domingo, 31 de maio de 2015

COMO FUNDAR UM CENTRO ESPÍRITA







Por Francisco Castro (*)




APRESENTAÇÃO
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A partir de hoje, e continuando semanalmente, a título de sugestão, o Canteiro de Ideias publicará uma série de pequenas orientações que poderão ser muito úteis para quem deseja fundar um Centro Espírita.
Essas orientações também poderão ser de grande utilidade para aqueles que já empreenderam tal tarefa sem ter tido oportunidade de receber qualquer tipo de orientação.
Tais recomendações são o resultado de estudos e da experiência, mas isto não significa que contenham a última palavra sobre o assunto.
Esperamos que o leitor tire o melhor proveito dessa publicação e de outras que tratem sobre o mesmo tema.
Francisco Castro de Sousa
(*)Voluntário do Centro Espírita Grão de Mostarda, do Programa de Rádio Antena Espírita e do Blog Canteiro de Ideias.

COMO FUNDAR UM CENTRO ESPÍRITA

Parte I

Algumas questões cujas respostas podem contribuir para orientar a fundação e o correto funcionamento de novos centros espíritas.

  1. – Deve-se incentivar a fundação de Centros Espíritas (CE)?

R.: Desde a introdução de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec nos mostra claramente a necessidade do estudo da Doutrina. Embora se possa, e se deva fazê-lo individualmente, a formação de grupos de estudo proporciona maiores possibilidades de progresso no conhecimento das questões estudadas.
Sigamos o pensamento do Codificador e a conclusão não poderá ser outra, senão a necessidade de fundação de Centros de Estudo, ou de Ensino, que teriam por finalidade:

 guiar os homens que desejem esclarecer-se, mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime: o do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim.”


“Quando as crenças espíritas se houverem vulgarizado, quando estiverem aceitas pelas massas humanas (e, a julgar pela rapidez com que se propagam, esse tempo não vem longe), com elas se dará o que tem acontecido a todas as idéias novas que hão encontrado oposição: os sábios se renderão à evidência. Lá chegarão, individualmente, pela força das coisas.” (LE – Introdução – item VII)- (Grifamos)

“Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. (...) Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das idéias..” (LE – Introdução – item VIII)- (Grifamos)

“Ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso: interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. Será de admirar que o efetuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?” (LE –Introdução – item XIII)- (Grifamos)

“Não produzisse este livro (O Livro dos Espíritos) outro resultado além do de mostrar o lado sério da questão e de provocar estudos neste sentido e rejubilaríamos por haver sido eleito para executar uma obra em que, aliás, nenhum mérito pessoal pretendemos ter, pois que os princípios nela exarados não são de criação nossa. O mérito que apresenta cabe todo aos Espíritos que a ditaram. Esperamos que dará outro resultado, o de guiar os homens que desejem esclarecer-se, mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime: o do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim.” (LE – Introdução – item XVII – Allan Kardec) – (Grifamos)

O texto acima, assinado diretamente pelo Codificador, já seria suficiente para justificar o interesse na fundação de Centros Espíritas, entretanto, julgamos oportuno acrescentar, ainda, essas suas palavras transcritas abaixo, extraídas do Livro Viagens Espíritas em 1862 (Casa Editora O Clarim - 2ª edição em língua portuguesa, p.21/23), quando o Mestre Lionês faz os seguintes comentários sobre as viagens que realizara de 1860 a 1862:

“Por toda a parte a idéia espírita começa a ser difundida partindo das classes mais esclarecidas ou de mediana cultura. (...) Em sua maioria os grupos são muito bem dirigidos, alguns mesmo de notável maneira, com o emprego pleno dos verdadeiros princípios da ciência espírita. Os propósitos são idênticos aos que norteiam a Sociedade Espírita de Paris e não se  tem outra bandeira senão o dos princípios ensinados pelo ‘Livro dos Espíritos’. Nesses grupos reina, de modo geral, uma ordem e um recolhimento perfeitos. (Grifamos)

Nessa mesma obra, Viagens Espíritas Em 1862 – Casa Editora o Clarim – Allan Kardec, no capítulo Instruções Particulares dadas aos grupos em resposta a algumas das questões propostas, no número X, sobre a formação de grupos e sociedades espíritas, ele diz o seguinte:

“Há algum tempo constituíram-se alguns grupos, de especial caráter, e cuja multiplicação entusiasticamente desejamos encorajar. São os denominados grupos de ensino. Neles ocupam-se pouco ou nada das manifestações. Toda a atenção se volta para a leitura e explicação do ‘Livro dos Espíritos’, do ‘Livro dos Médiuns’ e de artigos da ‘Revista Espírita’. Algumas pessoas devotadas reúnem com esse objetivo um certo número de ouvintes, suprindo para eles as dificuldades da leitura ou do estudo isolado. Aplaudimos de todo o coração essa iniciativa que, esperamos, terá imitadores e não poderá, em se desenvolvendo, deixar de produzir os melhores resultados.”- (Grifamos)

Receberemos com prazer os comentários e/ou sugestões do leitor, que poderão nos auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento desse trabalho.

Na próxima semana daremos continuidade com a Parte II.

2 comentários:

  1. Caríssimo Castro,
    Parabéns pela iniciativa, que ensejará esclarecimentos significativos não só para os que sonham em fundar uma instituição espírita, mas também para os que já labutam na Seara do Senhor na sua direção.

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  2. Francisco Castro de Sousa2 de junho de 2015 às 11:31

    Caríssimo Jorge,
    Ao divulgarmos a Doutrina Espírita devemos ter em mente três objetivos: Esclarecer, Orientar e Consolar. Esse trabalho que se inicia sem dúvidas é na direção do esclarecimento, mas também servirá de orientação e consolo, para aqueles que já estão trabalhando e que desejam fazê-lo corretamente!

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