérito de abrir espaço para a chegada da nova oportunidade gera um mérito inquestionável para o espírito que se candidata à maternidade, pela inequívoca associação com os planos de expansão existencial. Estar vivo eis a maior das possibilidades, daí o motivo de gratidão absoluta, sem outro motivo que o iguale. Vibrar e jamais parar de agradecer àquela que criou o espaço para a nossa atual aventura de vida.  
            No contexto das complexidades que alcançam as pessoas, feliz daquele que teve ou ainda tem o coração materno aquecendo cada nova experiência vivenciada, mas o planeta conta cifras importantes daqueles que apenas nascidos ficam sem o apoio de suas mães, por tantas razões quanto é o número de vítimas dessa perda, muitos milhões de pessoas mundo afora, carentes desse calor que nutre a vida. Alguns milhares desses acabam conquistando outro referencial de bênçãos entre o que se entregam abnegados ao exercício de preencher o espaço afetivo, nutridor e educacional perdidos com a ausência materna. Nessas circunstâncias emergem homens e mulheres que tomados pela visão maternal se candidatam a acolher os filhos alheios para embalar.
            Salvador, Bahia, agosto/1952. Nasce a Mansão do Caminho. Obra que nesses 68 anos gera luzes para os co-fundadores Divaldo Franco (Feira de Santana – 05/05/27) e Nilson Pereira (Salvador – 26/10/24 a 21/11/13), o segundo já transportado para o mundo espiritual. Mais de cinco mil crianças amparadas e orientadas, 600 registradas na condição de filhos já crescidos e emancipados. À frente de portentosa obra de amor maternal o serviço de dedicação amorosa do professor Divaldo Franco. Acabou de completar 93 anos lançando o livro Vidas Vazias (Joana de Angelis). O valoroso colaborador de Jesus, além de sua condição de orador brilhante na divulgação do Espiritismo e da Paz no mundo. Psicografou quase 300 obras mediúnicas. Pela vida dedicada ao bem, ao atendimento de centenas de crianças órfãs, certamente faz jus ao título honorário que agora lhe outorgamos, nesse dia especial em que homenageamos o amor maternal – A Mãe que embala a Vida. Ao Divaldo, nosso Muito Obrigado.     

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