Pular para o conteúdo principal

JESUS - MESTRE POR EXCELÊNCIA









Jesus, perante a Doutrina Espírita, é o mais elevado ser espiritual reencarnado em nosso orbe, sendo guia e modelo de toda a humanidade. A questão de número 625 (seiscentos e vinte e cinco) d’O Livro dos Espíritos revela a seguinte pergunta feita por Kardec aos Espíritos superiores, responsáveis pela Codificação Espírita: "Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo”? A resposta, curta e objetiva, com esplendor, se fez presente: "JESUS".

As religiões dogmáticas pregam que é suficiente crermos em Jesus para sermos salvos. A posição do profitente espirita em relação a esse pensamento dogmático é mais abrangente, porquanto além de crer no excelso Mestre, esforça-se por praticar seus valiosos ensinamentos, sabendo que “Fora da caridade não há salvação”. A caridade legítima foi exemplificada pelo próprio Cristo, que fez do amor ao semelhante um impositivo maior para que o “Reino de Deus em nós” cada vez mais cresça e evolua, diante da eternidade.


No chamado “sermão profético”, Jesus alude aos eleitos como aqueles que o seguem na pessoa do próximo, não fazendo referência a nenhuma crença religiosa, nem mesmo ao seu sacrifício na cruz: “Vinde, benditos do meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; Estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; preso e fostes ver-me. Então perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber. E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar”?

Respondeu o Mestre: “Em verdade vos afirmo que sempre que fizestes a um destes pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25: 34 a 40). Portanto, Jesus exige a prática dos seus ensinos como prova segura da “salvação”, ou seja, do despertamento espiritual da criatura. Num momento tão trágico como a separação dos bons dos maus, a assertiva crística e, consequentemente, espírita, se faz presente: “FORA DO AMOR EM AÇÃO NÃO HÁ SALVAÇÃO”. Em apoio desse lema, muitas citações são igualmente encontradas na Bíblia, como em Prov. 10:12: “O amor cobre todas as transgressões”; Lucas 7:47: “Muito será perdoado a quem muito amou”; na 1ª Epístola de Pedro 4:8: “O amor cobre a multidão de pecados” e a “Parábola do Bom Samaritano”, citando um “herege” como alguém considerado eleito por praticar a caridade (Lucas 10: 25-37).

A salvação se verifica através do desprendimento e da caridade que é o amor em ação. Os bárbaros israelitas da época do Antigo Testamento acreditavam que o sacrifício de animais poderia retirar da consciência as infrações cometidas, embora o ensino superior, transmitido pelo profeta Oséias, capítulo 6, versículo 6, é bem claro: "Misericórdia quero, não sacrifício". As escrituras reafirmam, em Hebreus 10:4, que é impossível que o sangue dos touros e dos bodes propicie remissão dos pecados. À vista disso, o pensamento literal de que o Cristo se sacrificou na cruz para resgatar os erros da Humanidade não é verdadeiro. Ele reencarnou e desencarnou para cumprir uma grandiosa missão de redenção da Humanidade, ensinando e exemplificando as lições do amor (João 12:34). Ele disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8:12); “Sou o caminho da verdade e da vida” (João 14:6) Sua morte estava nas previsões divinas, sem qualquer caráter propiciatório, acontecendo por conta do atraso evolutivo dos seus contemporâneos sem a possibilidade de assimilar seus excelsos ensinamentos, distantes da perfeição moral a que todos os seres espirituais estão destinados.

Jesus reafirma que nasceu e veio ao mundo para testemunhar a verdade e que todos os que pertencem à verdade ouvem a sua voz (João 18:37). “Estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio d'Ele, mas o mundo não o conheceu (João 1:10). Ele mesmo esclarece: "Quando for levantado da Terra, atrairei todos a mim” (João 12:32). É inconcebível pensar que um inocente, justo por excelência, possa responder pelos erros de outrem. O profeta Ezequiel 18:20 afirma que a responsabilidade é pessoal e o justo não paga pelo pecador. Paulo afirma em Romanos 2:6: “(Deus) dará a cada um segundo as suas obras”; “Importa que compareçamos perante o tribunal do Cristo, a fim de que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito enquanto no corpo” (II Cor. 5:10).

Kardec, no comentário da Q. 625 de “OLE” diz: “Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhes falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens”.

É importante frisar que o Mestre veio nos mostrar o caminho, mas de maneira nenhuma carrega a nossa própria cruz. Essa tem que ser levada por nós mesmos (enfermidades, paralisias, deformações físicas, disfunções sexuais, sofrimentos de todos os matizes etc.) O saudoso e estimado confrade Luiz Antônio Millecco Filho afirmou que “o Cristo veio para servir de exemplo, diante da angústia e do medo, ensinando-nos como superar o “Getsêmani” dentro de nós, como também revelar a fortaleza necessária, quando nos defrontamos com a dor e o sofrimento, vivenciando o “Gólgota” em nós”.



BOX 1: O Obsoleto Dogma da Deificação



Jesus veio, principalmente, como instrutor da humanidade e um dos seus maiores ensinamentos consistiu em revelar o Criador (“Meu Pai”) a todas as criaturas, porquanto a manifestação divina no Mestre foi completa, fazendo com que muitos exegetas acreditem na deificação de Jesus, considerando-o o próprio Deus encarnado, citando, primordialmente, a afirmativa do Cristo: “Eu e o Pai somos um” (João10: 30), como uma prova bíblica segura da divindade do Mestre dos Mestres.

O importante é não confundirmos a essência ou centelha divina, que nos dá a vida, que é criação do Pai, tendo saído Dele, com o próprio Criador. É claro que todos nós somos um com o Pai, porquanto Dele fomos criados. Para que não houvesse confusão em relação a isso, o Mestre afirmou: “Vós sois deuses” (João 10: 35). O Gênesis revela que fomos gerados à imagem e semelhança do Pai (Capítulo 1: 26). Aliás, na oração sacerdotal, o Cristo pede a Deus que permita que Ele (Jesus), seus discípulos e o Pai sejam um (João 17: 21). “Pretenderão as igrejas tradicionais que, em virtude dessa frase, o Mestre tenha querido acrescentar à Trindade mais doze pessoas?” (Luiz Antônio Millecco Filho).

A fim de tentarem abalizar o dogma da deificação na Bíblia, os exegetas afirmam igualmente que o seguinte texto evidencia a divindade de Jesus: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou” (João 8: 58). Devemos frisar que antes que a Terra fosse formada, o Mestre já existia como espírito puro, visto que ele foi o criador do nosso planeta, constituindo-se em dirigente supremo do orbe: “Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (João 17: 5). Lembramos que João Batista disse: “O que vem depois de mim é maior do que eu, porque já existia antes de mim” (João 1: 15). Consequentemente, quando a personalidade Abraão apareceu, em nosso mundo, Jesus já era o Cristo (“Eu Sou”).

Os teólogos dogmáticos também argumentam a favor do dogma da divindade do Mestre, utilizando o seguinte pensamento do apóstolo João; “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (1: 14). Consideramos que o Verbo de Deus é a vontade ou a palavra do Pai que se fez carne, quer dizer, manifestado à humanidade, através de Jesus. Este foi o encarregado de transmitir aos homens o pensamento de Deus. O Cristo veio ao mundo físico revelar a todas as criaturas o Pai amado, Criador de todas as coisas: “Quem crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou” (João 12: 44); “Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar” (João 12: 49); “... As cousas, pois que eu falo, como o Pai me tem dito, assim falo” (João 12: 50); “Tudo por meu Pai me foi entregue” (Lucas 10:22); “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...” (Lucas 23: 34); “E, clamando o Mestre com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou” (Lucas 23: 46).

Constatamos, com facilidade, pela leitura atenta e descompromissada dos textos do “Novo Testamento” que, na realidade, Jesus não é o próprio Deus. Ele mesmo o afirma, dizendo a Maria Madalena: “Não me toques porque ainda não subi a meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos, e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (João 20: 17). Ao ser abordado por um mancebo mito rico que lhe chamou de “Bom Mestre”, o Cristo lhe repreendeu: “Por que me chamas bom? NINGUÉM HÁ BOM SENÃO UM SÓ, QUE É DEUS”... (Marcos 10; 17-18).

Outra passagem bíblica, digna de registro contra o dogma da deificação do Mestre está no Evangelho de Mateus: “Quando será o dia ninguém sabe, nem mesmo os anjos que estão nos céus, nem mesmo o Filho, mas tão somente o Pai” (24: 35-36). Nesta afirmação de Jesus a respeito do dia da sua volta ao planeta, está contido o protesto antecipado do Mestre a respeito do papel que os homens lhe incumbiram de ser o próprio Deus.

Allan Kardec afirmou que “Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado do Espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra” (Comentário da resposta da questão 625 de “OLE”). Em Obras Póstumas, no capítulo sobre a Natureza do Cristo, diz o excelso codificador que Jesus era um messias divino pelo duplo motivo de que de Deus é que tinha a sua missão e de que suas perfeições o punham em relação direta com o Pai. Kardec ressalta, igualmente, que o próprio Mestre deu a si mesmo, com persistência notável, a qualificação de “Filho do Homem”, expressão que significa o que nasceu do homem, em oposição ao que está fora da Humanidade.

No momento em que as Escrituras forem lidas, utilizando-se a razão, todos os conceitos dogmáticos deixarão de existir. Jesus disse: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará” (João 8:32).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

O NATAL DE CADA UM

  Imagens da internet Sabemos todos que “natal” significa “nascimento”, o que nos proporciona ocasião para inúmeras reflexões... Usualmente, ao falarmos de natal, o primeiro pensamento que nos ocorre é o da festa natalina, a data de comemoração do nascimento de Jesus... Entretanto, tantas são as coisas que nos envolvem, decoração, luzes, presentes, ceia, almoço, roupa nova, aparatos, rituais, cerimônias etc., que a azáfama e o corre-corre dos últimos dias fazem-nos perder o sentido real dessa data, desse momento; fazem com a gente muitas vezes se perca até de nós mesmos, do essencial em nós... Se pararmos um pouquinho para pensar, refletir sobre o tema, talvez consigamos compreender um pouco melhor o significando do nascimento daquele Espírito de tão alto nível naquele momento conturbado aqui na Terra, numa família aparentemente comum, envergando a personalidade de Jesus, filho de Maria e José. Talvez consigamos perceber o elevado significado do sacrifício daqueles missionári...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

TRÍPLICE ASPECTO: "O TRIÂNGULO DE EMMANUEL"

                Um dos primeiros conceitos que o profitente à fé espírita aprende é o tríplice aspecto do Espiritismo – ciência, filosofia e religião.             Esse conceito não se irá encontrar em nenhuma obra da codificação espírita. O conceito, na realidade, foi ditado pelo Espírito Emannuel, psicografia de Francisco C. Xavier e está na obra Fonte de Paz, em uma mensagem intitulada Sublime Triângulo, que assim se inicia:

UM POUCO DE CHICO XAVIER POR SUELY CALDAS SCHUBERT - PARTE II

  6. Sobre o livro Testemunhos de Chico Xavier, quando e como a senhora contou para ele do que estava escrevendo sobre as cartas?   Quando em 1980, eu lancei o meu livro Obsessão/Desobsessão, pela FEB, o presidente era Francisco Thiesen, e nós ficamos muito amigos. Como a FEB aprovou o meu primeiro livro, Thiesen teve a ideia de me convidar para escrever os comentários da correspondência do Chico. O Thiesen me convidou para ir à FEB para me apresentar uma proposta. Era uma pequena reunião, na qual estavam presentes, além dele, o Juvanir de Souza e o Zeus Wantuil. Fiquei ciente que me convidavam para escrever um livro com os comentários da correspondência entre Chico Xavier e o então presidente da FEB, Wantuil de Freitas 5, desencarnado há bem tempo, pai do Zeus Wantuil, que ali estava presente. Zeus, cuidadosamente, catalogou aquelas cartas e conseguiu fazer delas um conjunto bem completo no formato de uma apostila, que, então, me entregaram.

JESUS E A IDEOLOGIA SOCIOECONÔMICA DA PARTILHA

  Por Jorge Luiz               Subjetivação e Submissão: A Antítese Neoliberal e a Ideologia da Partilha             O sociólogo Karl Mannheim foi um dos primeiros a teorizar sobre a subjetividade como um fator determinante, e muitas vezes subestimado, na caracterização de uma geração, isso, separando a mera “posição geracional” (nascer na mesma época) da “unidade de geração” (a experiência formativa e a consciência compartilhada). “Unidade de geração” é o que interessa para a presente resenha, e é aqui que a subjetividade se torna determinante. A “unidade de geração” é formada por aqueles indivíduos dentro da mesma “conexão geracional” que processam ou reagem ao seu tempo histórico de uma forma homogênea e distintiva. Essa reação comum é que cria o “ethos” ou a subjetividade coletiva da geração, geração essa formada por sujeitos.

A ESTUPIDEZ DA INTELIGÊNCIA: COMO O CAPITALISMO E A IDIOSSUBJETIVAÇÃO SEQUESTRAM A ESSÊNCIA HUMANA

      Por Jorge Luiz                  A Criança e a Objetividade                Um vídeo que me chegou retrata o diálogo de um pai com uma criança de, acredito, no máximo 3 anos de idade. Ele lhe oferece um passeio em um carro moderno e em um modelo antigo, daqueles que marcaram época – tudo indica que é carro de colecionador. O pai, de maneira pedagógica, retrata-os simbolicamente como o amor (o antigo) e o luxo (o novo). A criança, sem titubear, escolhe o antigo – acredita-se que já é de uso da família – enquanto recusa entrar no veículo novo, o que lhe é atendido. Esse processo didático é rico em miríades que contemplam o processo de subjetivação dos sujeitos em uma sociedade marcada pela reprodução da forma da mercadoria.

ASTRÔNOMO DIZ QUE JESUS PODE TER NASCIDO EM JUNHO (*)

  Por Jorge Hessen Astrônomo diz que Jesus pode ter nascido em junho Uma pesquisa realizada por um astrônomo australiano sugere que Jesus Cristo teria nascido no dia 17 de junho e não em 25 de dezembro. De acordo com Dave Reneke, a “estrela de Natal” que, segundo a Bíblia, teria guiado os Três Reis Magos até a Manjedoura, em Belém, não apenas teria aparecido no céu seis meses mais cedo, como também dois anos antes do que se pensava. Estudos anteriores já haviam levantado a hipótese de que o nascimento teria ocorrido entre os anos 3 a.C e 1 d.C. O astrônomo explica que a conclusão é fruto do mapeamento dos corpos celestes da época em que Jesus nasceu. O rastreamento foi possível a partir de um software que permite rever o posicionamento de estrelas e planetas há milhares de anos.

A DOR DO FEMINICÍDIO NÃO COMOVE A TODOS. O QUE EXPLICA?

    Por Ana Cláudia Laurindo A vida das mulheres foi tratada como propriedade do homem desde os primevos tempos, formadores da base social patriarcal, sob o alvará das religiões e as justificativas de posses materiais em suas amarras reprodutivas. A negação dos direitos civis era apenas um dos aspectos da opressão que domesticava o feminino para servir ao homem e à família. A coroação da rainha do lar fez parte da encenação formal que aprisionou a mulher de “vergonha” no papel de matriz e destituiu a mulher de “uso” de qualquer condição de dignidade social, fazendo de ambos os papéis algo extremamente útil aos interesses machistas.

DIVERSIDADE SEXUAL E ESPIRITISMO - O QUE KARDEC TEM A VER COM ISSO?

            O meio espírita, por conta do viés religioso predominante, acaba encontrando certa dificuldade na abordagem do assunto sexo. Existem algumas publicações que tentam colocar o assunto em pauta; contudo, percebe-se que muitos autores tentam, ainda que indiretamente, associar a diversidade sexual à promiscuidade, numa tentativa de sacralizar a heterocisnormatividade e marginalizar outras manifestações da sexualidade; outros, quando abrem uma exceção, ressaltam os perigos da pornografia e da promiscuidade, como se fossem características exclusivas de indivíduos LGBTQI+.