Pular para o conteúdo principal

UM TESTE PARA O NATAL



              





              Anunciando o nascimento de Jesus, os anjos prometem paz aos homens, mas há uma condição: A boa vontade. Será que estamos a exercitá-la?
            Convido você, amigo leitor, a participar comigo de um teste singelo. Vamos verificar como anda a boa vontade em nós. Há duas opções, envolvendo várias situações.
            1 –      O cônjuge nos pede maior empenho em manter a ordem na casa.
            a) Proclamamos imediatamente que é o roto reclamando do rasgado e logo passamos a apontar suas falhas;
            b) admitimos que andamos descuidados e prometemos melhorar.

            2 – O filho vai mal na escola. Reclamam de seu comportamento. As notas são baixas.
            a) Aplicamos-lhe uma surra inesquecível e o proibimos de ver televisão durante um mês.  Avisamos que é apenas uma amostra do que virá se não melhorar o desempenho.
            b) Vamos à escola. Procuramos saber o que está acontecendo. Dialogamos com o filho, buscando ajudá-lo a superar suas dificuldades ou vencer sua desmotivação. Passamos a acompanhá-lo nos deveres escolares.
3 – O pobre bate à nossa porta.
a) Tratamos de despachá-lo logo, estendendo-lhe alguns trocados ou repetindo o surrado hoje não tem nada.
b) Conversamos com ele, analisando suas necessidades para uma ajuda efetiva.
            4 – Na casa vizinha acontece uma briga monumental. As pessoas gritam a plenos pulmões, xingam-se, dizem palavrões… Pratos voam.
            a) Proclamamos que constituem uma cambada de doidos mal educados, que deveriam morar em ilha deserta. Pensamos em chamar a polícia.
            b) Incluímos nossos vizinhos em nossas preces, sem comentários desairosos, reconhecendo que seu lar está com sérios problemas espirituais.
            5 – O patrão nos critica quanto à maneira de conduzir nossas tarefas.
            a) Ouvimos em silêncio, considerando que a crise anda brava e não queremos perder o emprego, mas, intimamente, ficamos possessos. Vibramos de intensa raiva, desejando, ardentemente, que ele vá para o diabo que o carregue ou que seja atropelado por um trem.
            b) Admitimos que devemos amarrar o burro onde o patrão manda e tratamos de fazer o melhor, sem nos agastarmos com ele.
            6 –      Um subordinado incorre em falhas.
            a) Irritamo-nos e o advertimos diante de seus colegas, ameaçando-o com severas sanções. Damos a entender que poderá ser demitido.
            b) Conversamos com ele em particular, procurando orientá-lo com serenidade, sem humilhá-lo ou amedrontá-lo.
            7 –      Um conhecido passa por nós e não responde ao nosso cumprimento.
            a) Ficamos ofendidos.  Sujeitinho orgulhoso! Pensa que tem um rei na barriga! E nos propomos a nunca mais olhar na sua cara.     
b) Consideramos que certamente não nos viu ou estava distraído. De pronto apagamos o episódio de nossa mente, sem solenizar o assunto.
8 – O motorista, em excesso de velocidade, comete uma imprudência. Quase envolve nosso carro num acidente de graves proporções.
a) Homenageamos a senhora sua mãe, atribuindo-lhe aquela profissão pouco recomendável. E torcemos para que se arrebente na primeira curva.
b) Agradecemos a Deus não ter acontecido nada de mal, e pedimos aos bons Espíritos que o inspirem a ser prudente, evitando acidentes.
            9 – Num grupo começam a falar mal de pessoa ausente.
            a) Botamos lenha na fogueira, dizendo que é tudo o que dizem e muito mais.
            b) Neutralizamos as críticas, lembrando aspectos positivos de seu comportamento.
            10 – Aquele que faz uso da palavra, no culto religioso, estende-se além do razoável, tornando-se prolixo e repetitivo. 
            a) Ficamos impacientes, olhando a cada momento o relógio, fuzilando o pobre com nosso olhar e torcendo para que providencial afonia encerre sua lengalenga.
            b) Presumimos que ele está com dificuldade para arrumar as ideias e conduzir a palestra. Tratamos e ajudá-lo com vibrações de simpatia e boa vontade.
            Bem, caro leitor, se você andou transitando pela alternativa a, a boa vontade anda precária.
            Se optou, em maioria, pela b, parabéns!
            Você está entendendo o espírito do Natal, nos caminhos abençoados da boa vontade e certamente está em paz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESTALOZZI E KARDEC - QUEM É MESTRE DE QUEM?¹

Por Dora Incontri (*) A relação de Pestalozzi com seu discípulo Rivail não está documentada, provavelmente por mais uma das conspirações do silêncio que pesquisadores e historiadores impõem aos praticantes da heresia espírita ou espiritualista. Digo isto, porque há 13 volumes de cartas de Pestalozzi a amigos, familiares, discípulos, reis, aristocratas, intelectuais da Europa inteira. Há um 14º volume, recentemente publicado, que são cartas de amigos a Pestalozzi. Em nenhum deles há uma única carta de Pestalozzi a Rivail ou vice-versa. Pestalozzi sonhava implantar seu método na França, a ponto de ter tido uma entrevista com o próprio Napoleão Bonaparte, que aliás se mostrou insensível aos seus planos. Escreveu em 1826 um pequeno folheto sobre suas ideias em francês. Seria quase impossível que não trocasse sequer um bilhete com Rivail, que se assinava seu discípulo e se esforçava por divulgar seu método em Paris. Pestalozzi, com seu caráter emotivo e amoroso, não era de ...

OS FILHOS DE BEZERRA DE MENEZES

                              As biografias escritas sobre Bezerra de Menezes apresentam lacunas em relação a sua vida familiar. Em quase duas décadas de pesquisas, rastreando as pegadas luminosas desse que é, indubitavelmente, a maior expressão do Espiritismo no Brasil do século XIX, obtivemos alguns documentos que nos permitem esclarecer um pouco mais esse enigma. Mais recentemente, com a ajuda do amigo Chrysógno Bezerra de Menezes, parente do Médico dos Pobres residente no Rio de Janeiro, do pesquisador Jorge Damas Martins e, particularmente, da querida amiga Lúcia Bezerra, sobrinha-bisneta de Bezerra, residente em Fortaleza, conseguimos montar a maior parte desse intricado quebra-cabeças, cujas informações compartilhamos neste mês em que relembramos os 180 anos de seu nascimento.             Bezerra casou-se...

ALLAN KARDEC, O DRUIDA REENCARNADO

Das reencarnações atribuídas ao Espírito Hipollyte Léon Denizard Rivail, a mais reconhecida é a de ter sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec. A prova irrefutável dessa realidade é a adoção desse nome, como pseudônimo, utilizado por Rivail para autenticar as obras espíritas, objeto de suas pesquisas. Os registros acerca dessa encarnação estão na magnífica obra “O Livro dos Espíritos e sua Tradição História e Lendária” do Dr. Canuto de Abreu, obra que não deve faltar na estante do espírita que deseja bem conhecer o Espiritismo.