Vítima de abusos e bullying em sua escola na
Califórnia, a adolescente Rosalie Ávila, 13 anos, tirou a própria vida: “sou feia e perdedora “, escreveu, em um
bilhete encontrado por seus pais depois da tragédia. Estudante do oitavo ano em
uma escola pública em Calimesa (114 km ao leste de Los Angeles), Rosalie se
enforcou em seu quarto depois de deixar o bilhete de despedida para os pais: “me desculpem, pai e mãe. Eu amo vocês “.
[2] (grifamos)
Ao todo, 5.900 menores, entre 10 e 24 anos,
tiraram a própria vida nos Estados Unidos em 2015, segundo números oficiais. O
site governamental “Stop Bullying” indica que 28% dos estudantes nos Estados
Unidos sofrem esse tipo de abuso entre o 6º e 11º ano, e 9%, agressão pelas
redes sociais. [3]
Os fatos, chocantes e tristes, trazem dois
alertas a todos os pais e mães: o primeiro deles é estarem atentos às mudanças
de comportamento dos filhos e buscar ajuda profissional sempre que necessário.
O segundo alerta é falar com o filho sobre o respeito às diferenças. Ensinar
sobre diversidade e tolerância. Essas lições, quando assimiladas desde cedo,
formam pessoas mais empáticas e sensíveis à dor do outro – além, é claro, de
evitar comportamentos agressivos como o bullying.
Importa ressaltar que o bullying é considerado
uma questão de saúde pública e de segurança social. Por essa razão o tema tem
sido discutido com pujantes cores por especialistas das áreas do direito, da
psicologia, da medicina, da sociologia, da pedagogia e outras. Tal prática está
por trás de muitas tentativas e consumação de homicídio e suicídio de
adolescentes. Em setembro de 2017, um adolescente matou um colega e feriu
outros três em sua escola no estado de Washington, em mais um caso de “bullying”
[4]
As vítimas são os indivíduos considerados
psicologicamente mais frágeis da relação entre crianças e jovens, transformados
em objeto de diversão e “prazer” por meio de “chacotas” maldosas e
intimidadoras. Há crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas,
difamatórias ou separatistas que os levam a ter queda do rendimento escolar,
somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de
trauma que influencia traços da personalidade.
Via de regra, os filhos que praticam o bullying
quase sempre são insurgentes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos
educativos; por isso, “os pais [espíritas] de tais rebeldes, depois de
movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação
educativa deles, e sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, que
esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos
incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores
e de provas amargas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e
do sentimento.” [5]
O Espiritismo não nomeia soluções mágicas,
peculiares e simplificadas, refreando ou regulamentando cada atitude, nem impõe
fórmulas ilusionistas de bom comportamento, sobretudo para os jovens. A Terceira
Revelação elege consentir, e explica em toda sua amplitude, os dispositivos da
lei divina, que asseguram a todos o direito de escolha (o livre-arbítrio),
porém com a responsabilidade consequente de cada ato.
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